Com 70% de adesão, os petroleiros da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, iniciaram nesta segunda-feira (22), uma greve sanitária.
De acordo com o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG), a paralisação, por tempo indeterminado, acontece depois do aumento de casos de Covid-19 entre os profissionais da unidade.
A mobilização dos petroleiros já acontecendo desde o dia 5 de março em quatro estados do país, são eles, Bahia, Amazonas, Espirito Santo e São Paulo. Em comunicado oficial, o Sindipetro-MG afirmou que 220 petroleiros da Regap Betim foram infectados pelo novo coronavírus, sendo 84 trabalhadores de um mesmo setor, com 12 internações hospitalares e quatro pessoas intubadas. O surto da doença foi provocado pelo início dos serviços de parada de manutenção das unidades.
“O Sindipetro-MG já vinha alertando a chegada de 2.200 novos trabalhadores em função dos serviços na Regap, o que causou focos de aglomeração na refinaria, transformando-a em um epicentro da pandemia na região metropolitana de Belo Horizonte. Movimento de greve vem acontecendo, desde o dia 5 de março, em quatro estados do país: Bahia, Amazonas, Espírito Santo e São Paulo”, informou o sindicato.
Ainda conforme a entidade, foi enviado um documento à gerência-geral da Regap denunciando a falta de condições sanitárias necessárias à segurança dos empregados no ambiente de trabalho. Foi enviada cópia do documento para o Ministério Público do Trabalho, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais, a Ouvidoria do Estado de Minas, o Conselho Estadual de Saúde de Minas, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador de Betim e o Conselho Municipal de Saúde, denunciando a falta de condições sanitárias necessárias à segurança dos empregados no ambiente de trabalho.
O diretor do Sindipetro-MG, Alexandre Finamori, destacou que a segurança à saúde dos petroleiros é o principal pleito da greve na Regap, assim como o fim da precarização das condições de trabalho, dos riscos de acidentes e do avanço da Covid-19 nas instalações da empresa.
"Estamos pleiteando que se pare os serviços não essenciais para interromper este surto de Covid-19 e, ao mesmo tempo, continuar abastecendo a população, que é a função social da refinaria. Acompanhamos a entrada das 6h às 8h de hoje e os ônibus chegaram vazios. Os trabalhadores ficaram em casa, mostrando sua indignação e insegurança em relação à própria saúde e de seus familiares", disse Finamori.
Finamore explica ainda, que nos próximos dias os petroleiros irão se reunir novamente para decidir os rumos da paralisação. “Nós iremos chamar a categoria para uma assembleia, apresentar os avanços para saber se já é o suficiente para que a gente suspenda a greve.”
A Petrobras afirmou que a companhia tem adotado medidas vigorosas de prevenção da disseminação do vírus, e que desde maio de 2020 são aplicados testes rápidos em todos os colaboradores da empresa para evitar a contaminação dentro das instalações da unidade.
A companhia também disse que contratou agentes para fiscalizar diariamente o cumprimento dessas medidas durante a parada, que as equipes de saúde foram reforçadas, e que todos os colaboradores são orientados a reportar qualquer sintoma da doença. Eles alegaram ainda que os petroleiros recebem atendimento médico, são testados e encaminhados para quarentena.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias