A doméstica Madalena Gordiano, de 46 anos, que estava desde a infância reclusa em casas de uma família em Patos de Minas, foi libertada no fim de novembro por auditores fiscais do trabalho e pela Polícia Federal, após viver 38 anos em condições semelhantes a escravidão.
Ela foi adotada pela professora Maria das Graças Milagres Ribeiro, quando tinha 8 anos de idade. Na época Madalena havia batido à porta de Maria pedindo algo para comer. Como sua mãe biológica já tinha nove filhos e as condições financeiras eram ruins, acabou aceitando entregar a filha à professora. No entanto, a adoção nunca foi formalizada.
Assim que foi adotada, Madalena foi retirada da escola, impedia de sair do apartamento onde dormia e tinha como uma das principais funções a limpeza do imóvel, além de não receber salário e não ter direitos trabalhistas.
Depois de 24 anos na casa da professora, Madalena relatou que estava sendo rejeitada pelo marido da mulher, e que o homem era muito agressivo. Eles então mandaram a doméstica para a casa de um de seus filhos, onde a exploração continuou a mesma.
Os auditores fiscais só conseguiram localizar Madalena após ela colocar bilhetes nas portas dos vizinhos pedindo pequenas ajudas em dinheiro, para comprar produtos de higiene.
Desde que foi resgatada, ela vive em um abrigo para mulheres vítimas de violência e já sai sozinha para alguns locais.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias