Sérgio Moro deu mais detalhes de sua relação com o presidente da República, afirmando que era leal e que algumas posições contrárias às de Jair Bolsonaro acabaram causando choques na relação entre os dois.
Há um mês atrás, Moro abandonou o governo acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal e apontou gravação da reunião ministerial como prova. O vídeo é analisado em inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) e causou incomodo por expor a forma como Bolsonaro e seus ministros comandam o país.
Quando falou sobre o combate à pandemia da COVID-19 e o isolamento social proposto por alguns governadores e prefeitos, o presidente se alterou e chamou João Doria e Arthur Virgílio de ‘bosta’ e Wilson Witzel de estrume, se posicionando contra a forma com que essas cidades tiveram suas economias ‘paralisadas’.
Em entrevista ao programa do Fantástico, na Rede Globo, Moro falou que sua posição pró-isolamento causou atrito com o presidente. “Dentro do governo, dentro de várias reuniões que eu participei, isso pode ser dito melhor pelo ministro Mandetta, isso foi alertado, o risco de que houvesse essa escalada de mortes e, no entanto, parece que falta um planejamento geral por parte do Governo Federal em relação a essas questões”, disse.
O ex-ministro afirmou que era claro quanto a suas convicções ao presidente e recusou ser um ‘papagaio’ de Bolsonaro. “Minha lealdade ao próprio presidente, necessita, demanda que eu me posicione com a verdade, com o que eu penso, e não apenas concordando com a posição do presidente. Se for assim, não precisa de um ministro, precisa de um papagaio. Em nenhuma circunstância se pode concordar com essa, vamos dizer assim, que o armamento sirva, de alguma forma, para que as pessoas possam se opor de forma armada contra medidas sanitárias”, complementou Moro.
Sérgio Moro também questionou sobre a liberação de armas para a população, se mostrando contra e mesmo assim foi questionado por não confrontar Bolsonaro.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias