A Volkswagen afirmou no mês passado que está disposta a comprar de volta de alguns de seus carros a diesel, caso cidades da Alemanha proíbam a circulação desses modelos. A empresa ainda estendeu programas de incentivo para compradores de veículos com motores a diesel.
A oferta da montadora é realizada após o tribunal alemão determinar que cidades do país podem decidir proibir veículos a diesel. Além disso, tem recuado a demanda por veículos com esse tipo de motor.
A Volks oferecerá comprar de volta novos carros a diesel pelo valor atual dos consumidores afetados por restrições oficiais. A oferta estará disponível para os carros comprados entre abril e o fim de 2018 e é válida por três anos a partir da data da compra, disse a companhia. Mas a oferta se aplica apenas a consumidores que então comprem na mesma concessionária um veículo novo ou usado que não será afetado pelas restrições, explicou a companhia.
Linha premium e caso Dieselgate
Nos carros da marca Audi, a linha premium da Volkswagen, a oferta será válida para veículos com leasing e permitirá a clientes encerrar esses contratos antecipadamente, disse a empresa.
Para as divisões de veículos comerciais da própria marca, da Audi, Seat e Skoda o programa para recompra será estendido até o fim de junho quando os compradores poderão trocar os veículos a diesel mais velhos por um modelo mais novo.
Apesar de mais caros, motores a diesel são mais robustos e duráveis, tendem a ser mais econômicos e adequados ao trabalho pesado por conta do torque elevado. Mas os propulsores vibram mais e emitem mais material particulado, além de óxidos de nitrogênio (NOx), sendo esse o principal vilão quando comparado à poluição resultante da queima de outros combustíveis.
Mas em setembro de 2015 a Agência de Proteção Ambiental dos EUA descobriu um esquema que permitia à Volkswagen fraudar os resultados dos testes de emissões de poluentes dos veículos que eram produzidos por ela.
Além disso, Audi, Bosch, FCA, Mercedes, Renault e Suzuki, entre outras empresas, acabaram envolvidos no escândalo que implicou recall de milhões de automóveis, bilhões de dólares em multas, dezenas de constrangidos pedidos de desculpas e até prisões, caso que ficou conhecido como a conta ficou ainda mais alta com o que ficou conhecido como Dieselgate.
O vexame só piorou quando se torrou público que dez macacos e 25 jovens participaram de testes em que foram expostos à emissão de motores diesel para que os danos à saúde fossem avaliados. A “experiência”, feita em 2014 nos Estados Unidos, era de conhecimento de executivos de ao menos três montadoras alemãs.
Na Europa
A prefeitura de Paris, que vem adotando medidas de restrição a veículos nas áreas mais centrais, em outubro anunciou a intenção de proibir a circulação de carros a diesel até 2024 - e a gasolina até 2030. O Reino Unidos anunciou a mesma decisão para 2040. Na primeira semana de março, a Toyota avisou que neste ano deixará de vender veículos equipados com motor a diesel na Europa. Na Alemanha, terra natal dos pais de Rudolf Diesel, inventor do motor, a justiça de Leipzig autorizou restrições à circulação de carros movidos pelo combustível, medida que atinge também as cidades de Stuttgart e Dusseldorf.
Além disso, a Volkswagen está recomprando e recolhendo centenas de milhares de veículos nos EUA em 37 localidades do país, como o gigantesco pátio de Victorville, na Califórnia. Dessa forma, a empresa anunciou para 2030 uma versão elétrica para cada um de seus 300 modelos.
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