No dia 27 de abril o Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República, por decisão do ministro Celso Mello, abriu um inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal (PF). A solicitação foi feita logo após o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, relatar a atuação do presidente em relação à corporação.
Na ocasião, o até então ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou a demissão do cargo afirmando que Bolsonaro interferiu na PF ao demitir o diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, e ao cobrar a troca no comando da PF no Rio de Janeiro, porém o presidente negou a acusação.
Nesta sexta-feira (29) a delegada Christine Machado, da Polícia Federal, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) um prazo de 30 dias para concluir o inquérito que apura se o Bolsonaro realmente interferiu na instituição.
De acordo com informações, desde que o inquérito foi aberto, diversas pessoas prestaram depoimento, entre elas Moro, ministros do governo, delegados da PF e um empresário.
Há uma semana, também se tornou público o conteúdo da gravação da reunião ministerial de 22 abril, que, segundo Moro comprova a tentativa de interferência de Bolsonaro.
Na reunião, Bolsonaro disse: "Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira".
Segundo o ex-ministro da Justiça, ao mencionar "segurança", Bolsonaro se referiu à Superintendência da PF no Rio de Janeiro. Bolsonaro por sua vez, disse que se referia à segurança pessoal, cuja responsabilidade é do Gabinete de Segurança Institucional.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias