O Registro dos Saberes, Linguagens e Expressões Musicais da Viola em Minas Gerais foi aprovado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) como patrimônio cultural imaterial. A preservação dessas particularidades, por meio do registro, tem grande importância pelos seus valores históricos, socioculturais e identitários para o estado. O reconhecimento possibilita preservar, valorizar e compreender o universo das violas.
“Com o reconhecimento da importância da viola como patrimônio de Minas Gerais, inicia-se uma nova etapa no trabalho do Iepha que se volta, agora, para a construção de políticas públicas de salvaguarda e valorização do saberes e expressões culturais diretamente relacionadas à tradição deste instrumento tão ligado às tradições mineiras”, enfatizou a presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), Michele Arroyo.
O Registro é baseado nos dados coletados em uma plataforma de cadastro, na qual o violeiro ou fazedor de viola pode ele mesmo preencher os dados. De acordo com o Iepha, algumas prefeituras disponibilizaram um ponto de apoio que os violeiros podem procurar para fornecer os dados necessários em formato de conversa, para que um funcionário coloque na plataforma, posteriormente.
O Iepha ressalta que a proposta é que a plataforma permaneça aberta continuamente. Com a aprovação do Registro como patrimônio, todos os violeiros e fazedores de viola que tiverem o cadastro serão reconhecidos pelo seu modo de tocar ou fazer o instrumento na história cultural de Minas.
Em Sete Lagoas, o coordenador do Centro Cultural Nhô-Quim Drummond (Casarão), Paulinho do Boi, lamenta que foram cadastrados pelo Casarão apenas 30 essa segunda-feira (18): “A cidade tem muito mais de 70 violeiros”, assegura o coordenador, que esclarece que o cadastramento continua sendo feito no Casarão de segunda-feira a sexta-feira, de 8h às 17h.
Resultado
Quinto bem cultural reconhecido como patrimônio de natureza imaterial do Estado, o Registro analisou neste primeiro relatório os cadastros realizados até janeiro de 2018 e constatou a existência de mais de 30 ritmos diferentes, a maioria pertencente ao universo de ritmos da chamada “música caipira”, com destaque para o Pagode. Alguns violeiros e violeiras também apontaram como ritmos Congado, Folia, Batuque, Catira, Cururu, Lundu e Chula, que se referem às bases rítmicas das expressões culturais correspondentes. Os tocadores também apontaram ritmos mais comuns no Norte de Minas, mais conhecidos como toques, tais como Inhuma, Ludovina, Lundu e Onça.
Por Ana Amélia Maciel
Sete Lagoas Notícias