O homem suspeito de esquartejar a própria mãe, colocar partes do corpo em uma mala e jogar o objeto em um local de difícil acesso no bairro Canaã, na divisa entre Belo Horizonte e Santa Luzia, na última sexta-feira (24), separou o corpo em 14 segmentos.
A equipe de perícia da Polícia Civil de Minas Gerais conversou com a imprensa nesta segunda-feira (27) e explicou como cada detalhe desse crime bárbaro, que vai desde o encontro de partes do corpo em uma mala até o comportamento do suspeito durante a prisão, pode ajudar a solucionar o caso.
O trabalho da perícia teve início assim que a mala foi encontrada, como detalha o perito criminal da Seção de Crimes Contra a Vida da Polícia Civil, João Bosco Silvino Júnior.
“Eu abri a mala e identifiquei o tórax, que tinha uma pele muito danificada. Encontramos uma boa parte do corpo. Quando localizamos os pés, já começamos a suspeitar que seria uma mulher porque as unhas estavam pintadas”, explicou o agente.
Além dos fragmentos corpóreos, o perito também localizou um bilhete com o nome da vítima e a participação dela no programa Educação de Jovens e Adultos (EJA).
“Liguei na central (da Polícia Civil) e pedi para que puxassem as pessoas com o mesmo nome que estava no bilhete e com o mesmo formato do pés encontrados. Com certeza, não tem mais de uma pessoa com as mesmas características. Chegamos a apenas uma mulher”, explicou João.
No endereço de Rizomar Ribeiro da Silva Ferreira, os peritos encontraram dois colchões com marcas de sangue, o que pode indicar que o crime teria sido cometido no imóvel.
“Levamos as duas capas de colchões, que encontramos ensanguentadas junto com a mala no bairro canaã, para o endereço da vítima. No imóvel, colocamos lado a lado os colhões com a capa e podemos fazer o confronto. Percebemos que dos dois apresentavam as mesmas marcas de sangue. Isso mostra que o corpo da vítima pode ter sido cortado em cima do colchão”, relatou o perito.
IML
Os trabalhos de perícia avançaram assim que os fragmentos corpóreos chegaram ao Instituto Médico Legal (IML).
“Ao todo, nós enumeramos 12 segmentos, mais o tronco e algumas vísceras. Nós fizemos o exame radiológico completo. Também foi refeita a papiloscopia, que é o exame das digitais. Depois, colhemos várias amostras do corpo e fragmentos de tecido mole para DNA. Hoje (segunda-feira), chegou a cabeça e o exame também foi feito”, explicou o médico-legista e antropólogo forense da Polícia Civil, Alexander Santos Dionísio, que realizou os exames.
Avaliação psiquiátrica
Após os trabalhos de perícia, a realização de coleta de provas e os levantamentos dos fatos, vai ser a vez da avaliação do médico psiquiatra.
“A nossa avaliação é retrospectiva ao tempo do fato. Começamos nossa avaliação após a realização da perícia, a abertura do inquérito e quando a investigação já estiver em andamento. Só depois que é feita essa avaliação de sanidade mental”, contou o médico-legista e psiquiatra-forense da Polícia Civil, Daniel Moreira de Carvalho.
O homem, de 30 anos, que é suspeito de ter matado a mãe na última sexta-feira ainda não foi ouvido pela polícia e ainda não foi avaliado psicologicamente, mas o psiquiatra-forense explica quais os passos que vão ser avaliados durante o processo.
“Nesse caso, em particular, chamou a atenção o fato do suspeito cometer esse crime e logo após ir para uma igreja. Lá, ele foi encontrado com fala desconexa e chamando o demônio. Outro fato é que ele é usuário de drogas. Uma terceira informação que não é oficial da Polícia Civil, mas que eu vi em um site era que ele teria passado por uma avaliação psicológica antes do crime. Se isso ocorreu, essa situação vai ser levada em consideração. Eu não fiz a avaliação do acusado. O que estou explicando é o caminho que é percorrido até chegar a avaliação do médico psiquiatra”, detalhou o médico”, contou.
Suspeito
O suspeito, que tem passagem por estupro de vulnerável, foi localizado e preso dentro de uma igreja de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, logo após o encontro de partes do corpo.
Por Itatiaia
Sete Lagoas Notícias