“Como professora e administradora escolar, adquiri o hábito de pensar as pessoas como fontes maravilhosas de sentimentos e reações nem sempre expressadas de forma fácil de se compreender. Continuo convivendo diariamente com as crianças, embora em doses homeopáticas (risos). Das turmas com 30, 35 por hora em sala de aula ou até de 1200 por dia na direção de escola, passei a dois diariamente, meus netos, um com quatro e outro com dez anos. Com eles ainda aprendo a ver o mundo como algo mágico que se oferece para ser desbravado. Com os adultos procuro exercitar a compreensão e aprender a força de se lidar com a realidade”
VIVER é mágico, sempre! Vi + ver... andar por aí, sentindo, observando, tirando conclusões nem sempre certas, nem sempre erradas, ele é ele, O Sentimento e como tal não aceita rótulos, recusa filtros ou regras: ele existe em si mesmo.
Eu sou assim, 99% sentimento e 1% - ou menos, pois aqui também o sentimento se intromete – conclusões. Sempre acreditei no que ouvi ainda menina: “o otimista é um tolo, o pessimista um chato, prefiro ser um realista romântico”.
Então, assim sendo, vou ter que pedir compreensão redobrada pelo que escreverei daqui em diante. Estou consciente de que alguma ou outra pessoa, ao ler esses rabiscos meus, possa se sentir confrontada, até mesmo afrontada, por algumas ideias meio tortas aqui desajeitadamente dissecadas.
Não pretendo ser pseudocompanhia para mim mesmo nestes escritos, aqui estarei inteira, falando do que sinto, neste meu ato solitário e introspectivo de leitura do mundo. Parodiando um dito popular: “Seu moço, escrever é perigoso...”.
Peço então que esta, hipotética mas nem por isso improvável pessoa, saiba que só consigo escrever sob as lentes poderosas deste sentimento rebelde, que insiste em se desnudar. Sentimento com o aprendizado de uma dançarina, que tira um a um os véus do ventre de uma realidade que teima em se fazer mascarada.
Pensamentos que, como disse o mestre Mário de Andrade, são as poucas jabuticabas restantes, agora já selecionadas na bacia da maturidade. Degustados um a um já se sabendo que não mais existem muitos para nos deliciar. Cada um precisa e merece ser devidamente apreciado, sem a pressa afoita da infância estouvada e ávida, que tinha toda a jabuticabeira se lhe oferecendo para ser atacada.
ADVERTÊNCIA: Todas as informações e opiniões expressas nas colunas são de responsabilidade de seus autores.