Buscando trazer mais informações para esclarecer e facilitar a escolha do voto dos nossos leitores, estamos publicando os destaques das entrevistas realizadas com os candidatos a prefeito de Sete Lagoas, realizadas no Programa Bate Papo, com Juninho Sinonô, e transmitidas em tempo real pela Musirama FM e pelo portal do Sete Lagoas Notícias. O segundo entrevistado é o candidato Duílio de Castro (PATRIOTA), da coligação “Unidos para Sete Lagoas continuar avançando”, composta pelos partidos PODE, PSC, PSDB, PATRIOTA, REPUBLICANOS, PP, PDT, PV e SOLIDARIEDADE.
Duílio, que é o atual prefeito de Sete Lagoas, já foi eleito como vereador e em 2010 foi eleito Deputado Estadual. Formou-se em Eletrônica e Eletrotécnica e em Administração. Ele assumiu o início do mandato como vice, mas após o prefeito do munícipio, Leone Maciel entregar o cargo, Duílio assumiu a prefeitura e agora irá tentar a reeleição.
JS: Por que ser candidato a prefeito de Sete Lagoas?
Duílio: “A gente tem um sonho que é viver em uma cidade bonita, gostosa de se viver e que dê orgulho de morar nela. E começou a fazer um trabalho que toda a população esperava, que é transformar a administração pública política em gestão pública, com responsabilidade. E o principal, a gente precisa reconstruir Sete Lagoas, porque, com essas divergências, essas brigas políticas que ocorreram nos últimos vinte anos, quem saiu perdendo foi a população de Sete Lagoas. Por isso quero ser candidato. Tenho um filho com vinte e três anos, engenheiro, que não depende Prefeitura para viver. Aliás, foi uma das coisas que fiz questão nesse período em que estou prefeito: não levar nenhum parente para dentro da Prefeitura. Quero fazer de Sete Lagoas uma cidade de cara nova e, lógico, usando a experiência que tenho no auge dos meus cinquenta e seis anos de idade e colocar isso em função da população local, para melhorar a vida das pessoas e trazer mais qualidade de vida a todos que aqui moram. E com a experiência que tenho de dez anos de vereador, sendo dois deles como presidente da Câmara, além de ter sido vice-prefeito, agora prefeito, tudo isso é uma somatória de experiências a ser colocada em favor do crescimento da cidade. Sou formado em Administração de empresas, pós-graduado em políticas urbanas e com experiência em empreendimentos no mercado da iniciativa privada. Toda essa minha biografia mostra que tenho capacitação necessária para fazer mais e ajudar a reconstruir Sete Lagoas.”
JS: Quem é o seu candidato a vice-prefeito e por que você o escolheu?
Duílio: “Primeiramente vou deixar bem claro aqui que o meu vice, Dr. Euro Andrade, tem dois fatores muito importantes e preponderantes para que eu fizesse essa escolha. Ele foi vereador por quatro anos e tem uma larga experiência na Câmara Municipal, o que é um fator facilitador para intermediar a relação entre Executivo e Legislativo. Mas, o ponto principal é que ele é médico, com mais de trinta anos de carreira como Pediatra. É lógico que a Saúde é um ponto fundamental na vida de todos; é uma das pastas mais importantes da administração pública, porque sem saúde não somos nada. É uma das políticas públicas que devemos acompanhar mais de perto e tendo um médico experiente para nos ajudar a administrar, fica mais fácil. Não quero um vice-prefeito como muitos foram. Quero um vice-prefeito que seja um segundo prefeito; um vice que trabalha, que conheça, principalmente, a área de Saúde de perto, para que juntos possamos fazer melhor do que estamos fazendo. Para se ter ideia, temos mais de cinquenta programas de saúde da família, temos hospitais, P.A., Upa, então, precisamos de alguém que entenda bem do meio e se tivermos um médico experiente, atuante, isso vai nos ajudar muito dentro na administração pública. Por tudo isso temos a satisfação de ter o Dr. Euro de Andrade como vice-prefeito na chapa, para fazer Sete Lagoas avançar mais ainda.”
JS: Por que o eleitor deve escolher você como futuro prefeito de Sete Lagoas?
Duílio: “Conheço bem a máquina pública e tive a oportunidade de mostrar que posso fazer diferente, ao invés de fazer administração política, fazer uma administração com gestão pública e com responsabilidade. Com um ano e quatro meses, que é o tempo em que estamos lá, demos um choque de gestão que produziu resultado ao ponto de as pessoas andarem nas ruas e observarem a diferença que é uma administração com gestão pública. Queremos que isso tenha continuidade, para que não haja interrupção desse modelo de gestão pública que estamos implantando, que passa por dar prioridade ao funcionário público. Recebemos a Prefeitura de Sete Lagoas com três folhas de salário em atraso e colocamos em dia, valorizando o funcionário público e ao mesmo tempo injetando dinheiro na economia privada, que gera empregos. Interromper esse processo que está dando certo seria um retrocesso muito grande para a cidade. Queremos que a gestão que já mostramos em um ano e quatro meses possa seguir por mais quatro anos e fazer uma transformação que Sete Lagoas jamais viu em sua história.”
JS: Qual é o seu projeto de retomada da economia e aquecimento do comércio local, após esse período tão deficitário para o comércio de todo o País?
Duílio: “Nós já iniciamos isso quando colocamos como prioridade o pagamento dos salários atrasados em dia. No final do ano passado colocamos isso como nosso choque de gestão e injetamos mais de R$ 60 milhões no mercado. Isso mostra a importância da economia dentro da administração pública, da gestão com muita competência, com austeridade para poder fazer o aquecimento da economia privada e precisamos avançar nisso. Para esse avanço ocorrer vamos fazer uma coisa aqui, é a desoneração dos impostos. Temos um IPTU caro, injusto, que foi praticado por administrações passadas e que nós iniciamos um trabalho, através do Conselho Gestor Superior da Administração, que implantamos através da CDL, CDI e outros órgãos relativos ao comércio, FEMM, OAB, em fase bem adiantada, para fazer essa redução dos impostos de Sete Lagoas. Acreditamos que é diminuindo que você arrecada mais. Devemos mudar essa cultura do Brasil que aumentar impostos arrecada muito. Só para se ter uma ideia, em números, tínhamos uma receita prevista no ano passado de arrecadação de R$ 779 milhões e uma despesa prevista de R$ 789 milhões, gerando um saldo negativo de R$ 10 milhões. Conseguimos elevar a nossa receita de R$ 779 milhões para R$ 845 milhões, sem aumentar impostos e conseguimos pegar uma despesa que estava prevista de R$ 778 milhões e diminuí-la para R$ 646 milhões; isso deu o superávit de quase R$ 200 milhões e foi o que nos possibilitou colocar os salários dos servidores em dia, dar 12% de aumento do funcionário, já que 56% ganhavam menos que o salário mínimo e ainda fazer o que estamos fazendo, avançando Sete Lagoas que há, talvez, vinte anos estava sem tem tanta obra. Mas precisamos avançar mais, dando incentivos às empresas, desonerar esses impostos para incentivar a geração de novos trabalhos. É uma meta que está dentro do nosso plano de governo, gerar o primeiro emprego para jovens, para mulheres acima de quarenta anos e para ajudar na ressocialização daquelas pessoas que cometeram um delito, incentivando as empresas para que possam gerar mais emprego, gerar renda e melhorar economia pós-pandemia.”
JS: Um problema que será agravado agora é a questão da informalidade. Qual é o seu plano para os ambulantes e os autônomos irregulares?
Duílio: “Quando falo de economia informal estão inclusas a costureira que trabalha dentro de casa, a mulher que produz doce, aquelas pessoas que de uma maneira ou outra participam da força de trabalho da economia e muitas vezes são pessoas ocultas. Quanto aos ambulantes, é importante destacar que já iniciamos um trabalho e está aberto a qualquer ambulante que quiser se cadastrar, porque temos uma lei para cumprir que não é da minha gestão. Uma lei que proíbe ambulantes em SL e nada desorganizado funciona. Vamos organizar o ambulante de Sete Lagoas, a economia informal. Podemos falar, com muita propriedade, que quando fomos vereador pela primeira vez, tínhamos aqui os “perueiros” dentro SL e era uma brigaiada [sic] de kombi e van carregando para baixo para cima as pessoas. Na época entramos com o anteprojeto-de-lei para regularizar o transporte público e o transporte cooperativo. Foi uma contribuição muito grande para a cidade; nós organizamos o transporte que era ilegal. No caso dos ambulantes é a mesma coisa, precisamos regularizar essa questão porque são pessoas que dependem daquilo para sua sobrevivência, mas, desde que não estejam na porta de uma loja que paga impostos, paga aluguel, gera renda, gera trabalho, concorrendo com esse comerciante, sem pagar impostos e vendendo o mesmo produto. Por isso que é importante regularizar. Aí tem também o ambulante vendendo cachorro-quente, a mini pizza, churrasquinho onde já é produzido. Isso a Vigilância Sanitária precisa acompanhar porque tem que trazer segurança para a população que consome esses produtos. Hoje estamos vendo e muitas vezes por disputa política, vans chegando lotadas de pessoas que vêm de fora trabalhar aqui como que se não tivesse organização. Quem quiser ver de perto o que que tá acontecendo em Sete Lagoas é só ir atrás da rodoviária. Precisamos de uma cidade organizada, uma cidade turística que as pessoas possam trabalhar e com a organização do poder público.”
JS: O que você pretende fazer na Rede Pública de Ensino Municipal, caso seja eleito?
Duílio: “Nós já iniciamos esse trabalho de melhorar a Educação. Minha mãe ficou viúva com oito filhos, sem pensão. Ela falava uma frase que até hoje eu não esqueço: ‘Nasceu pobre, quer mudar sua vida? É só através da Educação’. Esse é o caminho para mudar a vida das pessoas. Nós precisamos melhorar o Ideb de Sete Lagoas, para dar condições aos nossos filhos de terem oportunidade de mudar a vida através da Educação. E para isso temos que fazer a informatização das escolas. Hoje tem quadro tridimensional, tecnologia, alguns programas e administrações para consultar o gerenciamento de Educação. Existem programas que nos mostram como gastar menos e investir mais em Educação, de forma eficiente. Para investir mais em Educação vamos fazer o que já iniciamos, um choque de gestão. A Lei de Responsabilidade Fiscal fala que temos que gastar 25% com a Educação. Precisamos avançar mais, precisamos de mais escolas de tempo integral, de mais vagas nas creches, principalmente para as mães deixarem seus filhos e irem buscar o sustento da casa. Temos muitas mães solteiras, separadas, mulheres acima de vinte, quarenta anos que não têm oportunidade de ter um trabalho por não terem com quem deixar seus filhos. É uma das principais metas nossas, além de ampliar o número de escolas de tempo integral, queremos criar mais vagas nas escolas de tempo integral, para que as mães tenham a tranquilidade de saber que seus filhos serão bem cuidados, estarão aprendendo, enquanto trabalham. Quero reforçar isso dentro do nosso plano de governo que é fortalecer a Educação, melhorar o ensino e qualificar os profissionais da Educação.”
JS: Um dos setores mais afetados pela pandemia foi a Educação. Como, se for eleito, pretende adaptar o acesso dos alunos à rede municipal de ensino após a pandemia, levando em conta o ensino à distância e a falta de recurso das maiorias dos alunos e dos professores?
Duílio: “Quero deixar bem claro que a Educação e a Saúde são prioridades dentro de uma gestão. Quanto à Educação, a maioria das cidades do Brasil, na pandemia, mandou embora os contratados da Educação, deixando muita gente desempregada ou reduziu o salário deles em 50%. Nós, pelo contrário, fizemos questão de manter o contrato com todo profissional da Educação, para não provocar um caos mandando todas essas pessoas embora. Como eles iriam sobreviver desempregados, em plena pandemia? Temos que olhar além da Educação, o lado social. Colocamos a Educação à distância, com acompanhamento tanto para as mães como para os alunos. Desenvolvemos modelo onde os alunos têm as aulas e exercícios através da rede digital. Compramos chips para os alunos que não tinham condições e colocamos os professores dentro das escolas para tirar dúvida das mães dos alunos para tentar fazer uma distância com maior qualidade. Compramos quinze mil mochilas, com todos os materiais necessários para os alunos e entregamos sessenta mil cestas básicas para acompanhar os alunos que tinham na escola a primeira e, às vezes, a única refeição do dia. É lógico que esperamos que a pandemia não dure tanto é já tínhamos desenvolvido um trabalho que seria o aluno ter 50% de aula presencial, com toda a parte de segurança, com distanciamento; desenvolvido um projeto, mas, estamos aguardando, talvez podemos usar ano que vem. Estamos preocupados porque é uma pandemia e não sabemos quanto tempo vai durar.”
JS: As últimas gestões focaram apenas em tapar buracos e colocar a folha de pagamento em dia. Caso seja eleito, você pretende fazer algo diferente que priorize o real desenvolvimento da cidade?
Duílio: “Tem um ano e quatro meses que já estamos fazendo isso. Sou o prefeito que aplicou o maior recurso financeiro da história de Sete Lagoas, não em tapa-buraco; estamos é reconstruindo as ruas Sete Lagoas. Como eu disse, peguei a cidade, infelizmente, financeiramente destruída e uma cidade com as ruas mais ainda. Muito buraco, muito mato e depois que assumi, há um ano e três quatro meses atrás, adotei um choque de gestão para reconstruir Sete Lagoas. Com isso, 80% das ruas da cidade já estão reconstruídas. Precisamos dar uma manutenção nas ruas e colocá-las em condição transitável e já começar a trocar o asfalto da malha viária. Já fizemos isso na avenida Renato Azeredo, no bairro Jardim Primavera, no Bela Vista. Acabamos de asfaltar todos as ruas do bairro Verde Vale. Estamos drenando e asfaltando as ruas do bairro Padre Teodoro. Se você for à rua João do Vale, no bairro Boa Vista, perto da siderúrgica, verá que estamos drenando e vamos pavimentar. Bem como em frente à Escola Técnica, onde fizemos uma grande rotatória e estamos fazendo a outra grande rotatória necessária ao sistema viário para escoamento de produtos às empresas na rotatória da Barbosa Melo. E agora estamos jogando asfalto novo, interligando essas duas rotatórias. Estamos estreitando 2m de cada lado na rotatória de frente à Escola Técnica até a rotatória da UPA; vamos estreitar para alargar aquela pista. Já colocamos asfalto novo nas ruas Goiás, Santa Catarina, Piauí, Beco José Félix, Professor Abeylard; estamos caminhando pelo sentido da Estiva, fazendo asfalto e em várias ruas da cidade. Se ficarmos falando uma hora é pouco para o tanto de obras que estamos fazendo pela cidade, principalmente já fazendo aquilo que as pessoas querem, acabar com tapa-buraco e reconstruir as ruas. Às ruas que são mais urgentes, estamos dando prioridade, mas, o projeto que está dentro do plano de governo é substituição da infraestrutura das ruas. Em Sete Lagoas há 150 anos atrás foi construída a malha asfáltica. Não conseguimos em um ano e quatro meses fazer tudo, mas, já avançamos muito. Sabemos que tem muito o que fazer ainda e esperamos que nos próximos quatro anos tenhamos condições de entregar muito mais e termos uma cidade preparada para receber as empresas e o turismo, gerando mais renda, mais empregos e qualidade de vida para os moradores.”
JS: Segundo dados recentes existem hoje na cidade mais de duzentos moradores de rua. O que será feito a respeito?
Duílio: “Nós já estamos trabalhando nesse sentido e já diminuiu bastante esse número e isso não é um problema localizado em Sete Lagoas. Quem for a Belo Horizonte ou a outras grandes cidades vai encontrar moradores de rua. Estamos fazendo um trabalho que é o Acolher. Aquelas pessoas que moram na rua só moram porque querem. O Acolher tem lugar para dormir, tomar banho, tem alimentação. Então, precisamos continuar fazendo um trabalho de conscientização, de aproximação, e isso estamos fazendo. Estamos fazendo um trabalho de convencimento dessas pessoas que a rua é gostosa, mas, é para lazer, passear e não para morar. Outro fator muito importante é além de convencer essas pessoas a saírem das ruas, elas fazerem um tratamento contra o álcool e drogas, mas, também têm pessoas que não são dependentes químicas e são viciadas em viver nas ruas. Precisamos dessa aproximação, deste trabalho que é feito por psicólogos e por assistentes sociais. De um trabalho de acompanhamento mais de perto, para mostrar que têm caminhos melhores, arrumar a ressocialização dessas pessoas junto às suas famílias, arrumar trabalho para essas pessoas e mostrar para elas que isso é possível, desde que estejam dispostas a mudar de vida. Esse convencimento se faz é com trabalho, com muita paciência e com muita dedicação, com pessoas que estão preparadas para lidar com essa causa. Aproveito para agradecer a todos os nossos funcionários públicos que se dedicam a essa causa.”
JS: Quais as ideias para aprimorar o DLO que o Departamento de Licença de Obras já que, hoje, para aprovar qualquer obra, por menor que seja, não se consegue aprovar em menos de 30 dias e um loteamento não demora menos que um ano?
Duílio: “Já iniciamos a informatização do DLO. O alvará, hoje, fica pronto com três a quatro dias. Começamos um choque de gestão quando assumimos a Prefeitura Municipal. Ela estava gastando 57% de tudo que arrecada com folha de pagamento e com mais de seiscentos cargos de confiança. Exoneramos todos e pegamos dezessete secretarias e as transformamos em apenas sete; está bom demais, está funcionando. Temos uma proposta de criar a Secretaria da Mulher, para tomar conta de uma categoria, de uma parte da sociedade muito importante que é a mulher. Implantamos o DLO online, onde as pessoas podem tirar seu IPTU, segunda via de alvará, obter algumas informações de loteamento; estamos interligando. Mas, dentro do nosso plano de governo queremos fazer um fazer o Centro Administrativo que, inclusive, já está projetado, com 20 mil m2. Vamos construir sem gastar dinheiro, igual estamos fazendo com muitas parcerias na cidade. Vamos ganhar o terreno no loteamento que estamos aprovando ali, na Cerâmica Setelagoana e vamos concentrar toda a administração, para economizarmos quase um milhão por mês no custo operacional de, por exemplo, o motorista para levar o secretário em algum outro lugar. O custo operacional da máquina é muito grande e precisamos fazer um choque também no custo operacional da máquina e o jeito é construindo esse Centro Administrativo. Isso nos dará condições de cair de 57% com gastos com funcionário para 47%. Vamos enxugar mais para fazer uma coisa que é muito importante, melhorar o salário do funcionalismo público. Temos, hoje, um técnico de Enfermagem que ganha salário de R$1.050, assim mesmo porque que eu dei 12% de aumento. É injusto com esse profissional que se dedica aos sábados, domingos, feriados ganhar um salário desse. Precisamos enxugar a máquina, para poder melhorar o salário dos funcionários.”
JS: Como estão as finanças da Prefeitura e como está a situação dos funcionários públicos que ainda não receberam os seus acertos?
Duílio: “O setor de Finanças da Prefeitura está muito bem planejado e organizado, haja visto que assumimos a Prefeitura com três folhas de salário atrasadas, temos uma dívida enorme que é o acerto dos funcionários que foram mandados embora, os que saíram, que romperam um contrato, os que se aposentaram; os 7.800 funcionários têm direito a esses acertos. Estamos pagando o salário em dia, que é obrigação do gestor. É obrigação, sim, agora pagar adiantado igual estamos fazendo e pagar dívida atrasada que outros deixaram, não é obrigação. Pegamos uma Prefeitura quebrada, financeiramente, e a recuperamos, a ponto de poder pagar salário antecipado, então, o nosso planejamento está muito bem. Além de pagar antecipado o salário, estamos injetando dinheiro no mercado que está gerando emprego. Estamos fazendo a maior reconstrução de ruas, capinando as ruas dos bairros e pintando também. Muitos deles receberam a pintura com tinta, não com cal, porque com a primeira chuva leva embora. Estamos valorizando os bairros que nunca tiveram o seu direito. Antigamente, o que se via era o centro da cidade capinado, varrido, pintado. Hoje os bairros estão recebendo o mesmo tratamento do centro da cidade. Além de três salários atrasados, recebemos uma dívida de R$ 26 milhões, aproximadamente, que são os acertos que os prefeitos de administrações passadas não reconheceram e já pagamos 5.200 acertos e, agora, dentro do nosso cronograma, está previsto para, no máximo até dia 10, estarmos pagando mais quase mil funcionários, chegando em aproximadamente seis mil acertos. Atrasou um pouco, mas, ninguém previa seis meses de chuva, quatro tempestades e só na primeira tempestade caíram mais de duzentas árvores em Sete Lagoas e muito menos contávamos com Covid-19. São gastos extra-orçamentários. Não fosse isso, já tínhamos acabado de pagar essa dívida toda de outras administrações, que fazemos questão de deixar claro que as reconhecemos e assumimos que vamos pagar.”
JS: Como será a questão da terceirização da Upa, caso você seja eleito?
Duílio: “Eu quero deixar bem claro que a terceirização da Upa não é a terceirização do sistema de Saúde e, sim, terceirizamos a administração, a gestão da Upa. É um teste, para ver se vai melhorar. Se não melhorar, a gente volta atrás. A gente tem que experimentar para ver se é possível. Nossa preocupação maior é melhorar a Saúde. Assim como na pandemia do Covid-19 em que muitas prefeituras aplicaram os recursos que chegaram, cada um toma sua decisão. Não fiz isso de maneira errada, como montar aqueles grandes hospitais de campanha, comprar equipamento e não usar. Pelo contrário, fizemos um plano de contingência, dentro de um planejamento, aplicamos os recursos dentro da estrutura física dos hospitais, da Upa, do Hospital Nossa Senhora das Graças, do Municipal. Quando assumi a Prefeitura, tínhamos vinte e três leitos de UTI, onze no Municipal, sem hemodiálise e sem ultrassom e doze no Hospital Nossa Senhora das Graças. Hoje passamos de vinte e três para sessenta e oito leitos de UTI. Crescemos quase 200% o nosso índice de ocupação que era sempre 95%, 100% e caiu para menos de 50%. Sete Lagoas é a cidade com menor índice mortes por Covid. Isso entre 200 e 300 mil habitantes e quer dizer que as nossas ações e o nosso investimento na Saúde têm dado resultado. Precisamos avançar mais e é por isso que precisamos de um médico ao nosso lado com a experiência Dr. Euro Andrade, para nos ajudar a melhorar a área da Saúde. Quando assumi a Prefeitura, tínhamos cinquenta programas Saúde da Família e em quase vinte deles não tinha médico. Hoje temos médico em todos os programas Saúde da Família. Temos o hospital que é modelo, fomos elogiados até pela Comissão Panamericana de Saúde que esteve visitando Sete Lagoas no enfrentamento ao Covid-19. Isso mostra que as ações que tomamos estão dando resultado. Precisamos dar qualidade de prestação de serviço que é o que queremos mudar com essa gestão da Prefeitura de política para a gestão administrativa.”
JS: Caso seja eleito, o que pretende fazer pela saúde primária?
Duílio: “A saúde primária é muito importante. Só para as pessoas entenderem, temos a saúde primária, a secundária e a urgência e emergência. A primária é no bairro, com os programas para a Família, que acompanha aquelas pessoas que têm diabetes, hipertensão, etc. São pessoas que precisam de um acompanhamento médico. Essa atenção primária tem que funcionar muito bem para que desafogue a parte de urgência e emergência, os hospitais, como a Upa e o Hospital Municipal. Temos que qualificar e preparar mais essas pessoas e médicos, para evitarmos sobrecarga da urgência e emergência. Quando a saúde primária funciona bem, evita gastos com remédio, uma cirurgia, com UTI, porque às vezes a pessoa não tem um acompanhamento correto na atenção primária e o caso se complica. Então, é bom que as pessoas entendam e nos ajudem, de forma que se tiver alguma coisa errada, se não receberem tratamento adequado, um trabalho com presteza e qualidade, que traga essas informações, para que possamos mudar isso. Precisamos é que a atenção primária funcione, para não gastarmos mais ainda na emergência.”
JS: O que tem a dizer a respeito do antigo projeto do Olho Vivo e sobre a questão da atual sede do Corpo de Bombeiros que é cedida pela Prefeitura?
Duílio: “A Prefeitura é o maior parceiro de Segurança Pública. Aliás, Segurança Pública, dentro da Constituição Brasileira, é obrigação do Estado. Mas, isso não quer dizer que a Prefeitura não possa ser parceira. Quando assumimos, começamos a reestruturar a Guarda Municipal. Arrumamos um local adequado, uma sede para a Guarda. Nenhuma pessoa trabalha bem sem motivação. Então, arrumamos uma sede nova e compramos armamento. Agora estamos em fase de fazer o treinamento para que eles possam andar armados e já compramos carros e agora estamos necessitando do modelo que a Polícia Militar, com giroflex, com toda a estrutura de rádio para atender à Guarda Municipal, mas, eu quero falar de uma coisa muito importante. Estamos criando a Superintendência Independente para a Guarda Municipal e é nossa visão criar um plano de carreira para a Guarda Municipal. É outro fator, além de armados e treinados e capacitados precisamos fazer um plano de carreira e melhorar o salário da categoria. Só dar uma ideia da necessidade de termos uma reforma administrativa, um comandante da Guarda que trabalha sábado, domingo, à noite, qualquer hora, não tem salário diferenciado. Ele é comandante da Guarda e não tenho subcomandante da Guarda e ganha igual soldado. Não estou desmerecendo aos demais, mas ele trabalha mais e por questão hierárquica, precisa ser feito isso. Então, dentro do nosso plano para a Guarda Municipal criando a Superintendência Independente, com plano de carreira se poderá, inclusive, pagar periculosidade. É um direito da categoria. Esse ano eleitoral atrapalhou essa questão, porque algumas coisas não podem ser feitas nesse período. A Segurança Pública precisa de integração entre as Polícias Civil, Militar e Guarda Municipal, para ajudar a trazer mais segurança nas portas das escolas, nas ruas. A Guarda é um fator primordial, hoje, para ajudar às Polícias Civil e Militar no combate à marginalidade e gerar mais segurança para a população.”
JS: Qual será a parcela do município no que diz respeito à responsabilidade de manutenção da segurança e como será a sua relação com as outras polícias, bombeiros, militar?
Duílio: “A relação com as outras polícias são muito boas. Fizemos convênio com o Corpo de Bombeiros e a Prefeitura arrumou a sede da corporação. É bom deixar bem claro à população do Nova Cidade que quem doou o terreno para construir o quartel da Polícia Militar foi a Prefeitura de Sete Lagoas e ainda temos um convênio de R$ 3 milhões com a PM, para ajudar na Segurança Pública. A minha relação com Dr. Paulo, da Polícia Civil, é muito respeitosa e amiga, porque precisamos dessa integração para que a população tenha uma Segurança Pública de qualidade. Temos hoje uma boa relação entre a PM, PC e GM, e a Prefeitura é a maior parceira desses órgãos de Segurança Pública. Dentro da relação de Segurança Pública, o propósito principal é colocar um Olho Vivo para segurança dos comerciantes, nas ruas Policena Mascarenhas, Santa Juliana, Professor Abeylard, para trazer tranquilidade aos comerciantes e moradores. Isso está dentro do nosso plano de governo que visa trazer mais segurança para quem vem de fora e para os moradores da cidade.
JS: Como você pretende explorar, caso eleito, o turismo da cidade?
Duílio: “Temos três potenciais que são importantes e que a população deve conhecer. Sete Lagoas é uma cidade com vocação para a área industrial, é o quinto entroncamento logístico e a décima economia do Estado de Minas Gerais. A outra vocação que temos é transformar Sete Lagoas numa cidade educacional. Contando as faculdades e universidades existem aqui, a vinda da área de Saúde através da Psicologia, Odontologia, Medicina, Sete Lagoas está se transformando numa cidade educacional. Então, todo nosso trabalho é para explorar agora o turismo, que é o melhor dinheiro. As pessoas vêm gastar dinheiro no posto de gasolina, restaurante, levam um presente, andam à beira da lagoa, batem foto e é por isso que precisamos dar um banho de loja à cidade. Precisamos mudar a infraestrutura local, colocar o sistema viário em condições de atender bem ao turista. Treinar e capacitar as pessoas para receberem bem o turista e isso já iniciamos. O que muitos estão prometendo, já estamos fazendo. Em segundo momento é buscar empresas para investir no turismo local. Esse é um trabalho com planejamento e no nosso planejamento vamos fazer a recuperação financeira da Prefeitura, para depois fazer a recuperação física da cidade. Estamos estruturando para Sete Lagoas virar uma cidade turística. Como já disse, é o melhor dinheiro; é um dinheiro limpo, que gera riqueza, gera renda e trabalho para os nossos filhos.”
JS: Caso seja eleito, há algo pensado para os pontos históricos e culturais tradicionais como a Casa da Cultura, Casarão e como vai tratar de assuntos problemáticos como tombamento do Cine Rivelo que se arrasta por anos, sem solução?
Duílio: “Aliás, esses são pontos importantes para o turismo. A Gruta Rei do Mato é a única Gruta viva em formação visitável do Brasil. Precisando pegar a Serra de Santa Helena que é um cartão-postal e ocupá-la, sustentavelmente, porque lá têm os minhoqueiros, pessoas que exploram cristal, pessoas que vão usar droga muitas vezes, pessoas que vão fazer desordem. Precisamos ocupar a Serra, mas, com sustentabilidade na visão desses pontos turísticos. Acabou de chegar o Memorial de Zacarias, que foi um grande artista da Rede Globo e que o Brasil inteiro conhece, ele é importante para o turismo local. Precisamos pegar esses pontos e fazer um circuito turístico, para que o turista que chegar aqui tenha um dia inteiro para visitação desses circuitos. Importante esse tombamento do Cine Rivelo, que foi o cinema Ferrari. Inclusive, já mandamos um projeto para fazer ali um teatro, através do Fundo de Cultura. Já está em Brasília e com a iniciativa privada, nem é com o dinheiro público. Estamos olhando todos os pontos importantes para serem explorados. Quem anda em volta das lagoas hoje já viu uma coisa diferente. Vamos trabalhar intensamente para fazer uma iluminação nova na cidade, nas avenidas, na entrada da cidade. Todo mundo fala que a entrada da cidade é feia. Vamos fazer a entrada de Sete Lagoas ficar bonita. Vamos recapear a entrada, colocar asfalto novo, fazer as ondulações, colocar grama, flores, trocar a iluminação das avenidas, das praças, das lagoas, colocar iluminação de led e assim gastar menos, ou seja, economizar iluminando mais. Isso é planejamento. Importante deixar bem claro que estamos com planejamento na Prefeitura para cada pasta, cada Secretaria. Não estamos administrando politicamente. Por isso que muitas vezes na minha gestão tive que implantar medidas duras. E, hoje, estamos colhendo o resultado do choque de gestão.”
JS: Quais suas considerações finais ao povo de Sete Lagoas?
Duílio: “Primeiramente eu queria agradecer a oportunidade de poder vir aqui e esclarecer os fatos, porque temos aí um fake news que pega a rede social e a transforma em uma verdadeira bagunça antidemocrática, levando informações que não são verídicas. Eu não sei falar bonito, eu sei fazer bonito, que é trabalhar, e quando eu falo fazer bonito, foi a partir de quando assumi a cadeira de prefeito; eu era vice-prefeito e o vice não tem as informações e nem tem poder de tomar decisões. Muitas vezes eu poderia sugerir e isso poderia ser acatado ou não pelo gestor. Mas, a hora em que eu assumi como gestor me tornei funcionário ou empregado do povo. Eu ando no meu carro, eu pago ao meu motorista, o óleo que gasto sou eu que pago, não levei ninguém da minha família pra trabalhar dentro da Prefeitura. Eu tenho que trabalhar, tenho que fazer jus à confiança que a população depositou em mim. Por isso eu levanto às 5h, saio de casa às 6h30 e vou trabalhar e muitas vezes trabalho 16, 18 horas por dia, vou às obras, queimo no sol. Às vezes a pessoa me vê de colete, porque eu me considero funcionário público. A população me paga para ser prefeito e não sou prefeito de ficar atrás de mesinha assinando papel. Sou prefeito de queimar no sol, de colocar colete e botina e se está faltando água, estou lá, presente, para tentar resolver. Se a Rede Globo vem aqui, o MGTV, vou lá e boto a minha cara, porque se tem problema, tenho que tentar achar solução. Sou prefeito da cidade, melhor, estou prefeito da cidade; essa é minha responsabilidade. Queria agradecer a todos os funcionários públicos. Eu jamais faria isso se não tivesse uma equipe de trabalho tão boa que é um funcionário público. A vocês, funcionários públicos, o meu muito obrigado. E à você, mulher, que faço homenagem, através de Paula Fernandes. Muito obrigado pelo carinho com que me recebe nos bairros. Todos podem ter certeza que quando boto colete e botina é para tentar fazer o melhor pela cidade e para que todos possam ter orgulho de morar em Sete Lagoas.”
A entrevista, realizada em 01 de outubro, pode ser conferida da íntegra, clicando aqui.
Da Redação
Colaboraram Denise Carvalho e Viviane França
Sete Lagoas Notícias