Nessa terça-feira (23), um vereador do distrito de Riacho da Cruz, município de Januária, Norte de Minas, foi preso ao tentar impedir o corte no fornecimento de água por funcionários da Copasa, devido à falta de pagamento.
De acordo com a Polícia Militar (PM), além dos “crimes de desobediência e desacato”, a prisão do vereador foi motivada pelo fato dele ter declarado estar infectado com a Covid-19 e assim “infringir a determinação do poder público, medida sanitária, destinada a impedir a propagação de doença contagiosa”.
Ainda conforme a PM, na terça-feira uma equipe da corporação se deslocou até o distrito de Riacho da Cruz, “em apoio a funcionários da Copasa. Segundo os funcionários, um usuário estaria inadimplente há vários meses e, todas as vezes que os agentes se deslocavam ao local para realizar o corte da água, o usuário os ameaçava”.
“Os militares questionaram o encarregado da Copasa se a ação estaria em conformidade com a decisão do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, proferida no dia 18 de março, a qual visa reduzir os prejuízos provocados pela Onda Roxa, suspendendo os cortes de água e luz para os consumidores de baixa renda”, relatou a PM.
Segundo a corporação, o funcionário da companhia de saneamento relatou que esse morador não foi cadastrado como “consumidor de baixa renda”, como prevê decreto estadual, e que “houve várias tentativas de realizar a negociação, porém, ele recusou todas as formas de parcelamento do valor devido”.
A PM contou ainda, que enquanto a questão era discutida, um senhor que se identificou como vereador de Januária compareceu no local, e em alto tom, afirmava que não aceitaria que fosse realizado o corte da água e inclusive repetia por diversas vezes que teriam que tirá-lo preso daquele local para que os servidores da Copasa pudessem realizar o serviço”.
Em dado momento, informou a PM, “o referido vereador afirmou para todos que ali estavam e solicitou que fosse gravado por outra pessoa que o acompanhava: “estou com Covid e nem poderia estar aqui”.
O parlamentar ainda teria invadido a área demarcada para o serviço de corte do fornecimento de água e na sequência, desobedecido a ordem dos militares para deixar o local.
Os policias deram voz de prisão ao vereador pelos crimes de desobediência, desacato e por infringir a determinação do poder público, destinada a impedir a propagação de doença contagiosa "indo até o cenário da intervenção, enquanto deveria estar isolado, uma vez que ele próprio alegou estar com Covid-19”, informou a PM.
Ainda conforme a PM, o vereador foi levado ao hospital do município para “verificar suas condições de saúde” e, em seguida, conduzido à Delegacia de Plantão de Januária. Segundo informações, ele já foi liberado.
“O serviço da Copasa (o corte de água do consumidor inadimplente) foi executado sem nenhuma outra intercorrência”, informou a Polícia Militar.
Da Redação
Com informações Estado de Minas
Sete Lagoas Notícias