No último domingo (10), Leonora de Jesus Celestino, de 91 anos, morreu em decorrência da Covid-19, no hospital São Francisco de Assis, em Belo Horizonte. Mas, para a surpresa da família, a idosa foi enterrada por engano na cova de outra pessoa.
O sepultamento aconteceria nessa terça-feira (12) no Cemitério da Saudade, porém o corpo não chegou até o local. Após correr atrás de informações, a família descobriu que a idosa foi enterrada na segunda-feira (11), por engano, no Cemitério da Consolação, na região de Venda Nova, no lugar de um homem que foi identificado apenas como Fernando.
Para piorar, Dona Leonora foi enterrada em uma cova coletiva e para que a exumação do corpo seja feita será necessária a autorização dos familiares das outras pessoas enterradas nessa cova. Josiane Chagas Celestino, neta de dona Leonora, conta como tudo aconteceu.
“Minha avó deu entrada no hospital no sábado pela manhã trazida pela UPA e teve falecimento às 3:25 da manhã. A família não foi informada porque eles não conseguiram contato com nenhum familiar, mas minhas primas vieram aqui no hospital e a gente ficou sabendo do falecimento. Porém informaram que o corpo ainda permanecia aqui no hospital e que não podia fazer o reconhecimento pelo fato de ter sido covid. Na manhã de terça-feira, a funerária esteve aqui para buscar o corpo para fazer a preparação para o sepultamento e o corpo já não estava no hospital mais, o corpo foi entregue para outra família.”
Sobre a autorização para a exumação, Josiane diz que é absurdo a família dela ter que arcar por um erro que não foi deles. “Foi informado que a gente tem que entrar em contato com as duas famílias porque ela está embaixo de mais duas pessoas. Se as famílias autorizarem a retirada a gente vai conseguir fazer o sepultamento, senão a funcionária do hospital falou que a gente tem que ter paciência para tentar resolver. A gente tem que ter paciência por uma coisa que foi erro do hospital e da funerária, não foi da família. Como que vai ficar a nossa família?”
A mulher informou ainda que irá acionar a justiça para que a situação seja resolvida. “Isso é uma falta de respeito, um descaso com o ser humano.”
Em nota, o Hospital São Francisco de Assis afirma que realmente houve um equívoco por parte da funerária Emirtra no recolhimento do corpo para o deslocamento até o local do enterro. Ainda segundo a nota, nesse caso específico, foi identificado que não houve a devida conferência por parte da funerária, o que infelizmente ocasionou na troca dos corpos.
Após tomar conhecimento do ocorrido, a alta gestão da fundação do Hospital São Francisco prontamente realizou uma reunião com os envolvidos para solucionar o problema e o acolhimento dos familiares. Nesta ocasião, de acordo com a nota, a funerária assumiu a responsabilidade, informando que adotará as ações necessárias para remediar o ocorrido, arcando também com todas as despesas.
A nota afirma ainda que a fundação é uma instituição filantrópica com atendimento exclusivo ao SUS e que em seus 10 anos de atuação nunca passou por uma situação como essa, justamente por seguir os protocolos de segurança. A fundação termina a nota afirmando que lamenta muito e se solidariza com as dores dos familiares.
Da Redação
Com informações Itatiaia
Sete Lagoas Notícias