Os moradores de Brumadinho impactados pelo rompimento de barragem da Vale no último dia 25 finalmente foram procurados pelas autoridades e políticos. Na reunião da Câmara Municipal de Brumadinho, na última sexta-feira (8), estiveram presentes moradores, deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), integrantes da Comissão Externa das Barragens da Câmara dos Deputados, do Senado, do Ministério Público e da Defensoria Pública.
Os políticos e autoridades ouviram moradores da cidade, entre os quais produtores rurais, que foram impactados por rompimento da barragem de Feijão. Entre os deputados estaduais, participaram da reunião o 1º-vice-presidente da ALMG, deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB), as deputadas Beatriz Cerqueira (PT) e Andreia de Jesus (Psol).
Antonio Carlos Arantes enfatizou os três pedidos recebidos pelo parlamento mineiro para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a mineração. Ele destacou que, com os trabalhos desta CPI, será possível fazer cobranças à empresa. O parlamentar também ressaltou que continua a tramitar na Assembleia nesta legislatura o Projeto de Lei (PL) 3.676/16, de autoria da Comissão Extraordinária das Barragens, criada justamente em virtude do rompimento, em 2015, da Barragem de Fundão, da Samarco, empresa controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, em Mariana. Essa proposição, que aguarda parecer na Comissão de Administração Pública, estabelece regras mais rígidas para o licenciamento de barragens de rejeitos de mineração.
Marco regulatório
Segundo o deputado federal Zé Silva (SD-MG), que coordena a Comissão Externa das Barragens da Câmara dos Deputados, estão sendo colhidas informações para a elaboração de um novo marco regulatório da mineração. Em sua opinião, a legislação de 2010 precisa ser aprimorada. Os moradores presentes destacaram não só a dor causada pela perda de parentes e amigos, mas também a insegurança com relação ao futuro com a falta de infraestrutura e a possibilidade de que os empregos desapareçam na região. Eles denunciaram que a zona impactada extrapola as três comunidades próximas ao rompimento e reclamaram da ausência de representante da Vale na atividade.
Em seguida à reunião, o deputado Antonio Carlos Arantes e outras autoridades visitaram o Centro de Operações, que coordena as buscas por vítimas e está funcionando da Faculdade ASA, no município.
As informações são da ALMG.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias