Após ficar 58 dias internado por causa da Covid-19, 29 deles na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), o motorista Adriano Gonçalves Mol, 58, recebeu alta neste sábado (11) do hospital Keralty Barreiro, em Belo Horizonte com um cartaz escrito que venceu a doença. Detentor de uma hipertensão, comorbidade que dificulta a recuperação do paciente, Mol superou o vírus e agora vai ser monitorado em casa pela equipe médica.
Com poucas palavras, ao sair do hospital, o motorista disse que "nem imaginava e nem queria pegar esse vírus" e arrancou risadas de quem estava presente.
A alta, recebida no início da tarde, foi um alívio para a família. Fernanda Mol, professora e filha de Adriano Mol, classificou o momento como "gratificante" e que, se comparado ao início da internação, o pai está "bem recuperado", mesmo com a perda de peso e a debilitação decorrente do período em que esteve hospitalizado.
Com as visitas restritas, Fernanda, a mãe e o irmão recebiam as notícias do pai por telefone enquanto ele estava intubado no leito de UTI. Quando Adriano Mol foi para o quarto, as visitas foram virtuais por meio de videochamadas. "A primeira chamada foi bem gratificante, bem emocionante, saber que ele já tinha passado por essa primeira fase e ver ele com os olhos abertos olhando para a gente, foi gratificante", lembrou Fernanda.
A filha contou que a internação foi muito rápida. Em uma quarta-feira, dia 20 de maio, o pai consultou com um médico que recomendou o isolamento diante dos sintomas leves da doença. No sábado, dia 23, quando os sintomas se agravaram, Adriano Mol procurou o hospital, ficou internado e foi intubado já na tarde do domingo, dia 24 de maio. "Foi tudo muito rápido. No domingo já recebemos a notícia de que ele teve que ser intubado. Nos apegamos às orações. O que nos fez passar com mais tranquilidade e serenidade esse momento foi a oração, que nos fortalecia", disse a filha que admitiu um certo medo da família pelo fato do pai ter comorbidade.
A mulher e o filho, que mora com o casal, também testaram positivo para a Covid-19, mas não desenvolveram nenhum sintoma.
Fernanda contou que o pai não tem tanta lembrança do período crítico da internação, mas que durante o processo de melhora e antes da alta, lhe foi passado tudo o que aconteceu e ele está tranquilo e grato de ter a oportunidade de vencer a batalha contra o coronavírus.
A recepção em casa, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, como manda o momento, foi com o distanciamento social. Vizinhos e familiares os receberam na porta de casa com aplausos, do mesmo jeito que saiu do hospital Keralty Barreiro, quando a equipe médica se despediu do paciente com uma salva de palmas.
Ainda que em casa, o motorista será monitorado por uma equipe do hospital e deverá seguir alguns relatórios elaborados.
‘Foi um milagre de Deus’, diz filha de mulher que conseguiu se curar da Covid-19
Parecia uma festa: balões, cartazes, música. Mas não apenas parecia. Era sim, uma comemoração pela vida. Foi assim que a família de Maria Aparecida de Carvalho, 59, a recebeu após ela ficar 24 dias internada em um hospital de rede particular de Betim, na região metropolitana, depois de ter sido infectada pela Covid-19. Ela voltou para a casa no último dia 3.
"Foi um milagre de Deus, pois ela ficou muito grave. Não há outra explicação. Tínhamos medo do que poderia acontecer, mas ela conseguiu vencer e sair do hospital. Hoje está bem”, conta Priscila Carvalho, 35, filha de Maria.
A filha conta que Maria – que tem diabetes, hipertensão, hipotireoidismo e osteoporose, o que a faz necessitar de acompanhamento médico em casa – começou a ter os sintomas no dia 31 de maio, com picos de febre, tosse e coriza, mas, até então, não havia tido falta de ar. No dia 2 de junho, o resultado do exame de uma sobrinha, que testou positivo para o novo coronavírus, acendeu o alerta de todos. Com outros familiares apresentando sintomas, quatro pessoas resolveram fazer o exame, que também deram positivo, mesmo com os cuidados que foram tomados.
“Fomos ao hospital após a confirmação do primeiro caso, pois estávamos com sintomas. Disseram para ficarmos mais isolados ainda. Conversei com a médica que acompanha a minha mãe em casa, que pediu o exame. No dia 4, saiu o resultado como positivo. Nesse meio tempo, ela começou a apresentar sintomas, mas sem gravidade. Mas do dia 6 para o dia 7, a saturação de oxigênio dela abaixou muito, e tentamos bombinha e nebulização, mas não deu resultado. Chamamos uma ambulância e minha mãe foi internada”, conta.
Maria Aparecida ficou 24 dias no hospital, sendo 22 no CTI. Foram 12 dias intubada. A angústia de estar longe acentuava ainda mais a tensão dos parentes. “A gente recebia o boletim e, todos os dias, fazíamos visitas online, inclusive, quando ela estava intubada. Conversávamos mesmo quando ela estava no CTI, e teve um dia em que ela abriu o olho. Isso para nós foi uma vitória, até pelo histórico de saúde ela. A partir daí, ela foi melhorando até sair do hospital”, disse Priscila.
Mesmo com todas as dificuldades, hoje, Maria passa bem. “Ela veio para a casa no oxigênio, mas até hoje, nem precisou usar, graças a Deus. Ela está bem. Estamos cumprindo a quarentena, redobramos os cuidados de todos. Não tem ninguém mais com os sintomas. Foram momentos difíceis, mas conseguimos vencê-los”, acrescentou Priscila.
Ela deixa um recado para todos que estão sendo afetados pela doença. “Eu falo que a gente tem que ter fé e esperança, deixar Deus cuidar. Os profissionais da saúde são guiados por Deus”, conclui Priscila
De O Tempo e O Tempo Betim
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