Depois de 35 anos de pesquisas e testes, o primeiro medicamento brasileiro feito à base de canabidiol derivado da planta da maconha, chegou às farmácias do Brasil em maio e nesta semana chegou às prateleiras das farmácias de Belo Horizonte.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro e a comercialização do produto à base de maconha para uso medicinal que é indicado para o tratamento de esclerose múltipla, dores neuropáticas crônicas, epilepsia, especialmente em crianças, Parkinson e Alzheimer, entre outras doenças.
O canabidiol também diminui os efeitos colaterais para pessoas em tratamento de câncer ou dores em pacientes terminais, mas só pode ser prescrito quando não tiver mais outras opções terapêuticas disponíveis no mercado e sua indicação é de responsabilidade do médico que prescrever.
A disponibilização do remédio vai facilitar a compra de quem precisa do extrato para tratar dores intensas, crises epiléticas recorrentes ou outros sintomas graves. Contudo, o preço assusta, uma caixa com 20 ml é vendida por R$ 2,5 mil, além de ser disponibilizado por um único laboratório.
Embora o canabidiol seja um dos compostos da planta da maconha, ele não tem efeitos relacionados ao THC (tetrahidrocanabinol) e não causa dependência, tolerância ou implicações psicoativas. O medicamento é produzido a partir do princípio ativo puro e está disponível em solução oral de 200 mg/Ml.
De acordo com informações, o Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRF/MG) vê com bons olhos a chegada do produto às farmácias, mesmo com o custo bem elevado. “Apesar do preço alto, e esperamos que ele baixe, esse produto representa bem-estar, conforto e qualidade de vida para os pacientes, que viviam uma saga para consegui-lo em outros países”, ressalta a presidente do CRF/MG, Júnia Célia de Medeiros.
Júnia destaca ainda, que o farmacêutico só pode vende-lo ao paciente com a prescrição médica e retenção da receita, de controle especial. “A guarda do produto também tem que obedecer as regras da Anvisa para produtos controlados. Ele deve ser guardado e o estoque, gerenciado como um produto especial, com prestação de contas à Anvisa do número de unidades adquiridas e comercializadas”, explica a presidente.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias