Paulo César dos Santos, pai de uma adolescente de 13 anos que morreu em fevereiro na cidade de Campinas, em São Paulo, vítima de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) pós-Covid-19, faz um alerta a outros pais para que as pessoas se importem.
"Era uma criança saudável, uma criança espontânea. Se ela não tivesse contraído o coronavírus, ela não teria morrido. [...] Se importem. Porque infelizmente está aumentando os casos sobre crianças."
Todos os integrantes da família pegaram coronavírus entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 e fizeram exames. A única exceção foi a caçula, Ana Clara Macedo Santos, que não apresentou sintomas. A família adotou os protocolos e se recuperou, sem gravidade.
Em meados de fevereiro, no entanto, após ter cólicas que não cessavam, Ana foi hospitalizada e descobriu, por exame de sangue, que teve contato com o vírus. Ela morreu em 24 de fevereiro com falência em múltiplos órgãos. "Não sabíamos que existia a síndrome, ficamos sabendo pelo hospital", diz o pai.
Ao G1, o infectologista pediátrico e coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Marcelo Otsuka, explicou que a maioria das crianças não desenvolve sintomas ao ser infectada com o vírus. Se desenvolve, acaba sendo a forma mais leve da doença.
De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas, a síndrome caracteriza-se por inflamações da parede dos vasos sanguíneos de órgãos como rins, articulações, sistema nervoso central e vias respiratórias.
Febre persistente, conjuntivite sem pus, lábios avermelhados e em alguns casos com rachaduras, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas e vômitos, estão entre os principais sintomas causados pela SIM-P, que afeta crianças e adolescentes de até 19 anos.
Da Redação
Com informações G1
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