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Visita de deputados a unidade de saúde revela descaso com transexuais

18/05/18 - 16:01
Foto: Guilherme Bergamini - Parlamentares da Comissão Extraordinária das Mulheres ouviram relatos de pacientes do hospital Eduardo de Menezes, primeiro ambulatório voltado a esse segmento da população
Foto: Guilherme Bergamini - Parlamentares da Comissão Extraordinária das Mulheres ouviram relatos de pacientes do hospital Eduardo de Menezes, primeiro ambulatório voltado a esse segmento da população

 

 

 

A primeira consulta de Beatriz Nascimento para avaliar seu projeto de transformação do corpo provocou emoção e lágrimas em quem presenciou seu depoimento. “É a possibilidade da realização de um sonho. Esse corpo não é meu. Eu sou mulher, sempre me senti mulher”, comemorou a jovem que tem deficiência auditiva.

 

O caso de Beatriz foi uma das muitas histórias comoventes contadas durante visita da Comissão Extraordinária das Mulheres da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ao Hospital Eduardo de Menezes, na Capital Mineira, onde funciona, desde novembro do ano passado, o primeiro ambulatório da rede pública do Estado para a população trans (transexuais e travestis).

 

A visita foi realizada pela presidente da comissão, deputada Marília Campos (PT), nessa quinta-feira (17), Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia. “É importante dar visibilidade a esse segmento da população e trabalhar para que seja ampliada essa política pública”, afirma a parlamentar.

 

O ambulatório foi implantado sem alterar a infraestrutura da instituição e sem recursos definidos. Mesmo assim, segundo a diretora do hospital, Thaysa Drummond, em seis meses de funcionamento, está atendendo 120 pessoas, das quais 70 homens trans e 50 mulheres trans. É fruto de uma parceria da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e da Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Minas Gerais.

 

Agendamento - O serviço é oferecido às quintas-feiras, por consultas agendadas pelo telefone (31) 3328-5000. O trabalho é realizado por uma equipe multiprofissional, composta por psiquiatra, endocrinologista, clínico, ginecologista, proctologista, enfermeiro, psicólogo e assistente social.

 

Inicialmente, o paciente recebe o acolhimento pelo assistente social e pelo psicólogo, que estabelecem um plano terapêutico para cada caso. “Não é busca de privilégio, é necessário oferecer um serviço diferenciado para um população que não contava com nenhum atendimento, que é excluída”, afirma Thaysa.

 

Histórias tristes de negação que podem acabar em mortes

 

André Marques começou o processo transexualizador há dois meses. Como Beatriz, está otimista com a oportunidade. Ele conta que há anos deseja fazer a transformação do corpo, mas que não conseguia tratamento na rede pública e não tinha dinheiro para financiar as opções particulares.

 

A falta de acesso aos serviços médicos já fez muitas vítimas, algumas delas que se submeteram a medicamentos ou intervenções clandestinas. “Já vi muita gente morrer em casa porque não quis se submeter às humilhações constantes e à negação do sistema de saúde”, lamenta a travesti Anyky Lima, presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual (Cellos).

 

A falta de acesso à população trans não se resume ao processo de transexualização. Segundo Anyky, é muito difícil algum médico ou posto de saúde aceitar atender, seja qual for a necessidade. Foi o caso de Lorena Paiva.

 

Em 2014, ela foi picada por um escorpião e, em função do acidente, uma bactéria acabou se alojando em sua coxa. Lorena passou seis meses buscando atendimento médico e só conseguiu no Hospital Eduardo de Menezes, quando seu membro já estava necrosado. “Tiveram que cortar a carne até o osso”, conta ela, que foi ajudada pela militante Anyky.

 

Para as pessoas que querem alterar o corpo, a dificuldade ainda é maior. Os hormônios, especialmente para homens trans, não são disponibilizados pela rede pública. As cirurgias, em Minas Gerais, são realizadas apenas em clínicas particulares. As dificuldades levam muitos a utilizarem produtos inadequados ou ir para outros estados em busca do tratamento.

 

Família - Por tudo isso, o ambulatório de Belo Horizonte é comemorado pelos pacientes assistidos. “Aqui é minha casa. Não é só um hospital, somos recebidos como por uma família”, elogia Anyky, que foi expulsa da própria casa aos 12 anos, em plena ditadura militar.

 

“São tratados como escórias sociais”, critica o coordenador especial de Políticas de Diversidade Sexual, Douglas Miranda. A coordenadoria é da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac).

 

Ele afirma que o objetivo do Governo é ampliar o atendimento à população trans também para outras unidades de saúde. Já estão sendo capacitados profissionais em dois centros de saúde de Belo Horizonte: Centro/Sul e bairro Aparecida. Também estão sendo estudados convênios e troca de informações com outros municípios e Estados.

 

O ambulatório atual já está recebendo residentes de medicina e de enfermagem e outros profissionais do Hospital Municipal Odilon Behrens para o atendimento aos trans.

 

Atendimento vai além da intervenção médica

 

O acompanhamento às trans no ambulatório do Hospital Eduardo de Menezes vai além dos cuidados médicos. Segundo a diretora, elas são acolhidas sem estigma. A instituição ainda não consegue ofertar hormônios, porque ainda aguarda credenciamento no Ministério da Saúde, mas faz a prescrição adequada dos medicamentos e das doses para cada paciente.

 

“Aqui no Eduardo de Menezes nossos pacientes são para sempre. Geralmente são pessoas com doenças crônicas, que são acompanhadas em todas as suas necessidades”, explica Thaysa Dummond.

 

A história do hospital já é diferenciada. Fundado em 1954, com o nome de Sanatório do Estado de Minas Gerais, recebia pacientes “indigentes” que não contavam com atendimento médico, antes da universalização proposta pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Naquela época, os doentes eram transportados em vagões de trens e despejados na instituição.

 

Aids - Na década de 1980, com a chegada da Aids ao Brasil, o hospital passou a atender também os soropositivos pobres. “Sempre lidamos com as minorias excluídas. Aqui é um espaço de resistência”, diz Thaysa.

 

Atualmente, o hospital é referência no atendimento em infectologia e dermatologia sanitária. Atende uma média de 4,5 mil consultas agendadas mensais. Possui 102 leitos, dez deles no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). A reportagem foi publicada no site oficial da ALMG.

 

 

Da Redação

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