Foto: José Júlio Silva
Ele era conhecido por quase todos na cidade. Sempre que voltava do trabalho, ia fazendo barulho pelas ruas, conversando com um, respondendo ao gracejo de outro. Todas essas conversas e brincadeiras num tom de voz escandalosamente alto, tonitroante de alegria, uma energia vital contaminando todos que moravam ou passavam por ele enquanto voltava para a sua Cachoeira.
Alguém perguntava por puro divertimento, já sabendo da resposta mas desejando ouvir novamente a explicação hilariante. A conversa rolava aos berros de perguntas e respostas, mais ou menos assim:
- E aí, Paulinho, o que tem dentro deste saco pesado que você carrega nas costas?
Ele respirava fundo, os olhos brilhando de contentamento por trazer alegria para a nossa rua.
- É o jantar de hoje lá de casa.
- E o que vai comer hoje, Paulinho?
- É bife, uai.
- Tudo isso aí é bife? Né muito não?
- É não, o pé tava cheio.
- Pé de bife, Paulinho? Que trem é esse, Sô?
- É pé de mamão procê, pra mim é sacudir e os mamão cai no chão fazendo o barulho -* biffff - ...eu cato os bifes e levo pra jantar.
As risadas tomavam conta de todos e lá ia ele, feliz e repartindo generosamente a alegria que Deus havia lhe dado de sobra... Deus agora deve estar dando boas gargalhadas com esse filho querido Dele.
GRATIDÃO, MEU QUERIDO CONTERRÂNEO ♡.
Elzinha de Elza. Novembro/2016
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