Sete Lagoas poderia ter cerca de 226 leitos hospitalares, sendo 40 deles de UTI, 10 semi-intensivo e 176 enfermarias, se as obras do Hospital Regional não tivessem paralisadas. As obras, que tiveram um custo de R$ 51,4 milhões, foram abandonadas pela metade ainda em 2015.
A cidade, que é referência em saúde para outros 24 municípios e cerca de 440 mil habitantes, está na mira da Justiça, que determinou a ampliação de leitos de UTI para garantir o acesso da população da cidade e dos municípios vizinhos aos serviços de saúde.
A ação foi ajuizada pelo Ministério Público, que pede a abertura de novos leitos de terapia intensiva na cidade, conforme previsão do Plano de Contingenciamento da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), criado para enfrentamento do coronavírus.
Segundo a Justiça, apesar de a cidade ter recebido R$ 16 milhões para contingência da pandemia da Covid-19, não há leitos de UTI suficientes para casos graves da doença. Os novos deverão ser abertos em 15 dias, sob pena de multa de R$ 50 mil por dia, em caso de descumprimento.
De acordo com o Secretário de Saúde, Flávio Pimenta, Sete Lagoas tem 44 leitos de terapia intensiva. Mais dez devem ser abertos nesta semana, totalizando 54. Ainda faltariam mais 13. Mas ele contesta a decisão judicial, afirmando que, quando foi projetado o Plano de Contingenciamento do Estado, o que se previa era um cenário pior do que a cidade vive hoje.
“Dos 44 leitos de UTI, 15 estão ocupados. É o maior número que já tive. Ou seja, tenho uma taxa de ocupação de 30%. Montar leito pra ficar vazio gasta dinheiro público. Não existe critério técnico para se aumentar neste momento. Como mudou o entendimento da evolução da pandemia, passo a entender que será um gasto desnecessário. Cada leito custa, em média, R$ 3 mil reais por dia”, afirmou.
Independentemente da decisão judicial, estes leitos já poderiam estar em funcionamento se o Hospital Regional, planejado ainda em 2010, estivesse pronto.
“Mesmo fora do período de Covid-19 seria fundamental, porque existe necessidade, deficiência de leitos. O aporte que teria de leitos permitiria termos uma estrutura muito boa. Mas isso tem que ser trabalhado, porque custeio é muito alto. A capacidade de custeio tem que ser sempre avaliada. Agora, para terminar as obras, está nas mãos do estado”, disse o secretário.
As obras vinham sendo feitas por uma empresa privada, por meio de convênio firmado em gestão anterior. No início deste ano, por descumprimento de prazos, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, decidiu cancelar o convênio e prometeu que finalizaria o hospital com recursos provenientes das ações de reparação da Vale pelo rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, a proposta apresentada pelo estado ainda está em fase de avaliação pela Vale.
Da Redação
Com informações G1
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