A morte de uma mulher que havia retornado recentemente de Angola foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. O óbito ocorreu em Pouso Alegre após infecção pelo Plasmodium falciparum, agente responsável pela forma mais grave da malária. A SES MG informou que o registro foi feito na quarta-feira (12).
Conforme a secretaria, a paciente buscou atendimento no domingo (9). Na ocasião, recebeu medicação e foi liberada. Dois dias depois, houve agravamento do quadro clínico, o que motivou a transferência para o Hospital das Clínicas Samuel Libânio. A morte foi confirmada na quarta-feira.
A investigação conduzida pela SES MG aponta que a paciente esteve recentemente em Angola. O município realiza a apuração do caso com o apoio da Unidade Regional de Saúde de Pouso Alegre. A pasta reforçou que mantém ações contínuas de vigilância da malária em todo o estado, incluindo atividades de educação em saúde, organização da rede assistencial do SUS para atendimento a casos suspeitos e elaboração de notas técnicas sobre vigilância epidemiológica e laboratorial.
Informações do Ministério da Saúde sobre a malária
A malária é uma doença infecciosa causada por parasitos do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada de fêmeas infectadas de mosquitos Anopheles, conhecidos como mosquito prego. Esses insetos são mais ativos ao amanhecer e ao entardecer, embora possam picar durante todo o período noturno. A malária não é contagiosa e não ocorre transmissão direta entre pessoas.
A doença também recebe denominações como impaludismo, paludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre. Todas as pessoas estão suscetíveis à infecção.
Episódios repetidos podem gerar imunidade parcial, o que reduz ou elimina sintomas, porém não existe imunidade esterilizante. Sem tratamento adequado, o indivíduo pode permanecer como fonte de transmissão por períodos prolongados, variáveis conforme a espécie parasitária.
No Brasil, a maior parte dos casos está concentrada na Amazônia, que abrange Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nas demais regiões do país, ainda que o número de registros seja menor, a letalidade é mais elevada.
A malária tem cura, e o tratamento é simples, eficaz e gratuito. Sem diagnóstico oportuno, porém, pode evoluir para formas graves.
Formas de proteção recomendadas
- Borrifação residual intradomiciliar
- Uso de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração
- Obras de saneamento para drenagem e aterramento de criadouros
- Limpeza das margens de criadouros
- Melhorias nas condições de moradia e trabalho
- Roupas que cubram braços e pernas
- Telas em portas e janelas
- Uso de repelentes
Profissionais de saúde devem consultar os calendários do mosquiteiro para orientações sobre lavagem adequada.
Vacina contra a malária
Não há vacina disponível no Brasil. A vacina existente é destinada apenas a alguns países africanos com alta transmissão por Plasmodium falciparum e aplicada exclusivamente em crianças pequenas.
Transmissão
A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito Anopheles infectada por espécies de Plasmodium. O inseto é conhecido também como carapanã, muriçoca, sovela, mosquito prego ou bicuda. Ele é mais frequente ao amanhecer e ao entardecer, podendo picar durante toda a noite. A malária não é transmitida pela água.
Os criadouros costumam ser coleções de água limpa, sombreadas e de baixo fluxo, comuns na região amazônica. O ciclo de transmissão envolve o parasito, o mosquito vetor e o ser humano. Após picar uma pessoa infectada, o inseto ingere parasitos que se desenvolvem em seu organismo. O ciclo se completa quando o mosquito infectado pica outra pessoa.
O período de incubação varia conforme a espécie: no Plasmodium falciparum, o mínimo é de sete dias; no P vivax, de 10 a 30 dias; e no P malariae, de 18 a 30 dias. Não há transmissão direta entre pessoas. Formas mais raras de transmissão incluem transfusão sanguínea, uso de seringas contaminadas, acidentes laboratoriais e transmissão congênita.
Sintomas mais comuns
- Febre alta
- Calafrios
- Tremores
- Sudorese
- Dor de cabeça, que pode surgir de forma cíclica
Da Redação
Sete Lagoas Notícias
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