Pela primeira vez, o vírus do Nilo Ocidental foi detectada em Minas Gerais. A doença é originária de aves silvestres, mas pode ser passado para outros animais e humanos por meio de mosquitos do gênero Culex. A descoberta realizada pela UFMG foi divulgada nesta segunda-feira (3) pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Até o momento, o vírus foi observado em um cavalo, não tendo caso registrado em pessoas. No entanto, se atingir humanos, pode causar à morte. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% das pessoas infectadas apresentam sintomas.
Em casos sintomáticos, o vírus do Nilo Ocidental causa febre, dor de cabeça, cansaço e vômitos. As formas graves da doença, como meningite e encefalite, afetam uma em cada 150 pessoas infectadas. Os sintomas variam de febre alta e rigidez do pescoço a convulsões, coma e paralisia.
O vírus foi identificado pela primeira vez em Uganda, em 1937, e por décadas ficou restrito a países da África, Europa e Ásia. Mas, em 2009, chegou ao Brasil. As amostras da doença foram colhidas em cavalos do Pantanal. Agora, os estudos se expandiram para outras localidades do país.
"A partir de uma grande colaboração científica, pesquisadores detectaram o vírus do Nilo Ocidental pela primeira vez em Minas Gerais e confirmaram a circulação viral no Piauí e em São Paulo. As amostras positivas foram coletadas de cavalos que adoeceram entre 2018 e 2020", explicou a Fiocruz.
Além disso, pela primeira vez, os cientistas sequenciaram o genoma completo dos micro-organismos nos três estados. O coordenador do estudo, e pesquisador do Laboratório de Flavivírus do IOC, Luiz Alcântara, explica que as aves silvestres são consideradas como “animais reservatórios” do patógeno.
Assim como as pessoas, os cavalos são infectados ao serem picados por mosquitos, mas não transmitem a doença. “O cavalo é a principal epizootia e atua como sentinela para a doença. Esclarecer os casos suspeitos é importante para detectar a presença do vírus na região e prevenir a transmissão para os rebanhos equinos e as pessoas”, diz o pesquisador.
Conforme os pesquisadores, o patógeno encontrado em Minas pode ter sido importado de países do continente americano. “Os dados reforçam a grande interconectividade dos países e indicam que a mobilidade humana pode desenvolver um papel importante na transmissão e introdução do patógeno. O Brasil apresenta condições climáticas ideais para a propagação dos mosquitos que transmitem o agravo, o que aumenta a necessidade da vigilância”, explica a pesquisadora visitante do Laboratório de Flavivírus do IOC, Marta Giovanetti
Da Redação
Sete Lagoas Notícias
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