O Carnaval 2025 em Minas Gerais já registra ocupação hoteleira acima de 90%, com destaque para o Carnaval da Liberdade em Belo Horizonte e os destinos turísticos no interior. Levantamento preliminar do Observatório do Turismo de Minas Gerais, ferramenta da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) que acompanha os dados do setor, mostra um crescimento expressivo na movimentação de foliões e turistas em todo o Estado, consolidando Minas como um dos três maiores destinos do Carnaval no país.
De acordo com o secretário de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, o impacto econômico da festa já é perceptível. "Estamos falando de uma economia criativa que gera empregos, movimenta hotelaria, gastronomia e serviços, além de integrar capital e interior em uma grande celebração da cultura mineira”, afirma.
Para carnavalescos de plantão, a pluralidade do Carnaval mineiro tem sido um diferencial competitivo em relação a outros Estados. Além de ter a festa de rua, que atrai milhares de foliões para Belo Horizonte e cidades históricas como Ouro Preto, Diamantina e Tiradentes, Minas Gerais se destaca por rotas alternativas como o ecoturismo na serras do Cipó e do Caparaó e o Carnaval da Espiritualidade, que leva turistas a retiros e destinos religiosos.
Hotéis lotados
Movimento de turistas em São João del-Rei no sábado de Carnaval - Foto: Prefeitura de São João del-Rei / Divulgação
A ocupação hoteleira segue em alta em todos os circuitos turísticos. Em Belo Horizonte, Ouro Preto, Diamantina e São João del-Rei, os hotéis já registram neste feriado mais de 90% de lotação, número também observado nas cidades que integram os circuitos Mar de Minas, da Serra da Canastra e das Águas.
"Praticamente São João del-Rei fechou, estamos com ocupação máxima da rede hoteleira. É uma coisa louca, a cidade está lotada", afirma Caio Andrade, secretário Municipal de Cultura e Turismo.
Em Poços de Caldas, no Sul de Minas, segundo a Secretaria Municipal de Turismo, os hotéis estão 100% de ocupação - a cidade tem cerca de 11 mil leitos. Não há mais vaga em AirbnB. "São mais de 122 mil turistas no município e cerca de 60 mil foliões por dia", informa o secretário Arison Siqueira.
Em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, a ocupação chega a quase 100%. "A gente vem trabalhando muito para voltar o Carnaval com força total, para Diamantina voltar a ser um dos melhores carnavais do Brasil novamente. A cidade se preparou muito bem: a novidade é a volta do palco principal com a praça do Mercado, movimento que só se encerra às 6h. Hoje, temos 40 mil foliões circulando diariamente nas ruas", conta o prefeito Geferson Burgarelli.
Para Flávia Ribeiro, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG), os resultados já demonstram que o Carnaval deste ano superará as edições anteriores.
“As reservas foram feitas com antecedência e já ultrapassamos 90% de ocupação em diversas regiões do Estado. O turismo mineiro está em evidência e crescendo de forma descentralizada”, enfatiza.
Resultados expressivos
Os setores gastronômico e cultural também também têm sentido o impacto positivo. Bares, restaurantes e estabelecimentos turísticos em Minas já registram um aumento no faturamento. Segundo a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Bárbara Braga, os investimentos no Carnaval mostram resultados expressivos.
“Minas Gerais está colhendo os frutos de uma estratégia bem-estruturada de turismo e cultura. O Carnaval mineiro envolve todos os segmentos: do sertanejo universitário à música eletrônica, da MPB ao hip-hop, passando pela música erudita e sinfônica. Isso movimenta a economia criativa e amplia as oportunidades de geração de emprego e renda”, salienta.
Levando em conta que 84% dos municípios mineiros têm menos de 20 mil habitantes, segundo dados de 2022 do IBGE, o Carnaval é o maior evento de atração do fluxo turístico dessas localidades. Neste período, a economia local e regional fica bastante aquecida pela permanência dos turistas.
"O mineiro veste a camisa quando falamos de novo destino turístico, afinal mais de 70% dos entrevistados para uma pesquisa de Carnaval da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG) afirmam que vão passar o Carnaval na sua própria cidade. A rede hoteleira no interior está ocupação próxima aos 100%", destaca Teresa Lemos, presidente da Federação dos Circuitos Turísticos de Minas Gerais (Fecitur).
O aumento na movimentação turística também foi sentida nos aeroportos e rodoviárias do Estado. A BH Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, registrou crescimento expressivo na chegada de voos nacionais e internacionais. A expectativa é de que a movimentação de passageiros no terminal em Confins durante o Carnaval cresça 4% em relação a 2024.
Somente nesta sexta-feira (28/2), a expectativa é que aproximadamente 32 mil passageiros tenham chegado ao aeroporto. Para atender a alta demanda, as companhias aéreas prepararam 182 voos extras. “Estamos percebendo um fluxo muito maior do que nos anos anteriores, com turistas vindos de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e até do exterior. Minas Gerais se consolidou como um destino forte para o Carnaval”, destaca Filipe Reis, diretor de Relações Institucionais da BH Airport.
A Terminais BH, concessionária que administra o Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (Tergip), também espera uma movimentação intensa de passageiros durante o Carnaval. A previsão é que cerca de 276 mil passageiros utilizem a Rodoviária, considerando embarques e desembarques. Esse volume representa um crescimento de aproximadamente 4% em relação ao mesmo período de 2024, quando pouco mais de 266 mil passageiros passaram pelo local.
Para este ano, a expectativa é de 6.238 partidas de ônibus, um acréscimo de 3% em comparação a 2024, e 6.201 chegadas, representando um crescimento de 2%. Além disso, estima-se que 135.657 passageiros embarquem, um aumento de 3%, enquanto 140.175 passageiros desembarquem, um crescimento de 4% em relação ao ano anterior.
Os dias previstos de maior movimentação de embarques e desembarques de passageiros são sexta-feira (28/2) e sábado (1º/3), com mais de 34 mil e 31 mil passageiros, respectivamente. Já os dias de menor movimentação devem ser domingo (2/3) e segunda-feira (3/3), com cerca de 15 mil passageiros.
Segurança e mobilidade
Para garantir a segurança dos foliões e turistas, o governo de Minas, em parceria com a Polícia Militar e outros órgãos estaduais, reforçou a segurança em rodovias.
De acordo com os dados da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), até este sábado (1/3) o evento ocorre sem grandes incidentes.
“O planejamento integrado entre Estado, municípios e trade turístico tem sido fundamental para garantir um Carnaval seguro, estruturado e bem-organizado”, afirmou um porta-voz da instituição.
Além da segurança, a mobilidade urbana também foi ampliada. Belo Horizonte e outras cidades adotaram esquemas especiais de transporte público, com aumento da frota de ônibus e monitoramento das rodovias para facilitar o deslocamento dos turistas.
Da folia à espiritualidade
O Carnaval mineiro tem crescido não apenas em volume de foliões, mas também na diversidade de experiências. Além dos tradicionais blocos de rua, o Estado se destaca por outras manifestações culturais e pelo crescimento do turismo religioso e espiritual. O Carnaval da Tranquilidade tem levado muitos turistas a retiros espirituais, templos, igrejas e centros de meditação, reforçando Minas Gerais como um destino plural.
“O feriado de Carnaval se tornou um momento para quem busca não apenas a folia, mas também descanso, espiritualidade e contato com a natureza. Esse segmento está crescendo e movimentando também a economia local”, afirma Leônidas Oliveira.
Para quem deseja curtir a festa nos circuitos urbanos, Belo Horizonte segue como um dos principais polos do Brasil, com centenas de blocos de rua e programação para todos os gostos.
“O Carnaval de BH se consolidou como um dos maiores do país. Além dos blocos tradicionais, temos festivais que vão do axé ao sertanejo universitário, e eventos de música eletrônica, MPB e hip-hop, além de grafite, dança e performances urbanas. É um Carnaval democrático e acessível para todos”, ressalta Bárbara Braga.
Até o final da festa, o Observatório do Turismo de Minas Gerais realizará estudos para avaliar todas as camadas da economia criativa do Carnaval, considerando tanto o impacto do folião quanto o do turista. As atualizações são diárias e podem ser acompanhadas nos canais oficiais da Secult-MG e do Observatório do Turismo.
Do O Tempo
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