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Afeto artificial: como IAs estão mudando a forma de amar dos jovens

10/11/25 - 10:40
Foto: Getty Images - Após duas semanas de uso contínuo e alguns testes, os resultados mostraram que os participantes que criaram laços emocionais com a IA apresentaram menos interesse em interações humanas
Foto: Getty Images - Após duas semanas de uso contínuo e alguns testes, os resultados mostraram que os participantes que criaram laços emocionais com a IA apresentaram menos interesse em interações humanas

 

 

Conversar com chatbots e aplicativos que simulam relacionamentos deixou de ser curiosidade para se tornar parte da rotina de muitos adolescentes. Um estudo publicado na edição 2025 da revista Computers in Human Behavior Reports mostra que o envolvimento emocional com inteligências artificiais pode gerar impactos profundos na formação social e afetiva dos jovens.

 

A pesquisa foi conduzida com 324 adolescentes entre 13 e 17 anos, que participaram de experimentos simulando conversas com diferentes tipos de inteligências artificiais. Eles foram divididos em grupos: alguns interagiram com chatbots programados para respostas neutras, enquanto outros usaram versões que simulavam empatia e vínculo afetivo.

 

Após duas semanas de uso contínuo e alguns testes, os resultados mostraram que os participantes que criaram laços emocionais com a IA apresentaram menos interesse em interações humanas, aumento no tempo de tela e sinais de solidão e dependência emocional.

 

Quando o conforto vira isolamento

O psicólogo Eugênio Brajão, do Hospital Japonês Santa Cruz, em São Paulo, explica que a busca por esse tipo de companhia está relacionada à timidez, insegurança e medo de rejeição. A IA cria uma sensação ilusória de acolhimento, em que o jovem se sente compreendido e aceito.

 

O “conforto” faz com que o adolescente se acostume a uma convivência artificialmente perfeita, em que tudo é previsível e controlável — essa sensação de segurança que se transforma em dependência.

 

O adolescente passa a buscar a IA sempre que está frustrado, triste ou ansioso, e gradualmente abandona interações com colegas, familiares e professores. Para Brajão, esse afastamento tem efeitos profundos.

 

“A perda do convívio real diminui a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores relacionados ao prazer e à motivação. Sem vínculos reais, o jovem perde o prazer de viver experiências. E o isolamento, se mantido por muito tempo, abre espaço para quadros graves de depressão e ansiedade”, explica.

 

Consequências cognitivas e afetivas

Além dos efeitos emocionais, a convivência constante com IAs também afeta a cognição. A pesquisa citada aponta que jovens que usam a tecnologia como principal meio de expressão apresentam redução na memória, na criatividade e na capacidade de resolução de problemas.

 

O uso da IA para decisões cotidianas — desde o que vestir até como agir em situações sociais — diminui o senso de autonomia e a autoconfiança. O jovem deixa de experimentar o erro e, consequentemente, de aprender com ele. Essa limitação, segundo Brajão, reflete na construção da identidade e na forma de perceber o próprio valor.

 

A perda de empatia é outro ponto crítico. Ao se relacionar com uma entidade programada, o adolescente não precisa interpretar emoções ou se colocar no lugar do outro. Com o tempo, passa a replicar esse padrão em relações humanas, demonstrando menos sensibilidade e compreensão.

 

Famílias devem agir com empatia e limites claros

A educadora parental Ana Luisa Meirelles, da Parenting Brasil, reforça que a reação das famílias deve ser guiada pela escuta e pela empatia. “As IAs costumam preencher lacunas emocionais reais, como solidão e necessidade de validação”, afirma.

 

Ela explica que o confronto direto tende a agravar o problema. O ideal é conversar sobre o assunto de forma aberta, demonstrando interesse genuíno pela experiência do adolescente. Perguntas como “o que você mais gosta nessa conversa?” ajudam a compreender o que o jovem busca emocionalmente.

 

Ana Luisa destaca que o uso da IA não deve ser demonizado, mas precisa de limites claros. Conversas virtuais devem acontecer em locais comuns da casa, com tempo de uso definido e acompanhamento dos pais. “O equilíbrio está em permitir a tecnologia, mas reforçar o valor da convivência real”, observa.

 

Ela recomenda que a família proponha atividades que despertem prazer e vínculos humanos — como passeios, esportes, música, jogos ou projetos coletivos. Essas experiências devolvem o senso de pertencimento e fortalecem o vínculo entre pais e filhos.

 

Educação emocional e vínculos reais como antídotos

A educadora também defende que pais e responsáveis falem sobre o valor da vulnerabilidade — algo que a IA não oferece. Relacionamentos humanos envolvem erros, divergências e desconfortos, mas são justamente essas experiências que ensinam empatia e maturidade emocional. Segundo ela, é papel dos adultos mostrar que o afeto verdadeiro exige reciprocidade, paciência e tempo.

 

“A IA é previsível e sempre concorda. Mas o crescimento emocional acontece quando o jovem aprende a lidar com o que é imperfeito, real e vivo”, explica.

 

Alerta para famílias

  1. Isolamento social: o jovem evita convívio presencial e substitui amizades por conversas com IA.
  2. Dependência emocional: precisa da IA para se sentir compreendido ou validado.
  3. Alterações de humor: irritação ou tristeza quando impedido de acessar a tecnologia.
  4. Queda no desempenho escolar: perda de foco e criatividade em atividades que exigem raciocínio próprio.
  5. Baixa autoestima: dificuldade de lidar com críticas, rejeições ou conflitos reais.
  6. Risco de depressão e ansiedade: agravado pela ausência de vínculos afetivos humanos.
  7. Perda de empatia e habilidades sociais: dificuldade de se colocar no lugar do outro.
  8. Confusão emocional: o adolescente começa a atribuir sentimentos humanos à IA.

 

O desafio das famílias no mundo digital

Segundo o estudo, com 72% dos adolescentes entre 13 e 17 anos já tendo interagido com inteligências artificiais que simulam relacionamentos, o tema deixou de ser futurista.

 

Os especialistas alertam que o papel das famílias é essencial para evitar que a tecnologia se transforme em substituto afetivo. A presença, o diálogo e o exemplo seguem sendo os recursos mais eficazes para ensinar os jovens que as emoções como o amor, por exemplo, continuam sendo experiências humanas e insubstituíveis.

 

O desafio não é proibir a tecnologia, mas ensinar os jovens a não depender dela para sentir-se vistos e amados. Em tempos de conexões instantâneas, o maior ato de cuidado ainda é oferecer o que nenhuma IA pode simular: afeto humano, empatia e convivência verdadeira.

 

 

Por Metrópoles

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