A chegada do período mais frio, ocasionado pela transição do verão para o outono, é um dos grandes fatores para a maior incidência de doenças respiratórias na população.
Na última quinta-feira (23), hospitais estaduais de Belo Horizonte e da região metropolitana registraram 100% de ocupação nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) pediátricas. De acordo com a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), o momento atual registra alta nos atendimentos e diagnósticos de problemas respiratórios.
Em função da lotação e possibilidade do aumento de casos, o órgão confirmou que fará a ampliação de pelo menos mais dez leitos de UTI pediátrica em abril.
Quais são as principais doenças respiratórias em crianças?
A médica pneumologista pediátrica e coordenadora médica da unidade de internação pediátrica do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência da Fhemig, Lívia Isabela de Oliveira, alerta que, durante este período, a disseminação de vírus é favorecida por conta da maior tendência de concentração de pessoas em ambientes fechados e com menor ventilação de ar, por conta das baixas temperaturas, facilitando a transmissão de gotículas.
"Durante os meses do outono e inverno há um aumento da circulação de vírus respiratórios, como Vírus sincicial respiratório, rinovírus, bocavírus, adenovírus, Influenza, entre outros", explica.
Os principais sintomas das doenças respiratórias são tosse, febre e coriza. Sinais como febre persistente, prostração excessiva, sinais de esforço respiratório, cianose (boca roxa) e baixa aceitação de líquidos podem indicar um agravamento do quadro e, nestes casos, o hospital deve ser procurado.
"Devemos manter alguns dos hábitos que aprendemos com a pandemia da Covid-19, como lavar as mãos com frequência, evitar locais aglomerados, isolamento domiciliar em caso de sintomas gripais, evitar contato com pessoas doentes, manter ambientes bem ventilados. Além disso, é importante manter alimentação saudável, sono de qualidade, vacinas em dia e consulta regular com pediatra", alerta.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou na última sexta-feira (24) que os quadros de bronquiolites virais, bronquite, asma e pneumonia/broncopneumonia são os mais corriqueiros entre as doenças respiratórias nas últimas semanas.
A médica Lívia Isabela chama atenção para as patologias e alerta sobre os sintomas de cada uma.
"Essas doenças podem causar quadros muito graves, principalmente entre as crianças. É necessário ter muita atenção com os sinais de alarme e procurar o hospital quando os mesmos surgirem e seguir os tratamentos médicos recomendados", salienta.
Diferenças, sintomas e quando procurar um médico
A pneumologista pediátrica da Santa Casa, Mariana Vieira, explica que doenças como bronquiolites virais, bronquite, asma e pneumonia/broncopneumonia podem ser causadas por infecção viral, como por exemplo, dos vírus sincicial respiratório, da gripe (influenza), rinovírus, adenovírus e coronavírus. Mas, qual a diferença entre elas? Confira a explicação da médica.
As bronquiolites virais acometem bebês de até dois anos, os quais manifestam com sintomas gripais como coriza, tosse e febre, dentre os quais após cerca de três a cinco dias podem evoluir para cansaço, chiado, esforço para respirar. O vírus sincicial respiratório é o principal causador. As crianças prematuras, que possuem alguma doença respiratória, cardíaca ou relacionada ao sistema de defesa, devem ser acompanhados de perto pelo maior risco de evoluírem com gravidade.
Bronquite e asma basicamente são a mesma condição clínica, em que há a inflamação das vias aéreas. Pacientes asmáticos podem desenvolver uma crise quando em contato com algum vírus respiratório e assim, apresentar cansaço, dor no peito, tosse seca, chiado. O histórico de crises prévias ajuda nesse diagnóstico, já que se trata de uma doença crônica.
As pneumonias se configuram com uma inflamação do tecido pulmonar provocadas pela infecção de algum agente: seja um vírus ou bactéria. Na faixa pediátrica, menores de 5 anos tem na maioria das vezes pneumonias causadas por vírus e os sintomas apresentados são tosse, chiado, cansaço, esforço para respirar. Contudo, quadros com febres mais altas, prostração intensa a causa da pneumonia podem ser bacterianas.
Para todas as doenças referidas os sinais de alerta são de suma importância, pois sinalizam a necessidade de avaliação médica de urgência. Assim, em caso de esforço para respirar, falta de ar, dor no peito, lábios arroxeados, prostração intensa e febre por mais de 3 dias associada a esses sintomas uma avaliação médica deve ser realizada.
Resfriado, gripe e Covid-19: qual a diferença?
Doenças 'comuns' durante o período de baixas temperaturas, o resfriado e a gripe apresentam quadros e sintomas parecidos, o que pode dificultar para pais e responsáveis diferenciarem as condições.
Em função da aglomeração de pessoas em ambientes fechados, a Covid-19 também tem um crescimento na incidência nesta época do ano.
Mariana explica que o resfriado é acompanhado de um quadro mais leve, que se manifesta com sintomas como coriza, tosse, espirros, febre, mas que normalmente é baixa.
Já a gripe envolve uma infecção com maior comprometimento do estado geral, em que as crianças apresentam febre mais elevada, dor no corpo, prostração, dificuldade de alimentação, além de sintomas respiratórios como tosse, coriza, obstrução nasal.
A pneumologista explica que Covid-19 pode se manifestar como um resfriado, com poucos sintomas, um quadro gripal em que ocorre maior comprometimento do estado geral e até como uma pneumonia grave, em que é necessário oxigenoterapia e internação.
"Diante da lotação dos serviços hospitalares e inclusive os CTIs pediátricos por quadros respiratórios, é de suma importância mantermos os ambientes bem arejados e ventilados, lavarmos constantemente as mãos, usarmos máscaras sempre que possível e não esquecer da vacinação para influenza (o vírus da gripe), a qual pode prevenir uma pneumonia grave, sobretudo nos bebês, que são os mais vulneráveis", reforça.
Por Itatiaia
Sete Lagoas Notícias
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