Há cerca de um mês a Polícia Civil (PC) recebeu uma denúncia de que, os internos de uma clínica de reabilitação localizada no Centro de Prudente de Morais, eram maltratados e mantidos em cárcere privado. Diante disso, foi realizado nessa segunda-feira (19) uma operação, onde oito pessoas foram presas, entre elas, o proprietário e funcionários da clínica.
Segundo informações, os internos eram trancados, por muitas vezes sedados, ameaçados, agredidos e abusados sexualmente. "Eles eram dopados. Há um 'caçador', uma pessoa que entra em contato com as famílias. Uma equipe ia até lá, pegava essas pessoas usando de violência e trazia para cá. Já foram vários relatos", informou a investigadora de Polícia Civil Sheiva Duarte.
Todos os internos eram homens, com idades entre 18 e 80 anos, alguns estariam internados de forma compulsória, e outros, voluntariamente. As famílias pagavam de R$ 800 a R$ 1300 mensais pela internação dos parentes, em contratos de seis meses.
No local a PC encontrou 32 pacientes trancados. Ao todo, o local, que atendia de forma particular, tinha 45 pacientes. "Quando chegamos, já encontramos 32 detentos em situação de cárcere privado, dentro de quartos e varandas totalmente trancados", relatou a delegada Priscila Pereira Saltos, que está à frente das investigações.
"Os conduzidos são antigos internos do centro de internação. Estamos investigando se eles são contratados, em que qualidade estão lá. Eles são os detentores das chaves, quem trancam e destrancam, então eles têm uma participação efetiva no cárcere privado", completou a delegada.
De acordo com a PC, a Secretaria de Assistência Social de Prudente de Morais ficou responsável pelos pacientes e pelo contato com as famílias.
A clínica não possuía alvará de funcionamento, nem licença do Ministério da Saúde.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias