O governador de Minas, Romeu Zema, falou em entrevista à rádio Itatiaia que as escolas em Minas Gerais podem ser reabertas somente no ano que vem e que não descarta a possibilidade de manter o funcionamento suspenso até o fim do ano.
Essa declaração de Zema gerou instabilidade nas instituições de ensino particulares, fazendo com que um grupo de donos e diretores de escolas privadas de Minas Gerais reunissem na manhã desta quinta-feira (21), na da Cidade Administrativa, com a intenção de cobrar uma retratação do governador, sobre a afirmação de que as escolas estaduais poderiam retornar ao funcionamento apenas em 2021 no Estado.
O grupo argumentou que o governador precisaria deixar mais claro que essa possibilidade é voltada apenas às escolas estaduais, porque alguns pais de alunos da rede privada teriam entendido que Zema se referia a todas as escolas de Minas.
Raquel Esteves, uma das representantes do movimento, disse que em 30 minutos, uma escola recebeu 15 pedidos de cancelamento de matriculas.
Segundo informações, Raquel, Henrique Oliveira, dono de outro colégio, e Anderson de Oliveira, associado ao Sindicato dos Transportadores de Escolares da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Sinestec), foram conduzidos para dentro do prédio da Cidade Administrativa pela assessoria de comunicação do Estado para apresentar as propostas a um membro do governo, que a assessoria não especificou qual seria.
O encontro não teve presença de membros do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG) e teria sido combinado em um grupo de WhatsApp de diretores de instituições particulares. Participantes diziam vir de várias cidades de Minas, como a Belo Horizonte, Betim, Caeté e Contagem.
Eduarda de Paula, também dona de escola e uma das representantes do movimento, disse que os colégios esperam que a Secretária de Estado de Saúde (SES-MG) elabore protocolos de segurança para o eventual retorno às aulas presenciais.
"O único posicionamento do governo sobre a educação é suspensão por tempo indeterminado, e nada foi pensado até para a escolas se programarem para o retorno. As escolas querem retornar no período certo com segurança. Claro que não hoje, amanhã ou depois. As escolas particulares não podem voltar só em 2021. Elas vão quebrar", explicou Eduarda.
De acordo com a nota de esclarecimento do Sinep-MG, a declaração de Zema gerou incomodo nas 4.292 instituições particulares de ensino do estado, responsáveis pela matrícula de mais de 1 milhão de alunos. Essas instituições estão sofrendo com problemas de inadimplência, cancelamento de matrículas e outros relacionados à suspensão das atividades presenciais.
“Além disso, uma vez que a determinação do governo é a da suspensão das atividades presenciais por tempo indeterminado, o Sinep-MG solicita participação nas reuniões com o poder público, com o objetivo de informar as escolas sobre os próximos passos e não haver surpresas nas declarações dadas à imprensa”, esclareceu o sindicato.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias