Um levantamento divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) nesta segunda-feira (21) aponta que as tarifas de 50% impostas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem ter forte impacto no mercado de trabalho mineiro. O estudo estima que, em um período de 5 a 10 anos, até 187 mil postos de trabalho, entre formais e informais, poderão ser comprometidos. A perda na renda das famílias pode chegar a R$ 3,16 bilhões.
Para o curto prazo, entre 1 e 2 anos, a FIEMG calcula que 58 mil empregos podem ser extintos, resultando em uma redução de R$ 982 milhões na massa salarial.
Impacto nas exportações e no PIB
Minas Gerais é atualmente o terceiro estado brasileiro com maior volume de exportações para os Estados Unidos, com movimentação de aproximadamente US$ 4,62 bilhões em 2024, o que representa 11,4% das exportações nacionais. Os produtos mais enviados ao mercado norte-americano incluem café, itens siderúrgicos, químicos inorgânicos e máquinas elétricas.
Ainda segundo a FIEMG, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais pode encolher até R$ 6,7 bilhões no curto prazo, podendo chegar a uma retração de R$ 21,5 bilhões no longo prazo. A capacidade de consumo das famílias tende a diminuir entre 0,91% e 4,41%, conforme o estudo.
Questionamentos sobre alegado superávit brasileiro
A justificativa apresentada por Trump para o aumento das tarifas envolve um suposto superávit brasileiro na relação comercial com os EUA, argumento que a FIEMG considera incorreto. A federação destaca que, apesar do crescimento das exportações brasileiras para os EUA — que saltaram de US$ 24 bilhões em 2015 para US$ 40,4 bilhões em 2024 —, a balança comercial tem se mantido deficitária para o Brasil ao longo de toda a última década.
O maior déficit registrado foi em 2022, com saldo negativo de US$ 13,9 bilhões, impulsionado pelo aumento das importações. “Os dados demonstram que o argumento de desvantagem comercial para os EUA não tem base econômica”, aponta a entidade.
O governo federal, por meio do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, também refutou a alegação de superávit. Ele classificou a medida de Trump como “absolutamente inadequada” e afirmou que os Estados Unidos mantêm superávit comercial com o Brasil. “O Brasil não tem superávit com os EUA. Pelo contrário. Dos dez produtos que eles mais exportam para cá, oito têm tarifa zero”, disse Alckmin em coletiva.
Motivações políticas em debate
As tarifas foram anunciadas por Donald Trump no dia 9 de julho e, segundo o governo brasileiro, têm caráter político. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em pronunciamento no dia 17 de julho, que as medidas representam uma “chantagem inaceitável” baseada em informações falsas sobre as relações comerciais entre os dois países.
Trump também vinculou a decisão a críticas à condução das eleições no Brasil e ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. Em carta divulgada nas redes sociais, o republicano acusou Lula de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro e seus aliados.
O governo brasileiro informou que pretende buscar diálogo com os Estados Unidos, mantendo, porém, a independência entre os Poderes. Trump declarou que conversará com Lula, mas “não agora”.
Da Redação
Com informações Itatiaia
Sete Lagoas Notícias
FIQUE BEM INFORMADO, SIGA O SETE LAGOAS NOTÍCIAS NAS REDES SOCIAIS:
Twitter - X
https://twitter.com/7lagoasnoticias
Instagram:
https://www.instagram.com/setelagoasnoticias
Facebook:
https://www.facebook.com/setelagoasnoticias