Existem algumas regras que devem ser seguidas para preservar a bateria. Entre as recomendações estão desligar o carro apenas quando for ficar parado mais do que três minutos ou desligar os faróis quando for dar partida no motor. Mas como ficam esses cuidados em tempos de tecnologia start-stop, em que os veículos podem ser desligados e religados várias vezes em apenas em uma avenida?
Os motores equipados com o sistema start-stop surgiram no fim dos anos 70, no auge da crise do petróleo, quando o barril do produto chegou a subir 300% em algumas semanas. Naquela época, a tecnologia foi abandonada porque muitos motores não utilizavam injeção eletrônica. Assim, demoravam a religar e apresentavam muitas falhas.
O sistema que visa a economia de combustível e a redução no nível de poluição desliga o motor do veículo quando ele se encontra parado em um semáforo ou congestionamento, por exemplo, sem deixar de alimentar os componentes elétricos, como faróis e ar-condicionado.
Em seguida, quando o propulsor é solicitado, volta a religá-lo, bastando ao motorista aliviar o pedal do freio, nos veículos equipados com câmbio automático, ou pisando na embreagem, nos carros equipados com trocas manuais. Tudo isso feito de forma automática, silenciosa e rápida.
Bateria AGM
Os veículos equipados com a tecnologia que desliga e religa o motor possuem bateria com tecnologia AGM (Absorbent Glass Mat), ou AGM EFB, para outros fabricantes. A sigla, traduzida, sigla em inglês para manta de fibra de vidro absorvente, ou “Bateria Inundada Melhorada”.
Assim, a bateria, que é um acumulador de energia, tem como característica principal a absorção total da solução ácida (eletrólito) utilizada nos separadores. Dessa forma, a bateria não derrama líquido, não sulfata e não degrada como ocorre na bateria inundada. O que significa que o separador AGM mantém o eletrólito em suspensão e em contato constante com o material ativo nas placas.
Com a tecnologia EFB, as baterias tradicionais recebem um tratamento especial das placas positivas, ou seja, um reforço do material ativo e a adição de uma película sintética.
O resultado é uma eficiência muito maior no momento que as placas descarregam e recarregam, proporcionando mais durabilidade que as baterias convencionais e melhor desempenho elétrico para o veículo.
Além disso, o sistema checa a todo o momento a temperatura do motor e só atua na temperatura ideal de funcionamento do propulsor, ou seja, além de economizar combustível, protege a bateria do veículo.
Mesmo com toda tecnologia, alguns consumidores têm medo de que a bateria possa descarregar durante “tantos” liga e desliga. Não existe motivo para preocupação, pois, além de ser possível desligar o sistema manualmente, na maioria dos modelos, o start-stop prevê o desligamento automático de bateria e faz a checagem se há ou não carga o suficiente para ligar/desligar.
Por exemplo, quando ao ar condicionado é desligado os intervalos de tempo são mínimos e as montadoras, cientes desse desligamento, programaram mecanismos que permitem manter a climatização do carro. Ou seja, a possibilidade da bateria descarregar ou danificar é quase nula. Além disso, a bateria com tecnologia AGM possui a capacidade de carga e descarga até quatro vezes superior que uma bateria convencional.
Como comparação, o número máximo de partidas que uma bateria normal suporta é de aproximadamente 40 mil. Já os veículos que possuem o sistema start-stop suportam até 250 mil partidas.
Outro equipamento “reforçado” foi o motor de partida que ficou ainda mais compacto e passou a contar com mecanismo do pinhão de baixo ruído, o que garante a partida do motor seja feita de forma confiável, rápida e silenciosa.
Desde 2012, quando a União Europeia criou regras mais rígidas para reduzir a emissão de CO2 na atmosfera, a tecnologia voltou a ser utilizada em larga escala pela indústria automobilística mundial, inclusive em modelos médios no Brasil.
Medições feitas de acordo com o Novo Ciclo Europeu de Condução (NEDC) revelaram uma redução de consumo e emissões na ordem dos 8%. Na circulação real em circuito urbano, as economias podem chegar aos 15%.
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