Entre a noite de quarta-feira (31) e a manhã dessa quinta-feira (01), três corpos foram deixados próximo à entrada da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pampulha, no bairro Santa Terezinha, em Belo Horizonte. Cinco pessoas morreram com Covid-19 na unidade, mas, como não havia espaço suficiente no necrotério local, essa medida precisou ser tomada, pois no lugar só cabe duas vítimas.
A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel). Segundo Israel Moura, presidente da entidade, a situação ficou evidente depois que uma mulher se deparar com o corpo da própria mãe exposto.
Conforme Moura, nos últimos dias, a quantidade de pessoas morrendo, não necessariamente por Covid-19, tem aumentado consideravelmente nas unidades de saúde da capital. "Nas UPAs de BH, normalmente, nós tínhamos 10 óbitos por semana. Só que de sexta-feira (26) até esta quinta, foram 60. Os necrotérios das unidades não foram feitos pensando em um grande número de perdas", explicou.
"O sistema funerário também não comporta essa demanda", completou. De acordo com o sindicato, dessas pessoas que morreram, 17 aguardavam vagas em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Somente na Upas de BH, há cerca de 40 pacientes intubados.
Para o presidente do Sindibel, aumentar o número de leitos disponíveis à população já não deve ser mais a prioridade. "Não tem mais onde colocar leito em UPA, além do problema de falta de profissionais de saúde. Só há dois caminhos: ou vacina em massa ou um afastamento social mais rígido", opinou.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) lamentou os óbitos ocorridos na UPA Pampulha e esclareceu que "essas pessoas estavam sendo assistidas por profissionais na sala de emergência".
Da Redação
Com informações O Tempo
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