A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nesta quinta-feira (26), a investigação sobre a morte de três mulheres da mesma família encontradas em um apartamento no bairro Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O caso ocorreu em 6 de maio e envolveu Daniela Antonini, de 42 anos, sua filha Giovana Antonini, de um ano e sete meses, e sua mãe Cristina Antonini, de 66 anos.
Segundo as investigações, Daniela sofria de depressão grave e tomou a decisão de tirar a própria vida, assim como a da filha e da mãe. A perícia indicou que as três morreram durante o sono após inalarem monóxido de carbono, liberado por carvão queimado em uma churrasqueira improvisada no cômodo onde estavam. Quatro cães da família também foram encontrados mortos no mesmo ambiente.
A delegada Iara França, responsável pelo inquérito no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, explicou que a conclusão foi baseada em depoimentos de familiares, amigos e vizinhos, além da análise de uma carta deixada por Daniela. No bilhete, ela relatava dificuldade de lidar com a rotina, afirmando que tentava “sair do fundo do poço” há mais de dois anos, mas que não conseguia. Ela também escreveu que levaria consigo as pessoas que dependiam dela diretamente.
Conforme a delegada, Daniela convivia com transtorno bipolar e apresentou histórico de depressão desde a juventude. Ela chegou a cursar Direito, mas não concluiu a graduação. Apesar de não querer filhos inicialmente, engravidou de Giovana em 2023, durante um breve relacionamento com um amigo do ex-noivo. A filha nasceu com uma condição de saúde que exigia cuidados contínuos, incluindo o uso de sonda, o que a mantinha sob atenção integral da mãe.
Ainda segundo Iara, Daniela chegou a morar com o pai da criança em Ipatinga, mas o relacionamento terminou após um conflito que resultou em medida protetiva. Ela restringia o contato da família paterna com a filha, embora o pai continuasse a cumprir suas obrigações legais. A delegada destacou que a mãe vivia reclusa, não recebia visitas e enfrentava dificuldades financeiras, recusando ajuda ou doações. Esse isolamento, aliado aos problemas de saúde da filha e ao histórico psicológico, agravou o quadro depressivo.
O alerta para as autoridades foi dado após a avó paterna da criança, sem conseguir contato com as vítimas desde o domingo anterior (4/5), procurar a síndica do prédio. Após tentativas frustradas de obter informações com os porteiros, ela voltou a insistir na manhã de sexta-feira (8/5). A síndica Raquel Perpétuo Moreira decidiu ir até o apartamento e, ao chegar ao 13º andar, percebeu um cheiro forte. Uma vizinha também a alertou sobre um possível vazamento de gás.
Diante da situação, a Polícia Militar foi acionada. Com o auxílio de um chaveiro, os militares arrombaram a porta, que estava trancada por dentro, e encontraram os corpos em um dos quartos. No local, havia duas bandejas e uma churrasqueira com carvão queimado, o que confirmou a causa das mortes após análise pericial.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias
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