Contrariando a vontade do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o plenário do Senado aprovou, nessa quarta-feira (7), o reajuste de 16,38% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos membros da Procuradoria-Geral da República (PGR), incluído na pauta sem acordo com os líderes. Considerado o teto do funcionalismo, a remuneração passará de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil mensais, o que deve gerar um impacto de mais de R$ bilhões ao orçamento do ano que vem.
A sanção do aumento depende agora de Michel Temer, denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro em dois inquéritos pela Procuradoria Geral da República (PGR), no Caso JBS, no qual foi gravado respaldando pagamentos a Eduardo Cunha, preso na Operação Lava Jato, e no caso do Portos, no qual é acusado de assinar decretos para favorecer empresas que atuam no setor.
Em meio à discussão do aumento para os magistrados no Congresso, o presidente convidou os 33 ministros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para um almoço de confraternização. Os dois projetos de lei que previam os aumentos já haviam sido aprovados na Câmara dos Deputados. Pela manhã, Bolsonaro havia manifestado preocupação com a votação em momento de ajuste de contas, em que tenta mobilizar o parlamento e aproveitar a popularidade das urnas para emplacar a reforma da Previdência.
Antes da votação, o presidente eleito havia dito que “obviamente não é momento” para provocar o reajuste. “Vejo com preocupação essa iniciativa”, disse. “Estamos em uma fase que, ou todo mundo tem ou ninguém tem. E o Judiciário é o mais bem aquinhoado”.
Da Redação
Com Agências
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