Servidores e vereadores foram alvo na manhã desta quarta-feira (4) de uma operação conjunta entre Ministério Público (MPMG) de Minas Gerais e Polícia Civil para combater o desvio de dinheiro público na Câmara Municipal de Sete Lagoas. As investigações apontam que quase R$ 3 milhões foram desviados em um esquema a partir de empréstimos consignados contraídos por servidores sob orientação de vereadores junto à Caixa Econômica Federal, numa espécie de “rachadinha”.
Foram cumpridos, com autorização da Justiça, um mandado de busca e apreensão na casa de um dos suspeitos. A justiça ainda bloqueou de bens móveis e imóveis de investigados, estimados em R$ 2.960.362,74. Um pedido de prisão temporária de um dos investigados também foi feito pelo MPMG, porém não foi deferido pelo Poder Judiciário.
O nome das pessoas que foram alvo da operação e os endereços das buscas, no entanto, não foram revelados. O trabalho contou com a participação da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Sete Lagoas, do Grupo Especial dos Promotores de Justiça do Patrimônio Público (Gepp) e do Grupo de Apoio Operacional Policial (GOP), mobilizando dois promotores de Justiça, um delegado da Polícia Civil e seis policiais civis.
“Partes dos empréstimos consignados foram obtidos pelos servidores públicos. Era uma forma de desviar dinheiro público por meio de agentes públicos”, explica o promotor Fabrício da Fonseca. “Após a obtenção dos valores, eles eram repassados para alguns vereadores”, conclui.
As apurações, iniciadas em 2015, apontam também desvios provenientes de venda ilegal de férias. Para o MPMG, há indícios de que os investigados praticaram os crimes de associação criminosa, peculato, concussão, corrupção passiva e ativa e lavagem de bens, direitos e valores. A Câmara de Sete Lagoas ainda não se manifestou sobre o assunto.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias