Buscando trazer mais informações para esclarecer e facilitar a escolha do voto dos nossos leitores, estamos publicando os destaques das entrevistas realizadas com os candidatos a prefeito de Sete Lagoas, realizadas no Programa Bate Papo, com Juninho Sinonô, e transmitidas em tempo real pela Musirama FM e pelo portal do Sete Lagoas Notícias. O quinto entrevistado é o candidato Ramsés de Castro (PMN), sem coligação.
Ramsés é advogado, administrador público, professor e procurador municipal. Apesar da longa experiência na administração pública, ele nunca exerceu nenhum cargo político.
JS: Por que você é candidato a prefeito de Sete Lagoas?
Ramsés: “Ser candidato a prefeito é um grande desafio. Aliás, entrar para a política para fazer diferente é algo que não é fácil. Mas eu, primeiro, por vocação para a política me sinto chamado e tenho a política como uma missão. Sou renovação, pois nunca tive cargo eletivo – estou tentando entrar na política há dois anos – mas tenho muita experiência em administração pública há 19 anos. Passei por vários órgãos, setores, áreas diferentes – trabalhei na Secretaria de Saúde por um ano, na Secretaria Estadual da Fazenda, sempre como concursado, depois pelo Tribunal de Justiça e de 11 anos para cá na Procuradoria de Ribeirão das Neves. Sou advogado, professor e estou entrando nessa disputa porque amo muito Sete Lagoas e quero mudar a cidade. Sou uma pessoa muito triste e indignada com a situação de Sete Lagoas há anos e estou nesta disputa porque percebi que Sete Lagoas, sem essa independência que nós, do PMN, que eu, Ramsés de Castro temos, não sairá dessa estrutura política na qual se encontra. Temos que mudar a Câmara também, mas, sendo eleito prefeito, vamos reestruturar a Prefeitura toda.”
JS: Quem é o seu ou sua candidato (a) a vice e por que a escolha por essa pessoa?
Ramsés: “A minha vice é a professora Adriana Estanislau. Lecionou por muitos anos em escolas municipais e estaduais, uma mulher educadora. Queremos priorizar a Educação não apenas de palavras; queremos priorizar a Educação e a Saúde, de fato. Essa nossa meta de governo pode ser executada, como vamos mostrar, inclusive nosso plano de governo está nas redes sociais para quem quiser ver. A professora Adriana tem muita experiência na área da Educação. A escolha é também porque precisamos dar mais espaço às mulheres. Eu não apenas convidei uma mulher para ser minha vice, como tenho compromisso registrado em cartório - sou o único candidato com termo de compromisso registrado em cartório – no qual um deles é que metade dos cargos de confiança será ocupada por mulheres e que todos os cargos políticos serão escolhidos por seleção, para termos uma administração pública mais eficiente. Vamos parar com nomeações por indicações e colocar pessoas mais capacitadas para termos uma administração pública, de fato, eficiente. Outro ponto registrado em cartório é que doarei 50% do salário de prefeito para instituições de caridade a serem escolhidas pelo povo.”
JS: Por que você deve ser eleito prefeito de Sete Lagoas?
Ramsés: “Peço o seu voto para prefeito, Ramsés de Castro (33) e para a vice, professora Adriana Estanislau, porque nós somos independentes, não temos Fundo Eleitoral, não temos sequer financiamento de partidos políticos. Não temos coligações enormes que, com certeza, embora algum candidato diga que não, comprometem para que cargos sejam dados a pessoas ligadas a esses partidos. Nós somos do PMN, independentes realmente e somos renovação. Essa é a primeira candidatura da professora Adriana. Eu já fui candidato a deputado federal uma vez e ano passado, em eleição extemporânea que foi anulada. Nunca tive cargo eletivo, portanto, somos renovação. Além disso temos compromisso com a transparência. Há dezenove anos sou servidor público, então conheço bem e vivo na pele o fato de ser servidor público e também sou o único candidato com formação em administração pública, além de mestre e doutorando em Direito, ou seja, competência pra valer e renovação de verdade.”
JS: Qual a sua proposta de governo para alavancar a economia de Sete Lagoas?
Ramsés: “A nossa economia vai mal, mas Sete Lagoas é uma cidade rica, com muito potencial, além das belezas naturais. É a nona economia do Estado; é uma cidade com muitas indústrias, com um comércio intenso, porém, a cidade está abandonada. Temos várias ideias para movimentar a economia local, inclusive, a desburocratização e a informatização da Prefeitura Municipal. Além disso, precisamos investir em infraestrutura urbana, viária. A malha asfáltica, nem se fala, está péssima, vive de remendos. Precisamos parar com isso, inclusive observando a questão ambiental. Dentro do meu projeto nesse sentido, pretendo parar com a operação tapa-buraco e usar mais calçamento de pedra nos bairros. Quanto à economia, precisamos diminuir impostos para atrair mais empresas, investir mais na Educação técnica, na Educação tecnológica, em cursos profissionalizantes. Aliás, sou criador do curso que leva meu nome, um curso privado. Já tenho esse olhar voltado para a Educação. Sem melhorar as condições de trabalho das pessoas, dificilmente a economia terá mais avanços. Então, é isso, diminuir os impostos. Após a pandemia, no que for possível, isentar as áreas mais delicadas ou aumentar os prazos de pagamento de tributos. Dentro disso temos proposta de dar desconto no valor do IPTU a pessoas que fizerem plantio de árvores. Economia tem que estar ligada à questão ambiental. Também temos que melhorar a nossa Escola Técnica, investir em cursos profissionalizantes para a juventude e modernizar a cidade colocando Wi-Fi nos principais pontos.”
JS: Qual seu plano específico para a indústria, a agricultura, o comércio e para os informais?
Ramsés: “A Prefeitura precisa ouvir os comerciantes, os industriários, ouvir a todos, em primeiro lugar, pois, nenhum de nós é técnico em tudo. Sou administrador público, porém, ninguém conhece tudo. Para alavancar a economia, além de investimentos tecnológicos, na Educação, precisamos fazer parcerias entre Prefeitura e iniciativa privada, buscando alavancar áreas como o Turismo que se receber investimentos traz muitos recursos para a cidade e também precisamos olhar o que se chama vocação econômica da cidade. Sete Lagoas tem a vocação para o comércio e tem ainda a questão dos artistas. Temos muito músicos, artesãos, as feiras da cidade e as belezas naturais. O que acontece é que aqui o Turismo fica em segundo plano, a Cultura em quinto, sexto, sétimo plano. O Turismo, a Cultura, a Arte, o Esporte e o Lazer. Precisamos explorar tudo isso em Sete Lagoas. Claro que têm gastos com investimentos, mas, gera retorno também, então, é mais fonte de receita do que de despesa. Na parte do comércio precisamos reestruturar o plano diretor da cidade, fazer um zoneamento e quanto aos ambulantes, ver o que é possível em termos de regulamentação, isso para o ambulante que reside em Sete Lagoas – porque temos aqui um outro problema muito sério que são os ambulantes que não residem aqui. Para a economia, também queremos a implantação de um shopping popular maior, na região central onde hoje é o Camelódromo e quatro shoppings populares em diferentes áreas da cidade. Assim é um modo de melhorar a economia local não só para os comerciantes como para os ambulantes e também ofertar opções para os moradores que não precisarão mais ir a BH comprar, por exemplo, eletrônicos mais baratos.”
JS: Apesar da unidade da Faculdade Federal de São João Del Rey, aqui não temos opção de cursos de graduação gratuitos. Seu programa de governo tem algo no sentido de trazer para cá instituições de ensino de âmbito federal ou estadual, com cursos de alta demanda para a população?
Ramsés: “A questão do ensino superior não é de competência do município, mas, claro que podemos fazer articulações, nos mobilizar junto aos governos do Estado e federal. Aí entra o detalhe da independência da nossa chapa, não vamos prestigiar político A ou B. Como somos independentes, estaremos abertos a todos os deputados federais, estaduais e senadores que quiserem colaborar com Sete Lagoas. Na questão da Educação vamos investir mais em creches e também no ensino básico que é nossa missão. Mas queremos, em parceria com o Estado, aproveitar os espaços ociosos das escolas, das bibliotecas, as quadras para abrirmos as escolas não só para os alunos, mas, além de oferecer mais atividades para os alunos, inclusive nos finais de semana, abrir as escolas para toda a sociedade. Com relação ao ensino, precisamos investir mais na Escola Técnica, em cursos profissionalizantes porque a questão do emprego e o subemprego em Sete Lagoas é uma das mais preocupantes da cidade. Sete Lagoas tem problema de baixos salários – muitas vezes, empresas que estão em outras cidades e aqui, pagam os salários bem menores aos empregados de Sete Lagoas – teremos que articular sobre tudo isso.”
JS: Há algo pensado para que Sete Lagoas entre no pólo tecnológico e se torne referência em cursos de tecnologia?
Ramsés: “Temos dentro do nosso plano de governo essa questão tecnológica, inclusive aliada à Segurança. Precisamos aumentar o número de câmeras de Olho Vivo na cidade, não só no centro como nos bairros, principalmente nos locais mais vulneráveis, em que há mais problemas de violência. Queremos colocar Wi-fi nos principais pontos da cidade e dentro do projeto escola aberta oferecer às comunidades espaço para atividades. Temos escolas espalhadas pela cidade inteira e dentro desse plano de cursos profissionalizantes, oferecer à população cursos de informática, com questões básicas, de forma a ajudar à população, principalmente dos bairros mais carentes. Uma cidade avança não só através da Prefeitura, mas também com o crescimento da população e esse preparo para a área tecnológica é crucial. Estamos vendo aí durante essa pandemia, a situação dos alunos. Infelizmente, hoje Sete Lagoas não tem condições de oferecer ensino à distância com qualidade. Temos que aproximar as escolas das famílias, inclusive abordando a questão das drogas, do alcoolismo. Queremos uma escola mais voltada para a vida, que ensina noções de higiene noções de nutrição, de saúde, de direito, de cidadania, de ética. Queremos colocar também meditação e leituras de reflexão nas escolas, de modo ecumênico.”
JS: O que tem planejado para melhorar a infraestrutura do município?
Ramsés: “Aí são envolvidas várias áreas como, por exemplo, a construção de creches. Queremos priorizar os bairros mais pobres. Na questão da infraestrutura aliada à questão ambiental queremos mais calçamentos de pedra. Em Sete Lagoas existem 4 mil ruas e em boa parte delas sequer tem calçamento e a questão do tapa-buraco é um desperdício de dinheiro. Queremos mais calçamentos porque assim a cidade será mais permeável. Também temos a ideia de restaurantes populares em bairros mais afastados e um outro restaurante popular. Temos o Restaurante Popular do Trabalhador. Queremos mais um para atender aos comerciantes e trabalhadores, na região central. Isso estará ajudando a questão da infraestrutura, bem como a questão social, alimentar e dentro disso também queremos fazer centros de lazer, reformar as praças, os espaços públicos, as quadras, principalmente dos bairros. É uma infraestrutura voltada para as pessoas mais carentes e também o amparo social, fazer um recadastramento na área de ação social, com as pessoas mais fragilizadas para que, de modo justo, possamos dar apoio às pessoas em situação emergencial. Mas essa ajuda deve ser de no prazo máximo de um ano, para que outras pessoas possam ser atendidas pelos programas sociais.”
JS: Que proposta seu plano de governo tem para a população LGBTI+ em termos de políticas públicas, garantia de direitos, emprego e renda?
Ramsés: “Sou defensor dos direitos humanos, dos direitos sociais e de todos os direitos de todos os seres humanos. Defendo que ninguém seja tratado com privilégios e nem seja marginalizado, nem com perseguição, lembrando os servidores públicos. Como professor de Direito quero frisar isso, dentro da legalidade, temos que tratar a todos com igualdade e buscando sempre a eficiência na administração pública. O que precisamos, na verdade, mais do que prometer a algum grupo, a alguma minoria que tenha seus direitos, resguardar igualdade de direito a todos. Queremos lembrar também a questão do racismo, que é uma questão que existe, infelizmente. Temos que garantir o direito de todos; é uma questão de dignidade humana. A Prefeitura não tem que ter programas para grupo A ou B, mas sim políticas para resguardar os direitos e bem-estar de todos. Embora tenhamos programas para os idosos. Queremos dar uma atenção especial para as mulheres. Mas não temos nenhum programa específico, além da inclusão social, para o LGBT+. Sabemos que todos devem ser tratados com respeito e combateremos todo tipo de discriminação, inclusive fazendo parcerias com os canais como a polícia, criar um aplicativo para que sejam denunciadas as questões ligadas à violência, de modo geral, além do aplicativo Fala com o Prefeito, um canal direto com a minha assessoria, para que o cidadão possa falar com o prefeito, a qualquer dia. Além do que também teremos um dia específico para atender à população.”
JS: Qual será seu posicionamento com os funcionários da Prefeitura, concursados e contratados?
Ramsés: “Sou servidor público, conheço bem a situação do servidor público e tenho um compromisso com o servidor público e com a sociedade. Investir no servidor público é investir naqueles que estão a serviço da população. Queremos investir na qualificação profissional, oferecendo cursos de aperfeiçoamento, dentro da nossa restrição orçamentária e mexer em planos de carreira e dentro dos planos de carreira instituir as gratificações. Precisamos colocar a gratificação para o servidor que se dedica, é pontual, dá o seu sangue. O ser humano precisa ser incentivado e nada melhor do que gratificar quem trabalha bem. Vamos aumentar o salário dos servidores, mas, através de gratificações, para que tenhamos uma máquina pública mais eficiente e mais produtiva. Queremos fortalecer a Ouvidoria e a Corregedoria, para que aquele servidor que estiver sendo assediado de alguma forma possa levar as informações para que possamos combater isso. Queremos realizar mais concurso público em Sete Lagoas e a questão dos contratados, fazer isso por processo de seleção, e até para os cargos políticos fazer processo de seleção com critérios objetivos, de forma que o servidor de carreira tenha pontos à frente. Temos que diminuir o número de contratados, fazendo concursos, dentro do que for possível.”
JS: Muito se fala em cabides de emprego no serviço público. Como resolver esta questão para desafogar o orçamento municipal sem, contudo, gerar um desemprego maciço?
Ramsés: “Servidor público tem que ser tratado com o maior respeito e ter gratificação pelo que produz. O servidor público que produz pouco vai ganhar menos e o servidor que for ineficiente será exonerado. Precisamos ter medidas radicais, severas, com relação ao serviço público. Vou fazer processo de seleção, não vou aceitar indicação para os cargos públicos, inclusive para os cargos de confiança. Registrei isso em cartório. Queremos também fazer concursos, por exemplo, para a Guarda Municipal e investir mais em Saúde integral. Então, queremos concursos para dentista, fisioterapeuta, psicólogo, criar o centro de psicologia, fisioterapia e odontologia em Sete Lagoas e colocar os postos de saúde com horário ampliado e aos sábados e domingos. Vamos procurar fazer avaliação de desempenho de verdade, não para perseguir ou para privilegiar a ninguém. Outra coisa que registrei em cartório, vamos cortar pelo menos 50% dos cargos políticos, para combater o absurdo do que a Prefeitura gasta com altos salários com muitos cargos desnecessários, para que possa sobrar dinheiro para as áreas que interessam, da Saúde, da Educação e Segurança Pública.
JS: Sete Lagoas destina quase 30% dos recursos para a Saúde, sendo que o índice legal é de 15%. Qual sua opinião a respeito disso e como seria essa equação na sua gestão?
Ramsés: “Sete Lagoas tem dinheiro, tem recursos, mas é mal administrada e não é de agora, isso vem de anos. Precisamos cortar cargos na Prefeitura e profissionalizar a administração pública, dando ênfase à eficiência, fazendo processo de seleção. Precisamos ter, nos processos licitatórios, maior cuidado possível. Quero como prefeito, abrir as caixas pretas da Prefeitura, Saae. A Saúde está gastando de modo errado. Temos que pensar a Saúde em curto, médio e longo prazo e aí entra a questão da prevenção, investir mais nos problemas iniciais da Saúde. Todos estamos sujeitos a uma complicação de saúde, mas se oferecermos o que vamos oferecer nos postos de saúde, teremos menos gastos com hospitais. Precisamos melhorar a entrada da Saúde, o aspecto da Saúde preventiva. Não tem nenhum investimento melhor na área da Saúde do que investir nos postos de Saúde, e como já frisamos, ter Saúde integral porque muito mal tem um clínico geral nos postos; precisamos de mais médicos especialistas e mais outros profissionais da Saúde. Queremos valorizar o profissional da Saúde com gratificações, qualificação e melhorar a infraestrutura com reformas dos postos de Saúde.”
JS: Nos últimos anos se cogitou transferir a gestão da Saúde para as chamadas Organizações Sociais de Saúde, que são instituições privadas voltadas para gerir a administração pública de forma mais eficiente. Qual sua opinião a respeito dessas organizações em Sete Lagoas?
Ramsés: “Valorizo muito a parceria público-privada, as organizações sociais, mas entregar a Saúde, passar esse abacaxi, diminuir a responsabilidade que é do Estado, não podemos fazer isso. Uma coisa é fazer parcerias e queremos isso, fazer parcerias com clínicas médicas, odontológicas, de psicologia, de fisioterapia, mas temos que ter muito cuidado com qualquer questão de privatização, de terceirização. Penso assim, vamos olhar o caso da BR 040, em que temos que pagar pedágio. É ruim? É, mas veja a BR 040 de hoje e a de anos atrás! Então, se for para ficar melhor do que está hoje, menos mal. Agora, temos muito receio quando se fala qualquer coisa em tirar os deveres dos entes federados, Saúde e Educação têm que ser prioridade; não podemos deixar isso em segundo plano e nem terceirizar essas responsabilidades.”
JS: Há poucos dias um morador de rua foi assassinado em pleno centro da cidade, a pedrada. O crime durou vários minutos, sem nenhuma intervenção de autoridades. Como pretende atuar em episódios como esse?
Ramsés: “Como já citamos, todos merecem respeito e temos que aproximar as escolas das famílias, porque as famílias são a base de uma sociedade justa. Por trás de um ato desse, com certeza, existe o desamor. Aí entra a questão das famílias, dos bons valores que queremos nas escolas, pelo nosso futuro. Temos que dar uma Educação que transmita valores para os nossos jovens e para as nossas crianças. Agora, medida pontual. Tenho em meu plano de governo, projeto para aumentar as câmeras de segurança. Se tivesse uma equipe monitorando, mais câmeras na cidade, no centro e nos bairros também, isso poderia ter sido evitado. Por isso que falo, todas as questões, seja da Saúde, da Educação, da Segurança, tudo passa por investimento e por boa administração. Temos um programa de acolhimento para o morador de rua. E um abrigo para morador de rua não é só abrir um espaço e jogá-lo lá. Tem que ter um espaço para que ele tenha privacidade. Muitos não querem ficar nesses locais porque não é um espaço acolhedor. Tem que ter um quarto e um trabalho de preparar a pessoa para arrumar um emprego, voltar para a sua família, todo um processo de ressocialização, inclusive com cursos profissionalizantes também, porque são pessoas marginalizadas e elas não podem ficar nos abrigos o resto da vida.”
JS: Como pretende atuar na prevenção e combate à criminalidade em Sete Lagoas?
Ramsés: “Segurança e Educação são prioridades do meu programa de governo. Precisamos investir na Guarda Municipal. Precisamos ter menos multas no trânsito e ter um olhar mais voltado para os problemas que acontecem na cidade, principalmente os de violência. Se tivéssemos um efetivo maior de guardas civis municipais talvez não tivesse ocorrido essa violência com esse morador de rua, assim como poderiam ser evitados os furtos pela cidade. Sete Lagoas tem um número ínfimo de guardas municipais. Precisamos fazer concurso para Guarda Municipal. Os municípios podem ter até 0,03% de recursos investidos na GM. Sete Lagoas poderia ter hoje mais de 500 guardas municipais e tem menos de 100 – salvo engano, o efetivo é de 70 e poucos guardas municipais – é praticamente nada para uma cidade de 250 mil habitantes. É preciso investir em treinamento. Por exemplo, a questão do armamento da Guarda Municipal é um tema a ser discutido, inclusive temos, no nosso programa de governo, intenção de fazer um orçamento participativo para que a população decida onde e de que maneira investir. Vamos fazer ouvindo a população e os assuntos mais complexos são mais um motivo para ouvirmos a população.”
JS: Quais as medidas do seu plano de governo para preparar a cidade para o desenvolvimento e exploração do Turismo local?
Ramsés: “Esse preparo envolve várias coisas, como a melhoria da infraestrutura, o embelezamento da cidade também é importante e temos que investir na vocação da cidade. Temos grande feiras, a do Nova Cidade, a da Lagoa Paulino, do Boa Vista. Já existem espaços próprios para colocarmos atividades culturais e artísticas. No meu governo teremos músicas organizadas e patrocinadas pela Prefeitura em nossas feiras. Falo muito dessa questão da arte, da música, do lazer porque sei que isso vai diminuir o problema das drogas, da violência na cidade. O ser humano precisa do lúdico, do lazer. Temos uma cidade linda, temos as nossas lagoas, a Gruta Rei do Mato, queremos fazer parceria com o Estado e explorar melhor isso, pra atrair o turista e para que os cidadãos da cidade também tenham mais lazer. Agora, o turista não vem se não tiver também a publicidade. Queremos investir na publicidade para atrair o turista do Estado e do Brasil. Temos a Serra de Santa Helena, a questão da religiosidade. Queremos investir no turismo religioso, colocar na Serra uma grande cruz. Se não tivermos atrativos e se não cuidar do que temos, não vamos atrair ninguém. É preciso explorar o Turismo, mas é preciso um investimento nesse sentido com o marketing.”
JS: O termo Turismo é muito amplo e abrange inúmeras possibilidades e nichos de seguimentos. Qual será a linha turística a ser explorada em Sete Lagoas, caso você seja eleito?
Ramsés: “Temos que olhar a vocação da cidade. Aproveitar, usufruir e fazer parcerias com os nossos músicos. Vamos colocar também cinemas públicos em nossas praças; vamos oferecer à nossa sociedade teatros públicos em nossas praças e feiras – vamos valorizar os feirantes, os artesãos, abrir espaço para os nossos músicos. Sete Lagoas é uma cidade riquíssima de músicos e precisamos dar oportunidade para essas pessoas mostrarem o seu trabalho e ao mesmo tempo levar mais lazer para as pessoas. Temos um projeto do Turismo Religioso, mas antes de tudo, intenção de explorar, ao máximo, as nossas feiras e nossas lagoas. Sete Lagoas, à medida que for uma cidade mais iluminada – temos projeto para melhorar essa questão da iluminação junto com o Estado – melhorar também a Guarda Municipal, é um conjunto de fatores que precisa ser feito para atrair o turista. A publicidade é importante e se o turista chega aqui e percebe que tem segurança, que a cidade está mais bonita, com certeza volta outras vezes. O Turismo não é gasto, é retorno, porque traz muito mais recursos para a cidade. Queremos abrir nossas escolas para a comunidade, para os jogos estudantis, abrir os espaços públicos para o povo usufruir nos finais de semana.”
JS: Quais suas alegações finais para o eleitor de Sete Lagoas?
Ramsés: “Amigos e amigas de Sete Lagoas, pedimos uma oportunidade para Ramsés de Castro e Adriana Estanislau (33) e para os nossos candidatos a vereador. Modéstia à parte, sou o mais experiente em termos de serviço público dentre os candidatos a prefeito. Comigo e com Adriana na Prefeitura, Sete Lagoas terá uma melhor Educação. Sou o único candidato que registrou, em cartório, o compromisso, acima de tudo, com a transparência e com a boa utilização dos recursos públicos, buscando a eficiência que a administração pública precisa ter. Assim, você terá um serviço melhor, o servidor público prestará um serviço de melhor qualidade. A equipe política da Prefeitura será de pessoas competentes, porque será escolhida por processo de seleção e você, inclusive, poderá participar desse processo. Votando em Ramsés de Castro, você estará votando na renovação, não da boca pra fora; sou renovação de verdade. Eu sou renovação porque nunca ocupei cargo político, sou independente. Não tenho Fundo Eleitoral para gastar na campanha. Sequer tempo de rádio e TV, nós do PMN, temos. Também não temos nenhum investidor por trás, nenhum dos poderosos da cidade investindo em nossa campanha. Isso significa que se formos eleitos, não devemos favor a ninguém. Peço, portanto, seu voto, pela eficiência, pela transparência e pela verdadeira renovação de Sete Lagoas.”
A entrevista, realizada em 29 de outubro, pode ser conferida da íntegra, clicando aqui.
Da Redação
Colaboraram Denise Carvalho e Viviane França
Sete Lagoas Notícias