O serviço de transplante de pulmão foi retomado em Minas Gerais após 11 anos de interrupção. O primeiro procedimento desde a reativação ocorreu na última sexta-feira (24), no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), em Belo Horizonte, marcando uma nova fase na área de transplantes no estado.
O órgão utilizado na cirurgia foi captado no Hospital Risoleta Tolentino Neves, também na capital, de um doador jovem que estava internado. O transplante foi realizado em uma mulher de 38 anos que aguardava na fila há quatro meses. Diagnosticada com linfangioleiomiomatose (LAM), doença rara e incurável que afeta os pulmões e dificulta a respiração, a paciente havia iniciado tratamento clínico para aliviar os sintomas enquanto esperava por um órgão disponível em outros estados.
A reativação do serviço foi anunciada em setembro, resultado de uma parceria entre o Hospital das Clínicas e a Secretaria de Estado de Saúde. A instituição passou por recredenciamento, recebeu novos equipamentos e ampliou sua equipe médica para oferecer novamente o transplante pulmonar, considerado um dos mais complexos da medicina.
De acordo com especialistas, o procedimento exige grande estrutura hospitalar, pois envolve desafios como a fragilidade do órgão, a dificuldade de preservação, o risco elevado de infecções e a intensa resposta imunológica do organismo. Por essa razão, apenas alguns centros no país têm condições de realizar a cirurgia.
Após a operação, a paciente foi encaminhada à unidade coronariana do hospital. Segundo informações médicas, ela permanece sedada, mas apresenta evolução satisfatória e deve respirar sem auxílio de aparelhos nos próximos dias.
Com a retomada do transplante pulmonar, Minas Gerais passa a atender não apenas pacientes locais, mas também pessoas vindas do Espírito Santo e da região Centro-Oeste, fortalecendo o sistema público de transplantes e ampliando o acesso a esse tipo de tratamento altamente especializado.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias
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