As três doenças respiratórias mais comuns — gripe, síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e pneumonia — compartilham sinais clínicos que confundem até mesmo pacientes mais atentos. Tosse, febre e dor de garganta, por exemplo, são sintomas presentes em todos esses quadros, o que torna o diagnóstico clínico um desafio. No entanto, entender suas causas, evolução e tratamento pode ser fundamental para buscar atendimento no momento certo e evitar complicações graves.
No dia 7 de abril, o Ministério da Saúde iniciou a campanha de vacinação contra a Influenza, justamente para reforçar a importância da prevenção diante do avanço de síndromes respiratórias. A vacinação é considerada uma das medidas mais eficazes para reduzir a gravidade dessas doenças e conter sua disseminação, especialmente entre os grupos mais vulneráveis.
Segundo a infectologista Giovanna Orrico, o primeiro passo para compreender as diferenças está em desmistificar o uso do termo "gripe". Ela explica que, no senso comum, muitos brasileiros se referem ao resfriado — causado pelo rinovírus — como uma “gripezinha”. O resfriado costuma provocar coriza, dor de garganta e tosse leve, sem febre alta ou maiores complicações.
Já a gripe, causada pelo vírus Influenza (tipos A, B e C), apresenta os mesmos sintomas do resfriado, porém com o acréscimo de febre, dores musculares, fraqueza e mal-estar intenso. Entre os três subtipos do vírus, o tipo A é o mais agressivo. Quando não tratada corretamente, a gripe pode evoluir para um quadro grave, caracterizado por sintomas como falta de ar, dor torácica, escurecimento dos lábios e dificuldade para falar ou respirar. Essa condição é o que define a SRAG, que também pode ser causada pela Covid-19.
A SRAG representa, portanto, uma forma agravada das infecções respiratórias, sendo mais comum em pessoas com comorbidades, imunossuprimidos, idosos ou crianças pequenas. O tratamento, nesses casos, pode incluir desde o uso de antivirais até internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com necessidade de oxigenioterapia, fisioterapia respiratória e outros suportes clínicos.
A pneumonia, por sua vez, é uma infecção nos pulmões que pode surgir como complicação de uma gripe não tratada ou de forma independente, a partir da ação de bactérias, vírus ou fungos. Essa doença atinge diretamente os alvéolos pulmonares e costuma causar tosse com catarro amarelado ou esverdeado, febre persistente por mais de três dias e sensação constante de mal-estar.
A pneumologista Larissa Sadigursky ressalta que nem sempre a pneumonia se manifesta com seus sintomas clássicos, especialmente entre crianças e idosos. “Os extremos da idade podem apresentar quadros absolutamente atípicos. Às vezes, a criança que corre e que brinca pode ficar só quietinho e ‘amuadinho’, sem querer comer. O idoso mais ativo pode ficar mais sentado, com corpo dolorido, uma náusea ou um mal-estar”, observa.
Devido à semelhança entre os sintomas, a infectologista Giovanna Orrico reforça a necessidade de avaliação médica criteriosa. “Não tem como diferenciar as doenças apenas pelo quadro clínico. Em casos de pneumonia grave, inclusive, o paciente pode evoluir para SRAG. [...] Então, é preciso ter um exame clínico bem feito, coletar o histórico e fazer exame complementar para, então, dar início ao tratamento correto”, afirma.
O tratamento da pneumonia, especialmente quando causada por bactérias, inclui o uso de antibióticos e, nos casos mais graves, internação hospitalar com suporte respiratório. O uso de corticoides pode ser indicado tanto na pneumonia quanto na SRAG, dependendo das particularidades de cada paciente.
As vacinas disponíveis são uma ferramenta valiosa na prevenção dessas doenças. A vacina contra a gripe está disponível gratuitamente no SUS para crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas com 60 anos ou mais, indígenas, quilombolas e pessoas em situação de rua. A prevenção da SRAG também envolve a vacinação contra a Covid-19, que pode ser encontrada em postos de saúde para todos os públicos.
Já a vacina contra a pneumonia — que protege principalmente contra a ação de bactérias como o pneumococo — não é ofertada no SUS para a população em geral, estando disponível apenas em clínicas privadas, salvo em casos específicos, como imunização de crianças pequenas ou idosos com indicação médica.
“A vacinação contra essas doenças diminui a probabilidade de pacientes evoluírem para formas graves. Isso não quer dizer que é impossível de essas doenças acontecerem após a vacinação. Qualquer vacina não impede a evolução para uma doença, mas faz com que a probabilidade de evoluir para formas graves seja menor”, conclui Larissa Sadigursky.
Da Redação
Com informações Correio 24horas
Sete Lagoas Notícias
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