Desde os filósofos e pensadores gregos, os fatos relativos ao governo da sociedade humana vêm sendo objeto de estudos, exercendo influência profunda e duradoura na cultura ocidental. Etimologicamente, política vem do grego: politéia, politiké (política em geral) e politikós (relativo aos cidadãos) e estava relacionado à organização das polis, as cidades-estados gregas – uma nova forma de organização política e social que ocorreu na Grécia Antiga. Desde então, a política passou a denominar a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados.
Os dois primeiros grandes sistematizadores do pensamento político, Platão e Aristóteles, entendiam a política referente ao estudo da polis, suas estruturas, instituições, constituição. É de Aristóteles a ideia de que a política é a ciência “maior”, ou a mais importante do seu tempo, preocupado com um governo capaz de garantir o bem-estar geral (o bom governo) da sociedade.
Contudo, foi só no Renascimento que a política começou a adquirir, de fato, contornos de uma ciência. A ciência política moderna é uma disciplina relativamente nova, da qual alguns autores datam seu surgimento (ao menos no que concerne à ciência política moderna) no século XVI, com Nicolau Maquiavel. De Aristóteles até a Revolução Científica Moderna não se faz atenta discriminação entre os conceitos de ciência e filosofia. A filosofia, segundo Aristóteles, era a “ciência da verdade”. E esta ou aquela, metafisicamente falando, tinham por objeto de estudo os princípios e as causas.
Na modernidade, Maquiavel foi um dos principais responsáveis por dar à política uma certa autonomia, procurando estudar e conhecer a verdade efetiva dos fatos, adotando um referencial mais compatível com as exigências atuais que os de Aristóteles.
Foi Maquiavel quem, na modernidade, se tornou um dos principais responsáveis por dar à política uma certa autonomia, procurando estudar e conhecer a verdade efetiva dos fatos, adotando um referencial mais compatível com as exigências atuais que os de Aristóteles, sendo considerado, por isso, como o pai da ciência política.
Muitos pesquisadores colocam que a ciência política difere da filosofia política e que seu surgimento ocorreria, de forma embrionária, no Século XIX, época do surgimento das ciências humanas, tal como a sociologia, a antropologia, a historiografia, entre outras.
Mas o estudo da ciência política contemporânea, em certo sentido, ainda é o mesmo daquele de Aristóteles, só que levando em consideração toda a complexidade das organizações político-sociais contemporâneas e pressupondo uma orientação metodológica e objetividade de pesquisa compatíveis com as exigências da ciência atual.
A ciência política é a teoria e prática da política e a descrição e análise dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos e do comportamento político. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo. A ciência política abrange diversos campos, como a Filosofia Política, os sistemas políticos, o Estado, partidos políticos, Ideologia, Economia Política, análise de Políticas Públicas, o estudo da Administração Pública e do governo, das diferentes formas de governo como a democracia, o processo eleitoral e legislativo, entre outros.