O volume total de etanol comercializado pelas usinas do Centro-Sul nos mercados interno e externo em maio, segundo mês da safra 2018/2019, foi de 1,992 bilhão de litros, em comparação com 2,130 milhões de litros em igual período de 2017, recuo de 6,45%, informou hoje a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). As vendas sofreram impacto da greve dos caminhoneiros. Na segunda metade do mês o volume total comercializado foi de apenas 858 milhões de litros, ante 1,134 bilhão de litros na primeira quinzena de maio.
"Embora em plena safra e com produção crescente de etanol, as distribuidoras não conseguiam retirar o biocombustível nas usinas e destilarias", informou Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica. Segundo a entidade, nos dias de paralisação, as unidades deixaram de entregar 300 milhões de litros de etanol hidratado e 150 milhões de litros de etanol anidro. O volume acumulado total do combustível vendido às distribuidoras e exportado chegou a 2,726 bilhões de litros em dois meses da safra 2018/2019, alta de 25,26% ante os 2,176 bilhões de litros de igual período de 2017/2018.
O volume de etanol vendido pelas usinas às distribuidoras no mercado doméstico no Centro-Sul atingiu 1,880 bilhão de litros em maio (1,087 bilhão na primeira quinzena e 793 milhões na segunda metade) e acumula 3,748 bilhões de litros na safra 2018/2019 até dia 1º de junho. Os volumes representam queda de 6,2% em relação ao total de 2,005 bilhões de litros vendidos em maio de 2017 e aumento de 3,3% sobre o volume acumulado comercializado até igual período da safra 2017/2018 no mercado interno, de 3,628 bilhões de litros, informou a Unica.
As vendas de etanol hidratado combustível cresceram 13,83% em maio sobre o mesmo período de 2017, de 1,213 bilhão para 1,380 bilhão de litros. Com o resultado, as vendas totais de hidratado na safra têm alta de 25,26% entre os períodos para 2,725 bilhões de litros. As vendas totais de anidro recuaram 33,3% se comparados os mesmos meses de 2017 e 2018, para 612 milhões de litros e caem 29,9% no acumulado da safra, para 1,182 bilhão de litros.
A exportação total de etanol atingiu 112,230 milhões de litros em maio, queda de 10% contra os 124,756 milhões de litros no mesmo mês do ano passado. No acumulado da safra 2018/2019, as exportações totais de etanol recuam 31,6%, para 160 milhões de litros, ante 233,8 milhões de litros em igual período de 2017/2018.
Contradição
O site de pesquisas Mercado Mineiro apurou que o diesel só caiu R$ 0,27, e não os R$ 0,46 que o governo prometeu aos caminhoneiros durante a greve. O levantamento, feito em 121 postos da Região Metropolitana de Belo Horizonte, compara os preços médios entre 18 de maio, antes da greve, com os praticados até 10 de junho, depois da paralisação.
Embora tenha caído menos do que o esperado, o diesel está mais barato. Já a gasolina e o etanol ficaram cerca de 7,5% mais caros no mesmo período. Antes da greve, a gasolina custava, em média, R$ 4,53, e o etanol, R$ 2,87. Agora, estão custando R$ 4,87 e R$ 3,09, respectivamente.
O presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, explica que a tendência é de estabilização do etanol e novos aumentos para a gasolina. “O preço pago ao produtor, sem impostos e sem frete, está variando entre R$ 1,68 e R$ 1,69. Antes da greve, estava em R$ 1,64. Já a gasolina continua com os reajustes diários, o que será agravado com as questões do aumento do dólar”, disse ao Portal O Tempo, da capital mineira.
Porém, nenhum dos combustíveis estão livres de novos aumentos. “O tabelamento do frete anunciado pelo governo é uma medida totalmente inflacionária e que vai afetar toda e qualquer mercadoria transportada por um caminhão, inclusive os próprios combustíveis devem sofrer repasses, pois o frete ficará mais caro”, complementa.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias