Fotos: Divulgação - Toyota desliga o air bag de dois modelos e cola um adesivo avisando que o equipamento não funciona, mas que existe o cinto de segurança
A Toyota decidiu fazer o recall nos airbags dos Toyota Corolla e Etios em duas etapas. Dessa forma, a montadora japonesa deixa para os proprietários escolher entre contar com um “air bag fatal”, da marca Takata, que já causou 14 mortes pelo mundo, ou, dirigir o veículo equipamento desligado.
Além dos Etios e Corolla, a Toyota fará o recall nos air bags das Hilux e SW4, esses modelos em apenas uma etapa. Questionada sobre a possibilidade de um acidente, com os proprietários do Corolla e Etios, a assessoria da montadora japonesa confirmou que o reparo será feito em duas etapas, uma de desativação e outra de substituição do insuflador, peça responsável por acionar as bolsas de ar.
Além disso, os representantes da Toyota disseram que os air bags foram projetados como um suplemento ao sistema de segurança de segurança principal, o cinto de segurança. “Dessa forma, é muito importante que todos os ocupantes do veículo sempre utilizem o cinto de segurança, principal dispositivo de segurança veicular,” respondeu a assessoria da Toyota.
Além disso, a Toyota pede 60 dias úteis para trocar o air bag do passageiro.
É bom lembrar que, em caso de acidente, segundo o artigo 12 do Código de Defesa (CDC), a responsabilidade é da Toyota.
Air Bags Takata
Além da Toyota outras 16 montadoras equiparam os modelos vendidos por elas com os “air bags fatais”. Somando os recalls da Toyota aos da Audi, BMW, Chevrolet, Fiat, Jeep, Chrysler, Dodge, Ram, Ferrari, Honda, Mercedes, Mitsubishi, Nissan, Renault, Subaru e Volkswagen estima-se de 35 milhões a 40 milhões de veículos envolvidos no megarrecall mundial dos airbags Takata.
Diante desses dados, estima-se que a Takata terá de substituir cerca de 28,8 milhões de bolsas de proteção, valor que a pode variar entre 63,8 milhões e 68,8 milhões de unidades do equipamento de segurança.
Somente no Brasil estão envolvidos no megarecall mais 2 milhões de modelos, novos e usados que até fevereiro de 2017 apenas 16% dos veículos envolvidos haviam atendido ao chamado das montadoras que se pronunciaram sobre o assunto.
Entenda o defeito
Todos os carros contam com uma central eletrônica que avalia, em tempo real, dados como uma desaceleração brusca. Ocorrendo tal fato, o sistema entende que houve um acidente e envia um impulso elétrico a um módulo que fica acoplado na base do volante ou atrás de peças plásticas do painel no lado do passageiro.
Assim, os airbags que são compostos por uma bolsa inflável e por um gerador, que é uma cápsula preenchida com um componente químico que age como combustível estoura e forma uma bolsa para proteger os ocupantes do veículo.
Quando o propelente ou combustível do air bag é acionado ocorre uma reação que gera um gás. Esse material gasoso é o responsável por encher o air bag em 40 milésimos de segundo, menos da metade do tempo utilizado para piscar os olhos.
A falha da Takata está no componente que gera a explosão, que é preenchido com uma substância chamada nitrato de amônio, que quando exposto à umidade e altas temperaturas reage mais rápido do que o esperado. Dessa forma, a explosão sai do controle e a cápsula metálica é rompida, projetando fragmentos de metal contra os ocupantes.
A explosão do equipamento causou ao menos 11 mortes nos Estados Unidos e duas na Malásia. Nos acidentes de baixa gravidade, o único elemento prejudicial foi o mau funcionamento do airbag.
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