Um tumulto foi registrado na manhã desta quinta-feira (25 ), dia de Natal, no Centro Socioeducativo de Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais. Cerca de 20 adolescentes internados por atos infracionais promoveram uma ação de vandalismo que deixou rastro de destruição na unidade. A Polícia Militar precisou ser acionada para conter a confusão e restabelecer a ordem no local.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por volta das 9h, os jovens começaram uma "ação de subversão à ordem" e deram chutes nas portas dos alojamentos. Imagens da unidade após o tumulto mostram colchões revirados, diversos itens espalhados pelo chão e um vazamento de água provocado pelos adolescentes. Em uma das paredes, foi encontrada a pichação da sigla "TCP", referência ao Terceiro Comando Puro, facção criminosa originária do Rio de Janeiro e considerada uma das maiores em ascensão no país.
Os militares foram acionados e realizaram a retirada dos adolescentes dos alojamentos para a realização de revistas no local. Por volta das 14h, a situação já havia sido controlada. Não houve registro de feridos, nem entre os adolescentes nem entre os servidores da unidade. A Sejusp informou que a direção do centro vai encaminhar o boletim de ocorrência para a autoridade policial e para a Justiça, que receberá também um relatório dos fatos. Os adolescentes poderão sofrer sanções disciplinares após o término das apurações do ocorrido.
O Sindicato dos Agentes de Segurança Socioeducativos de Minas Gerais (Sindsisemg) atribuiu o tumulto à falta de servidores durante o plantão de Natal e às condições inadequadas de funcionamento da unidade. O vice-presidente da entidade, José Alencar, afirma que o Centro Socioeducativo de Sete Lagoas contava com apenas cinco agentes escalados para atender até 35 adolescentes no momento do ocorrido. Entre os cinco servidores, havia uma mulher e outro com idade avançada, segundo o sindicalista.
Alencar criticou duramente a gestão da unidade. "Há uma gestão incompetente. A gestão ignorou os alertas feitos pela segurança da unidade e liberou ou afastou a maioria dos agentes. Assim, fica impossível controlar os jovens", declarou. O sindicato alega que os gestores responsáveis não ouviram os alertas feitos pelos "trabalhadores da linha de frente", que lidam diretamente com os internos.
Em nota oficial, o Sindsisemg afirma que o Centro Socioeducativo de Sete Lagoas apresenta "grave déficit estrutural", com instalações físicas deterioradas e sem condições adequadas de funcionamento. A entidade denuncia ainda que servidores têm sido afastados sem justificativa clara. Apesar disso, segundo o sindicato, a Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase) chegou a planejar a ampliação do número de adolescentes na unidade, com a abertura de mais um núcleo, decisão considerada temerária pela equipe técnica e operacional.
O caso expõe fragilidades no sistema socioeducativo de Minas Gerais, especialmente no que diz respeito à estrutura física das unidades e ao dimensionamento adequado de servidores para garantir a segurança e o controle dos adolescentes internados. A situação se torna ainda mais preocupante diante da crescente influência de organizações criminosas sobre os jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.
A Sejusp não havia se manifestado em relação às questões levantadas pelo sindicato até a publicação desta matéria.
Da Redação
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