A retomada do horário de verão no Brasil, que não é adotado desde 2019, voltou à pauta do governo. Naquele ano, o então presidente Jair Bolsonaro aboliu a medida com base em estudos que indicavam impacto irrelevante na economia de energia. Agora, cinco anos depois, o tema reaparece, impulsionado pelo risco de sobrecarga no sistema elétrico.
O horário de verão foi criado para reduzir o consumo de energia ao aproveitar melhor a luz natural no fim da tarde, adiantando os relógios em uma hora. Durante décadas, bancos, empresas e famílias se adaptaram à mudança, e o setor elétrico observava queda na demanda. Com o aumento do uso de ar-condicionado e aparelhos de climatização, o efeito da economia de energia diminuiu, especialmente nos horários mais quentes do dia.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) retomou a discussão devido ao crescimento da demanda e ao risco de sobrecarga. Em setembro de 2024, o ONS divulgou nota técnica indicando que o retorno do horário de verão poderia reduzir a demanda máxima em até 2,9% no horário de pico. O benefício representaria economia de aproximadamente R$ 400 milhões entre outubro e fevereiro e menor acionamento de usinas termelétricas, mais caras e poluentes.
Para o Ministério de Minas e Energia (MME), a análise atual é mais complexa do que no passado. Além do consumo, são considerados fatores como o nível de chuvas, o crescimento das fontes renováveis e a necessidade de reduzir a sobrecarga nos horários de pico. O horário de verão poderia ampliar o uso de energia solar e eólica e deslocar a demanda para períodos de menor pressão sobre o sistema, trazendo economia e menor emissão de poluentes.
Há também o efeito psicológico: a população associa o horário de verão a dias mais longos e maior tempo para lazer. Essa percepção influencia o debate público e pode pesar na decisão política. Segundo o Plano de Operação Energética (PEN) 2025, a medida poderia deslocar o pico de consumo, reduzir o acionamento de termelétricas e ajudar a manter os reservatórios em níveis seguros, principalmente durante períodos de seca.
Na prática, a volta do horário de verão impactaria não apenas relógios de parede, mas também bolsas de valores, bancos e companhias aéreas. A medida traz efeitos variados, positivos e negativos, e sua justificativa técnica é essencial para não ser apenas um “remédio antigo para uma doença nova”.
O ministro Alexandre Silveira classificou a retomada como uma possibilidade real, destacando que a decisão depende de avaliação ampla sobre impactos econômicos e sociais. A decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com base em relatórios técnicos do setor elétrico. Em 2024, a ideia foi rejeitada por não haver necessidade imediata, mas permanece em avaliação para os próximos verões.
Enquanto isso, o Brasil segue no horário normal, sem definição sobre a possibilidade de adiantar o relógio. Caso retorne, o Horário de Verão deve começar a funcionar a partir de 1º de novembro de 2025, indo até 15 de fevereiro de 2026.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias
FIQUE BEM INFORMADO, SIGA O SETE LAGOAS NOTÍCIAS NAS REDES SOCIAIS:
Twitter - X
https://twitter.com/7lagoasnoticias
Instagram:
https://www.instagram.com/setelagoasnoticias
Facebook: