A greve dos caminhoneiros entrou em seu quarto dia sem ainda haver definições sobre quando será finalizada. Nessa quarta-feira (23), em reunião na Casa Civil, as negociações em nada avançaram entre representantes do Governo Federal e da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam).
O movimento paralisa também o abastecimento de vários setores no país. Há estados que já estão ficando sem combustível. No interior de Minas, várias cidades já se queixa da falta dele nos postos. Outro problema é o abastecimento de horti-frutis. No início da semana, os Correios já haviam iniciado a suspensão das entregas por Sedex.
Os grevistas querem o fim de tributos como PIS/Cofins sobre os combustíveis e ainda isenção de pedágio quando circularem com as caçambas vazias e eixos levantados. Os caminhoneiros prometem continuar fechando rodovias enquanto a medida não for publicada no Diário Oficial da Uinão (DOU).
Michel Temer coordena nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, uma reunião para discutir o impasse em torno dos preços dos combustíveis. A conversa ocorre no dia seguinte ao anúncio da Petrobras de redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 15 dias. Antes o governo já havia anunciado o fim da Cide para o diesel.
Temer convocou para a reunião os ministros Eduardo Guardia (Fazenda), Moreira Franco (Minas e Energia), Valter Casemiro (Transportes, Portos e Aviação), o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. Com a decisão dessa quarta da Petrobras, o governo espera conseguir negociar com o movimento dos caminhoneiros.
Manifestação
Em Minas, manhã de quinta-feira começou com caminhões parados em pelo menos três rodovias que dão acesso a região metropolitana de Belo Horizonte.
Na BR-381, a concentração dos manifestantes fica nas proximidades do acesso a Refinaria Gabriel Passos, em Betim. Os caminhões ocupam uma das faixas no sentido São Paulo da Fernão Dias.
Em Juatuba, na BR 262, uma fila de caminhões se estende por 4 quilômetros desde o KM 369 até o acesso a MG-050 no sentido Uberlândia.
Na MG-050, os caminhões e veículos leves de carga já estão acionados desde Juatuba até Mateus Leme no sentido Divinópolis da rodovia, formando uma fila de pelo menos 3 km de caminhões.
Na BR 040, os protestos em Ribeirão das Neves, no KM 511, e em Caetanópolis, no KM 477, continuam sendo realizados, de acordo com a Via 040. No entanto, como ocorre na maioria das rodovias do país, a interdição é feita apenas para veículos de cargas, com veículos leves seguindo viagem normalmente.
Trégua
Após a reunião do presidente Temer com os ministros, a previsão é de que outra conversa ocorra ao longo do dia. Será a vez de os ministros se reunirem com as lideranças dos caminhoneiros, a exemplo do que ocorreu ontem, no Palácio do Planalto. O objetivo é conseguir um acordo para encerrar a paralisação e acabar com o bloqueia das rodovias e a ameaça de desabastecimento em vários setores.
Porém, líderes dos caminhoneiros disseram ontem que o anúncio da Petrobras, de redução de 10% do preço do diesel por 15 dias, não resolve e que, assim, a paralisação continuará.
Impactos
A Petrobras avalia que, a partir da medida, a redução média será de R$ 0,23 por litro nas refinarias, resultando numa queda média de R$ 0,25 por litro nas bombas dos postos de combustível. A diminuição do preço deve ser maior para o consumidor, porque o imposto incidente acabará sendo menor.
O custo do combustível nas refinarias será de R$ 2,1016, valor fixado para os próximos 15 dias. Ao fim do período, a tarifa será corrigida de forma progressiva até voltar a operar de acordo com a política de preços adotada pela estatal.
Da Redação
Com Agências
Sete Lagoas Notícias