Uma das instituições mais respeitadas e queridas do Brasil, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) está passando por problemas financeiros em Sete Lagoas. Dívidas e repasses atrasados do Governo de Minas estão tornando frágeis as condições de a diretoria manter funcionando toda a estrutura da instituição.
O Estado tem dois meses de repasses de valores de convênio em atraso, de acordo com o Diretor Financeiro da APAE, Jânio Santos. A entidade fechou o mês de dezembro de 2016 com uma dívida de R$ 200 mil reais e, caso a situação permaneça, iniciará abril devendo R$ 219 mil.
Outros dois entes conveniados, Governo Federal (R$ 57 mil) e Município (R$ 25 mil), estão em dia com os repasses mensais. O valor destinado pela prefeitura poderá ser atualizado para R$ 40 mil, como forma de compensar perdas com a inflação. O acordo que prevê o aumento do repasse foi celebrado esta semana, em reunião entre a diretoria da entidade e o prefeito Leone Maciel, no gabinete do chefe do Executivo.
Para que a atualização do repasse seja feita, ainda falta a autorização da Câmara Municipal de Sete Lagoas, já que o aumento não está previsto na Lei Orçamentária Anual de 2017. A votação de um projeto de lei do Executivo pode ocorrer já na próxima semana.
Na tarde dessa quinta-feira (23), a entidade recebeu a visita dos vereadores Renato Gomes (PV), Milton Martins (PSC), Ismael Soares (PP), Zé do União (PSL) e da vereadora Gislene (PSD), que puderam ver de perto o trabalho da Apae e tomar conhecimento da atual situação.
Diretores esperam apoio para manter as contas em dia sem que haja riscos de interrupção dos trabalhos
Passeata
Na manhã dessa quinta-feira (23), alunos e funcionários da Apae realizaram uma manifestação na Praça do Centro de Apoio ao Turista (CAT), em busca de ajuda de toda a população setelagoana. “O que queremos é fazer com que as pessoas saibam e conheçam o trabalho que nós realizamos aqui na instituição. Precisamos do apoio de todos para que a Apae consiga arcar com suas demandas, que são impostos básicos como energia, água e telefone. Nosso espaço pode ser explorado pela população, com o aluguel para realização de eventos, shows e muito mais. A estrutura que temos é fantástica”, explica o presidente da Apae em Sete Lagoas, José Luiz Tomé.
De acordo com a diretoria, nem todos sabem do importante trabalho que a entidade desenvolve em Sete Lagoas. São centenas de voluntários, várias salas para atendimentos específicos, móveis e banheiros adaptados, além de profissionais de alto nível a serviço dos alunos. No entanto, a Clínica Médica, por falta de recursos financeiros, está com atividades paralisadas desde a última segunda-feira (20).
A Fisioterapeuta Lusitânia Souza destaca a importância de obter apoio dos mais diversos segmentos da sociedade: “A Apae tem crescido muito e temos que dar mais valor e apoio para a entidade. São mais de 680 pessoas envolvidas”.
Por Renato Guedes
Sete Lagoas Notícias