O pai de Benício Ramires, de 12 anos, que sofre com epilepsia refratária e autismo severo, recebeu autorização da justiça para plantar maconha para uso medicinal em Belo Horizonte. O Tribunal Justiça de Minas Gerais (TJMG) já havia concedido a autorização desde o dia 22 julho, mas só agora confirmou a decisão.
Leandro Ramires, pai do menino, é presidente da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal, e há mais de seis anos luta pelo movimento do uso do Canabidiol (CBD) para tratamento de algumas.
Beni, como o garoto é chamado, tem convulsão desde os cinco meses e, por isso, foi internado diversas vezes. Segundo Ramires, eram 30 a 60 convulsões por mês. Ele já foi internado 48 vezes, sendo 14 delas em unidades de tratamento intensivo (UTIs).
Aos sete anos, ele passou a usar o óleo extraído da Cannabis e o resultado mudou a vida do menino. Atualmente, ele tem uma ou duas crises mensais e nunca mais precisou ser hospitalizado.
O trâmite para conseguir o remédio foi mudando ao longo dos anos. No começo, era um processo burocrático, longo, feito por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O produto era importado e custava, em média, R$ 1.250 mais o valor do frente. Benício usa três ml por dia do medicamento e um frasco dura cerca de um mês. Com a autorização do plantio, cultivo, extração e administração da Cannabis, o custo será muito menor. Mas o processo ainda deve demorar.
Após a plantação são necessários seis meses para a planta florir e é da flor que se extrai o óleo usado.
Em sua decisão, o relator, desembargador Henrique Abi-Ackel Torres, disse que o responsável pela criança alegou que não tem condições de pagar pelo tratamento e que a criança sofre de uma patologia grave.
Da Redação
Com informações G1
Sete Lagoas Notícias