A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o sistema de saúde do Brasil está conseguindo lidar com a pandemia do novo coronavírus. O diretor do programa de emergências da entidade, Michael Ryan, alertou para o aumento sustentado do número de casos no País, mas destacou que não há indícios de um esgotamento nos leitos de UTI disponíveis.
"Poucos Estados têm mais de 80% de ocupação de leitos. É claro que o Brasil está sofrendo uma pressão em suas UTIs, mas os dados nos mostram que não há um colapso do sistema. Damos os parabéns aos profissionais de saúde que continuam trabalhando em todos os lugares. Há áreas onde a concentração de casos é maior, como no Amazonas. Mas, de forma geral, o sistema está conseguindo lidar com a pandemia, apesar do aumento sustentado do número de casos", afirmou Ryan.
O diretor analisou a situação do sistema de saúde do Brasil após ser questionado sobre uma declaração feita na quinta-feira (11) pelo presidente Jair Bolsonaro. O presidente sugeriu que seus apoiadores entrassem em hospitais públicos para filmar os leitos de UTI e mostrar se eles realmente estão ocupados. Apesar da pergunta, Ryan não fez comentários diretos sobre Bolsonaro.
Embora tenha feito comentário positivo sobre o sistema brasileiro, o diretor ligou o alerta para o cenário futuro da pandemia no País. Para Ryan, é necessário ampliar o suporte aos hospitais e às unidades de saúde para garantir o auxílio adequado a todos os infectados pela covid-19.
Na sexta-feira (12), a vice-diretora-geral da OMS, a brasileira Mariângela Simão, afirmou que o Brasil está entre os quatro países que mais preocupam a entidade, ao lado de Estados Unidos, Rússia e Índia. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Mariângela ressaltou a necessidade de estar preparado para uma segunda onda, mas descartou a possibilidade de o País ser o epicentro da doença, pois há vários focos espalhados pelo mundo. "Não é justo dizer isso. Mas com certeza é um alvo de preocupação, por aumento de casos, infraestrutura da saúde e o lamentável crescimento de óbitos", explicou.
Da Redação
Com informações de Estadão Conteúdo
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