Um casal foi preso nesta terça-feira (6), em Congonhas, na região Central de Minas, suspeito de matar uma bebê de 1 ano e 5 meses e do desaparecimento da mãe dela, que também pode ter sido assassinada. De acordo com as investigações, o crime foi cometido para esconder uma traição.
No dia 25 de janeiro, o corpo da criança foi encontrado debaixo de um viaduto, às margens da BR-040, no entroncamento com Anel Rodoviário, no bairro Olhos D'Água, na região Oeste de Belo Horizonte. (Relembre o caso)
Ao apresentar o crime nesta quarta-feira (7), a Polícia Civil explicou que a mãe da menina e o suspeito, de 41 anos, tinham um relacionamento extraconjugal e que F.C.L.D. de 28 anos, estaria grávida dele.
Para tentar esconder o resultado da traição, o amante e sua esposa, de 38 anos, decidiram executar F.C.L.D. e a filha foi levada junto com ela. A mulher não foi mais encontrada e a polícia não tem notícias do paradeiro dela, mas acredita que ela também tenha sido morta, já que ela era o alvo dos suspeitos.
“Nós temos confirmação que essa potencial gravidez foi levada ao suspeito pela Fernanda e que isso foi o potencial motivador para o desaparecimento dela. E, na convicção policial, minha e da equipe, nós temos certeza de que a Fernanda está morta. Ainda não achamos o corpo, mas ela está morta”, afirma o delegado Alexandre Oliveira Fonseca.
As investigações começaram após o corpo da menina ser encontrado às margens da BR-040 por pessoas que passavam pelo local. No corpo dela havia a marca de um folder de um monumento da cidade de Congonhas, o que levou a polícia a investigações na cidade. O folder, segundo a polícia, deve ter ficado preso ao corpo da criança durante o trajeto para o crime e gerou a marca.
De acordo com as investigações, o suspeito pegou mãe e filha na casa delas, as colocou em um carro e cometeu o crime. A menina foi dopada com um remédio antidepressivo e levou uma pancada na cabeça, além de ter tido hemorragia interna. Já Fernanda está desaparecida.
O carro da suspeita foi usado para cometer o assassinato e foi descoberto pela imagem da câmera de segurança. Manchas de sangue também foram encontradas no porta-malas do veículo. "Esse é um crime muito escabroso e que nos faz ver que não há limites para a maldade humana. Uma criança inocente foi assassinada para esconder uma relação extraconjugal", considera o delegado. A bebê era filha de um outro relacionamento extraconjugal da mãe.
De acordo com Fonseca, a mulher morava com a família do marido, que está nos Estados Unidos há quatro anos trabalhando. "Era um ambiente estranho para ela, mas por condições financeiras ela morava com eles. A família sofreu com a depreciação por causa da traição, já que o marido tinha apelidos pejorativos na cidade", complementa.
Junto ao corpo da criança abandonado na rodovia estava um bilhete indicando onde morava o pai da menina. A mensagem dava a entender que ela teria sido escrita pela mãe. Os suspeitos fizeram isso para parecer que a mãe teria matado a filha.
"O bilhete indicava que F.C.L.D. matou a criança e que ia sumir no mundo. A pessoa queria esconder seus rastros", disse o delegado. No entanto, a polícia desconfiou disso e, com as investigações, descobriu que a letra era do suspeito.
As investigações indicam que a menina pode ter sido abandonada enquanto ainda estava viva na rodovia e morreu algumas horas depois. O relatório da autópsia revelou que ela tinha o antidepressivo alprazolam em seu corpo. A suspeita tem receita para o medicamento.
O fato dos suspeitos não terem passagens pela polícia chamou atenção durante as investigações. O homem é formado em direito e trabalhava como operador de máquinas em uma mineradora em Congonhas. Já a mulher dele trabalhava na prefeitura da cidade.
O casal foi encaminhado ao sistema prisional. Eles negaram o crime, mas podem responder por homicídio qualificado por motivo torpe e sem direito de defesa da vítima e sequestro. No entanto, no decorrer das investigações podem surgir novos crimes. "São duas mortes e potencialmente três, já que F.C.L.D. poderia estar grávida", conclui o delegado.
Da Redação
Com informações O Tempo
Sete Lagoas Notícias