Não é preciso entrar Jetta para conhecer uma das principais características versão GLi: o visual. Mesmo sendo um sedan, é fácil concordar que o jeitão esportivo caiu como uma luva para o modelo da Volks.
Apesar de o Jetta e o Golf compartilharem a plataforma MQB, o Jetta tem 5 cm a mais no entre-eixos (2,68 m) e 43 cm a mais no comprimento (4,70 m).
O sedan na dianteira possui para-choque diferenciado, faróis de led com projetores e a grade que fazem com que o modelo da Volks não passe despercebido pelas ruas, ainda mais na cor vermelho tornado.
Tudo bem, o carro lembra o Virtus mas, é na traseira que o design confirma que se trata do Jetta. Mesmo com lanternas idênticas, a tampa do porta malas, com 510 litros, carrega um singelo aerofólio e o para-choque ostenta uma saia aerodinâmica e duas vistosas ponteiras, uma de cada lado.
Mecânica do Golf GTI
O GLI está equipado com o mesmo poder de fogo do Golf GTI, ou seja, motor 2.0 a gasolina, turbo, que gera 230 cv e torque de 35,7 kgfm a meros 1.500 rpm. O câmbio é automático de dupla embreagem com seis marchas banhado a óleo que pode ter as marchas trocadas manualmente tanto na alavanca quanto pelos paddle-shifts atrás do volante. O GLi vem equipado com suspensão dianteira McPherson e independente, multilink, na traseira. Os discos são ventilados na dianteira e sólidos na traseira, calçados com pneus 225/45 R18.
Por dentro o carro possui bancos esportivos com abas maiores e ajuste elétrico para o motorista, opção exclusiva ao GLi. O revestimento é de couro perfurado com costura aparente em vermelho.
O sedan ainda possui no console central a função Auto Hold, que mantém o freio eletrônico acionado em paradas curtas, opção de escolher entre quatro modos de condução (Eco, Normal, Sport e Individual). Além do freio de estacionamento eletrônico, do lado direito ainda tem a opção de desligar o controle de tração ou o alerta dos sensores de estacionamento.
O sistema de som possui 10 alto-falantes da marca Beats e o quadro de instrumentos tem a tela de 10 polegadas configurável como a presente no Polo e no Virtus. A tela multimídia de oito polegadas com GPS e as interfaces Android Auto e CarPlay também é igual. Há duas portas USB, e os únicos opcionais são o teto solar, no valor de R$ 5.180,00 e a pintura cinza chumbo, cor de lançamento e inédita no Brasil.
Para os passageiros de trás, as portas são quase inteiras de plástico rígido, mas quem está à frente tem peças emborrachadas.
Faltam saídas de ventilação para a segunda fila, enquanto quem viaja à frente tem ar-condicionado digital bizona. Em compensação quem viaja atrás do motorista poderá até cruzar as pernas tamanho é a distância entre o encosto dos bancos dianteiros e os joelhos do passageiro.
Quanto ao consumo, o Jetta fez cerca de 10,5 km/l na cidade e 14 km/l na estrada.
Ao dirigir, mesmo em nas situações mais extremas, o Jetta é facilmente controláveis. Para quem deseja diversão, poucos esportivos são tão rápidos e, ao mesmo tempo, amigáveis como o sedan da Volks, ainda mais utilizando traje esporte.
Ficha técnica
Preço do carro testado: R$ 153.170.
Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16V, turbo, 1.984 cm3; 82,5 x 92,8 mm; 9,6:1; 230 cv a 4.700 rpm, 35,7 mkgf a 1.500 rpm
Câmbio: automático de dupla embreagem, 6 marchas, tração dianteira.
Suspensão: McPherson (dianteira), multilink (traseira).
Freios: disco ventilado (dianteira), disco sólido (traseira).
Direção: elétrica, 11,1 (diametro giro)
Rodas e pneus: liga leve, 225/45 R18.
Dimensões: comprimento, 470,9 cm; largura, 179,9 cm; altura, 147,8 cm; entre–eixos, 268 cm; peso, 1.432 kg; tanque, 50 l; porta-malas, 510 l.
Tal como Golf e Polo GTI, o Jetta GLI é distinto aos olhos: dá para ver de longe o sedã esportivo se aproximando. Os faróis trazem dois canhões de LED com controle automático dos fachos e luzes diurnas que contornam os conjuntos.
A assinatura é outra em relação às versões com motor 1.4 turbo flex. Grade e para-choques reforçam o visual mais insinuante, que também é realçado pelo característico filete vermelho. Já as rodas de aro 18 com pneus mais largos e baixos (225/45) deixam as pinças vermelhas à mostra.
Detalhe curioso é a ausência do nome do sedã. A Volkswagen vai tratar o modelo (que substitui o antigo Highline) apenas pela sigla GLI, vista nos emblemas dos para-lamas frontais e na tampa do porta--malas. A fórmula é exatamente a mesma dos GTI, inclusive na cabine.
Por dentro, o GLI copia mais uma vez o Golf e traz um volante de base reta e aro mais grosso, com encaixe anatômico para as mãos. Junto dele ficam os paddle-shifts, que infelizmente foram ignorados nas versões 1.4 TSI — o que criticamos desde o lançamento da atual geração, no fim de 2018.
Os bancos mais esportivos possuem abas maiores e ajuste elétrico para o motorista, outro item restrito ao GLI. Já o revestimento é de couro perfurado com costura pespontada vermelha (não tem a icônica opção xadrez dos GTI).
De resto, o GLI é quase igual ao restante da gama do Jetta. A diferença fica por conta de alguns recursos adicionais. Os mais relevantes são a função Auto Hold, que mantém o freio eletrônico acionado em paradas curtas, O quadro de instrumentos tem a tela de 10 polegadas configurável do Jetta R-Line (também presente no Polo e no Virtus). A multimídia de oito polegadas com GPS e as interfaces Android Auto e CarPlay também é igual. Há duas portas USB, e os únicos opcionais são o teto solar e a pintura cinza chumbo, inédita no Brasil — por isso foi escolhida como a cor de lançamento.
Por se tratar de um modelo diferenciado, a Volkswagen poderia ter adicionado saídas de ventilação e entradas USB extras para os passageiros do banco traseiro. Afinal, o Jetta é um carro mais familiar. Por sinal, essa é a tônica ao volante.
Entretanto, o hatch tem um ajuste diferente. É mais firme e tem a direção ainda mais direta. O GLI segue a receita de suspensão traseira do GTI, com braços múltiplos no lugar do eixo de torção das versões 1.4. Porém, o Jetta é mais macio no geral.
O volante não chega a ser mais pesado, como em um modelo “preparado”. De toda forma, a sensação de arrancada é claramente mais forte que nas versões 250 TSI, o que é comprovado pelos números obtidos na pista. O R-Line, por exemplo, precisou de 8,6 segundos no zero a 100 km/h.
Contudo, se a comparação for com o Golf GTI, o Jetta GLI perde em todas as aferições, o que era, de certo modo, previsível. Afinal, o sedã tem a mesma plataforma MQB com 61 kg a mais. Porém, as diferenças foram sempre de décimos ou centímetros. E com a vantagem de, justamente, ter um porta-malas tamanho família: são 510 litros no Jetta ante 338 litros no Golf.
Agora, falando do interior, lembro com carinho quando entrei no Golf atual pela primeira vez.
Acostumado à encarnação 4,5 do hatch, quase caí para trás com o modelo trazido da Alemanha em 2013: partes emborrachadas por todos os lados, montagem impecável e até porta-luvas revestido de veludo.
Ao longo do tempo, ele ficou um pouco menos requintado, mas nada que realmente destoasse do primeiro europeu.
O Jetta, por sua vez, parece uma criança sapeca que só se comporta na frente dos adultos (ou do motorista).
E quem dirige tem até ajuste elétrico do banco com memórias de posição. Mas atrás os encostos de cabeça são costurados (!).
Ei, não fique desanimado! Agora que você já sabe os pontos fracos, é só destacar alguns dos pontos fortes do sedã quando for mostrar ao seu vizinho.
Afinal, há quadro de instrumentos digital, central multimídia com tela sensível ao toque com 8 polegadas, sistema de som da marca Beats e iluminação da cabine com dez cores.
E, se quiser pagar um pouco mais, pode levar até teto solar – o único opcional, porém, ainda sem preço revelado pela VW.
Pelo jeito, ainda não te convenci, né? Então vamos apelar: no espaço interno, meu amigo, não tem vez para o Golf GTI.
“Com esse tamanho todo, ele deve ser bem lento”, você pode pensar. Aí que vem a surpresa: na nossa pista, o Jetta GLI chegou aos 100 km/h em apenas 6,9 s contra 6,7 s do Golf esportivo.
A principal vantagem do irmão menor está na retomada de 60 km/h a 100 km/h: 3,14 s contra 3,4 s do sedã.
Teto solar será o único opcional do modelo por aqui
A Volkswagen traz pela primeira vez a versão GLI, uma prima de primeiro grau da GTI. A mecânica é rigorosamente a mesma do médio: motor 2.0 turbo e câmbio DSG de dupla embreagem e seis marchas. O preço: R$ 145 mil.
Vou te contar minha experiência ao volante – que, diga-se de passagem, é emprestado do GTI, assim como o motor 2.0 turbo de 230 cv de potência e 35,7 mkgf de torque, além do câmbio automático de dupla embreagem com seis marchas banhado a óleo.
Primeiro, bastou apertar o botão de partida e eu já abri logo um sorriso. “Vocês ouviram isso?”, perguntei a quem estava perto. O ronco encorpado e borbulhante até lembrou os cinco cilindros do primeiro Jetta.
Faltam saídas de ventilação e entrada USB para quem vai atrás
No meu caso, escolhi logo a configuração mais agressiva – com isso, a direção ficou bem mais firme, as trocas de marchas, mais rápidas e as babás eletrônicas, menos intrometidas.
Ah, quase esqueci: nesta geração, só o GLI tem suspensão traseira independente multilink.
Com apenas 61 kg a mais que o Golf GTI, equivalente a um passageiro, o sedã se comporta surpreendentemente bem nas curvas.
Tudo bem que nosso primeiro contato foi um pouco limitado e não pudemos sair às ruas. Mas, nas provocações que fiz, quase nada tirou o controle.
Quando levado ao limite (ou um pouco além), a tendência é sair de dianteira nas curvas. Já em mudanças bruscas de direção, a traseira pode desequilibrar.
Motor de 230 cv é exatamente igual ao do Golf GTI
Motor de 230 cv é exatamente igual ao do Golf GTI (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Para você ter ideia, o Jetta GLI chegou aos 204,1 km/h nas acelerações de zero a 1.000 m. E, nas voltas lançadas, superei os 230 km/h sem precisar brigar com o volante ou sofrer por qualquer mínima imperfeição do asfalto.
Lembrando: todos esses testes foram feitos em pista fechada.
Alças invadem o porta-malas, que tem excelentes 510 litros
A Volkswagen posicionou o sedã esportivo numa faixa interessante de R$ 144.990, mais R$ 4.990 pelo teto solar, único opcional no pacote. Total: R$ 149.980.
É menor do que o GTI cobra de partida – R$ 151.530 –, sem incluir controle de velocidade adaptativo, farol alto automático, rodas aro 18, bancos de couro e ajuste elétrico para motorista.
Completo, o hatch bate à porta dos R$ 175 mil, conforme já mencionamos. Uma diferença de quase R$ 25 mil.
Se você não ligar em ser (um pouquinho) mais lento, o Jetta te recompensará com um sorriso no rosto, muito espaço interno e mais dinheiro no bolso.
Veredicto
Mais barato e quase tão rápido quanto o Golf GTI, o sedã compensa o acabamento simples com mais itens de série.