O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, esteve em Sete Lagoas nesta terça-feira (3), acompanhado de políticos e membros do governo, para entregar 455 ônibus escolares a representantes de 328 municípios mineiros. Os veículos são destinados ao transporte escolar de cerca de 188 mil estudantes de escolas estaduais e municipais, moradores de áreas rurais.
Dos veículos, 186 ônibus têm capacidade para 29 passageiros e um dispositivo de poltrona móvel, e os outros 269 são ônibus escolares rurais com condições de transportar 59 estudantes e com um dispositivo de poltrona móvel. O investimento total foi de aproximadamente R$113 milhões, oriundos do Tesouro Estadual de Minas Gerais.
Durante a entrega dos veículos, o governador destacou que, mesmo diante de dificuldades financeiras graves, tem administrado o Estado com equilíbrio. “Estamos conduzindo o Estado do jeito que eu diria que o povo mineiro conduz a sua vida. Com equilíbrio, com diálogo e com trabalho. É assim que Minas vence a crise. E nós estamos vencendo. Nós temos que ter fé no futuro. Eu tenho muita fé no povo, no Brasil e em Minas Gerais. Cada um cumprindo o seu dever”, afirmou.
Segundo Fernando Pimentel, o atual quadro de escassez de recursos é fruto de um conjunto de fatores, como o déficit histórico da previdência pública, que já vem de gestões passadas e merece ser discutido junto à Assembleia Legislativa de Minas Gerais. E, ainda segundo o governador, a falta de repasses do governo federal complica ainda mais a situação.
“Se fosse possível separar a previdência pública, o Estado arrecadaria mais do que gasta. Sobrariam cerca de R$ 8 bilhões para investir em estradas, ônibus novos, ambulâncias, equipamentos para Polícia Militar, enfim, fazer o que fosse necessário. O déficit do Estado de Minas Gerais é a folha de inativos, que não foi corrigida nos últimos 40 ou 50 anos. E nós nos recusamos a fazer o ajuste fiscal que nos foi proposto pelo governo federal porque nós entendemos que seria injusto punir os aposentados do Estado cortando o direito deles”, completou.
Segundo o governador, a reforma da previdência terá que ser feita, mas conversando com os servidores públicos e com a sociedade. “Vamos ter que fazer uma espécie de constituinte previdenciária, e não é só em Minas Gerais, é no país inteiro”, disse Pimentel, que assegurou que apenas o corte de cargos comissionados é insuficiente para resolver a questão. “A folha de pagamento hoje é de R$ 2,4 bilhões. Do que adianta cortar R$ 17 milhões para equilibrar a folha? É assim que vamos resolver o problema de Minas Gerais, com esse tipo de demagogia? Não é por aí. É fazendo uma discussão séria e apresentando o problema do tamanho que ele é”, frisou.
O prefeito de Sete Lagoas, Leone Maciel Fonseca, avaliou que os investimentos em educação devem ser prioritários. Dois dos 455 ônibus entregues foram para a cidade. “Hoje estamos plantando o futuro. No momento em falamos de políticas públicas, falamos em primeiro lugar de educação. Esses ônibus serão muito úteis para os municípios, é dar o instrumento certo para se ter acesso à educação nas áreas rurais”, afirmou.
A garantia do transporte escolar para esses alunos é fundamental para possibilitar a frequências das crianças e dos adolescentes nas escolas. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, cerca de 12% dos estudantes da rede estadual vivem nas áreas rurais. Com a entrega desta terça-feira, chega a aproximadamente 1.700 o número de ônibus escolares distribuídos pelo Governo de Minas Gerais desde 2015, com, pelo menos, 649 municípios beneficiados. As informações são da Agência Minas.
Da Redação
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