O aumento do preço na carne de boi já foi percebido pelos consumidores brasileiros desde o ano passado. Essa alta fez alguns cortes bovinos virarem item de luxo na hora das compras e, para fugir desse aumento, muitos consumidores passaram a recorrer a proteínas mais baratas como a carne de porco, de frango e o ovo. Diante disso, o preço desses produtos também está subindo e, para piorar a situação, o poder de compra das famílias tem caído em função da pandemia da Covid-19, que trouxe desemprego e a perda de renda.
De acordo com o analista de agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Walisson Lara, a China e a pandemia são as grandes responsáveis por essa alta. “A China tem demandado as commodities do mundo todo entre elas metais, milho, soja e sobretudo as carnes. Eles tiveram problemas com rebanho de suínos, onde metade dos rebanhos de suínos foram dizimados e isto alavancou a demanda por carnes no mundo. O Brasil como celeiro que é viu essa oportunidade e com a valorização das carnes esse mercado se mantém firme, as importações se mantêm pujantes”, explica.
O analista explica que a elevação do preço de outras proteínas, como o ovo, também é causada pela alta demanda pelas carnes e o valor de produção.
“O que acontece é um efeito migratório, quando uma proteína de origem animal está valorizada o consumidor migra para outras de valor mais acessível ao seu bolso. No entanto as carnes bovina, suína e aves estão valorizados no mercado doméstico devido ao cenário de exportação estar aquecido e principalmente ao alto custo de produção que tem comprometido a oferta dessas carnes no mercado doméstico, então o efeito migratório aconteceu para o ovo, no entanto o custo de produção tem elevado a avicultura de postura também, onde os criadores já estão trabalhando negativados desde janeiro deste ano”, ressalta.
O analista diz que a expectativa é que o cenário melhores nos próximos meses. “Se concretizar a produção esperada é possível que a gente tenha uma oferta maior dos insumos que compõem a ração animal e isso pode favorecer os criadores a arrefecer o custo produção fazendo com que eles possam investir na alimentação dos rebanhos e ofertar carnes para a mesa do consumidor a preço mais acessível.”
Da Redação
Com informações Itatiaia
Sete Lagoas Notícias
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