Os seguranças William da Cruz Leal e Carlos Felipe Soares, foram condenados a 16 anos de prisão pela morte do fisiculturista sete-lagoano Allan Guimarães Pontelo, de 25 anos. O julgamento terminou na madrugada desta quarta-feira (26), no 3º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. A decisão é de primeira instância, assim, ainda cabe recurso.
O crime ocorreu no dia 2 de setembro de 2017, quando Alan e um grupo de amigos se divertiam na boate Hangar 677, até o jovem ser abordado pelos funcionários da casa de shows, localizada no Bairro Olhos D`Água, em Belo Horizonte (relembre o caso).
O julgamento começou na manhã de segunda-feira (24), no Fórum Lafayette, e foi reiniciado na terça-feira (25), sendo encerrado na madrugada desta quarta. A juíza Fabiana Cardoso Gomes Ferreira, presidiu o júri popular.
O conselho de sentença entendeu que os dois seguranças foram responsáveis pela morte de Allan. “O Conselho de Sentença entendeu que os dois foram responsáveis pela morte ao conduzir a vítima para a uma área restrita na boate para uma “revista” a procura de drogas”, informou a assessoria de imprensa do Fórum. “Segundo denúncia do Ministério Público, ao se recusar a passar pelo procedimento, Allan foi espancado violentamente, com socos e chutes, imobilizado e estrangulado até a morte. O laudo de necropsia apontou como causa da morte ‘asfixia mecânica por constrição extrínseca do pescoço’, além de diversas lesões no corpo”, diz o Fórum Lafayette.
No primeiro dia de julgamento, 14 testemunhas arroladas pela acusação e defesa foram ouvidas. “No interrogatório realizado na terça, os dois réus deram versões semelhantes ressaltando que apenas davam suporte aos seguranças, policiais militares a serviço da boate, e que coibiam o uso e venda de entorpecentes na casa noturna”, explica o Fórum Lafayette. “Disseram que abordaram o fisiculturista no banheiro e o deixaram à disposição dos seguranças. Falaram também que imobilizaram a vítima, após o réu Paulo Henrique Pardim de Oliveira dar voz de prisão a ele por causa das drogas escondidas pelo corpo. A versão, no entanto, não foi aceita pelos jurados”, afirma o Judiciário.
O processo foi desmembrado em relação ao réu Paulo Henrique Pardim, já que o advogado dele está hospitalizado. O julgamento foi reagendado para 29 de setembro. O réu Fabiano de Araújo Leite também teve o processo desmembrado, após recurso em setembro do ano passado, e não tem data prevista para julgamento.
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), armados, Paulo Henrique Pardim de Oliveira e Fabiano de Araújo Leite acompanharam toda a cena. Ambos teriam assegurado a continuidade da agressão e impediram que terceiros se aproximassem para socorrer o jovem. Os dois teriam como incumbência a tarefa de retirada do dinheiro dos caixas da boate.
O MPMG foi representado pelo promotor Cristian Lúcio da Silva, com o advogado Geraldo Magela de Lima como assistente de acusação. Leal e Soares foram defendidos pelo advogado Ércio Quaresma.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias