Buscando trazer mais informações para esclarecer e facilitar a escolha do voto dos nossos leitores, estamos publicando os destaques das entrevistas realizadas com os candidatos a prefeito de Sete Lagoas, realizadas no Programa Bate Papo, com Juninho Sinonô, e transmitidas em tempo real pela Musirama FM e pelo portal do Sete Lagoas Notícias. O quarto entrevistado é o candidato Saulo Calazans (REDE), sem coligação.
Saulo é contador há 35 anos, é conhecido em Sete Lagoas principalmente por ter estado à frente do Clube Náutico como presidente e é sócio-proprietário da Escal Assessoria. Possui grande experiência no ramo de assessoria a prefeituras e câmaras municipais.
JS: Por que você é candidato a prefeito de Sete Lagoas?
Saulo: “Não é por vaidade. Nasci em Sete Lagoas, tenho 51 anos e por um período vi essa cidade se desenvolver bem e depois estagnar e ficar como está hoje, se degradando. Então, venho, hoje, na Rede Sustentabilidade, junto com o Ebinho, por uma questão de necessidade. Chega um momento em que temos que sair da nossa zona de conforto e participar da política, exigir aquilo que queremos como prestação de serviço público e muitas vezes temos que implorar por esses direitos, por serviços simples como operação tapa-buraco. Em Sete Lagoas se escuta muito falar nesse tipo de situação. Sete Lagoas não pensa em desenvolvimento de forma geral. Chegamos a um ponto em que qualquer serviço que é prestado está bom, porque antes, não tinha nenhum. É isso que fez de nós, hoje, candidatos e por isso tentamos convencer àquelas pessoas que já não participam mais da política, que já não acreditam mais, não querem nem votar ou vão às urnas e anulam o voto. Essas pessoas estavam como eu, sem acreditar. Esse é o momento. A nossa candidatura não tem vínculo com nenhum outro partido. Somos chapa pura; pela primeira vez participando da política. Aceitamos esse desafio. Sabemos que temos capacidade para isso, que podemos ajudar muito Sete Lagoas a superar os problemas que enfrenta no seu dia a dia.”
JS: Quem é o seu candidato a vice-prefeito e por que a escolha dessa pessoa?
Saulo: “Nunca foi tão fácil escolher um vice. Talvez a única chapa que fez a escolha do vice sem precisar ficar pensando muito. Aliás, quando migrei do partido Novo, ao qual estava filiado, uma vez que os políticos não permitiram que eu me candidatasse através dele, migrei para a Rede justamente por não ter nenhum compromisso com nenhum outro partido ou grupo. O engenheiro Éber França é o meu vice. Ele foi presidente da Associação dos Engenheiros de Sete Lagoas, uma pessoa dinâmica e que tem o mesmo pensamento e indignação que tenho. Quando nos sentamos para pensar sobre Sete Lagoas, chegamos à conclusão de que podemos ajudar a cidade. Mas não quero um vice que simplesmente venha compondo chapa, para trazer voto, para fazer coligação X e compromissos com A ou B. Quando escolhi o Ebinho foi uma escolha consciente de que, caso tenhamos êxito na eleição, ele vai trabalhar muito em sintonia comigo.”
JS: Por que você deve ser eleito prefeito de Sete Lagoas?
Saulo: “Se você nos acompanha nas redes sociais já percebeu que não temos Fundo Partidário. O FP é legal, mas, extremamente imoral. Esse é o primeiro ponto. Os outros candidatos já provisionaram aí mais de R$ 500 mil desse fundo e nós temos quase R$ 2 mil de doação, é com o que estamos trabalhando. Então, se você não se identificou com nenhum desses candidatos e acredita que não existe mudança nas palavras que estão sendo ditas, nas propostas que estão sendo feitas, venho como uma opção. Se não acredita mais na política, já não vota mais ou anula o seu voto, temos muito em comum. Nas eleições passadas, 56 mil eleitores não foram às urnas ou anularam o voto. Eu acredito nesses 56 mil. Sei que não vou tirar votos dos outros candidatos e nem quero isso, porque o eleitor que estou procurando é aquele que tem a consciência de que precisamos mudar de fato, e o único que pode fazer a mudança, de fato, é aquele que não tem compromisso nenhum, a não ser com a sociedade, com os problemas que já levantamos e que são muitos.”
JS: Como pretende estimular o comércio local e captar investimentos externos para movimentar a economia de Sete Lagoas?
Saulo: “Economia não pode estar desassociada do desenvolvimento econômico. Quando se fala em economia e a Prefeitura sendo, hoje, a maior empregadora da cidade, isso é extremamente preocupante. As pessoas querem a solução da economia via Prefeitura e isso não vai acontecer. O que a Prefeitura pode fazer é ser o grande impulsionador para que outras empresas consigam se instalar em Sete Lagoas. O grande ponto da nossa gestão, acredito, será a informatização dos serviços, de forma que não seja preciso o empresário vir a Sete Lagoas e se dirigir à Casa do Contribuinte ou a diversas secretarias espalhadas pela cidade. O empresário poderá acessar o nosso portal e obter toda informação necessária e só se tiver dúvidas, nos acionar em um 0800, em um chat, para tirar as dúvidas. Temos que aprender com a pandemia, que não é preciso procurar os serviços públicos pessoalmente – vamos fazer isso de forma virtual. Prefeitura não gera riqueza; quem gera riqueza é o trabalhador, o empresário, que paga impostos. A Prefeitura mal os gasta. Temos que ter uma máquina enxuta e prover as secretarias para que recebam as propostas que devemos ter para incentivar as empresas a se instalarem na cidade. Não basta falar em isenção fiscal; é preciso um plano de ação que absorva uma grande parte dos trabalhadores. Temos setores que não voltaram a funcionar e nem devem voltar ano que vem como, por exemplo, o transporte escolar. O que a Prefeitura pode fazer por alguns setores? Pode postergar pagamento de alguns impostos. Isso é legal, é viável. Vamos levantar quais os setores tiveram maior dificuldade em decorrência da pandemia e tentar ajudá-los nesse sentido”.
JS: Temos uma baixa média de salários em Sete Lagoas e também muito capital vai embora daqui, não gerando riqueza nem recursos para os cofres públicos. O que pretende fazer para melhorar essa média salarial e tentar reter o dinheiro em Sete Lagoas?
Saulo: “Não é a Prefeitura que dita, diretamente, o salário pago pelas empresas aos seus funcionários; ela dita dentro do seu próprio setor público, autarquias e fundações. A Prefeitura não tem a menor condição de aumentar essa folha e eu, como contador, presto assessoria a prefeituras e câmaras municipais há mais de 35 anos, levantei essas informações e quem estiver falando que vai aquecer a economia do município aumentando a folha de pagamento da Prefeitura está fazendo demagogia, porque isso não tem a menor possibilidade. Por que as empresas pagam mau aos trabalhadores de Sete Lagoas? Porque elas fazem um estudo antes e já vêm sabendo dessa informação, que aqui a média salarial é baixa. Nenhuma empresa que veio para cá, veio pensando que a cidade é magnífica, com qualidade de vida brilhante. Vem porque tudo isso é ruim, ainda que a cidade tenha a infraestrutura para ela funcionar e produzir. O que a Prefeitura pode fazer é ter um plano de urbanização bacana, ter qualidade de vida. Só assim, quando uma empresa vier, vai entender que as pessoas que aqui estão, moram e fazem questão de estar aqui querem um salário melhor e são capacitadas para isso. Então, temos que valorizar a questão da Educação. Temos programa para o jovem empreendedor que é muito interessantíssimo. Não podemos é deixar que Sete Lagoas forme esses jovens e eles saiam daqui. A questão salarial não está presa ao Executivo. Mas, para que as empresas paguem melhores salários aos trabalhadores locais temos que melhorar a nossa cidade.”
JS: Para a área da Educação, você tem algum projeto para o ensino profissionalizante?
Saulo: “A Educação engloba desde a educação infantil ao ensino superior. Quem quiser consultar o nosso plano de governo verá que falamos isso de maneira clara e objetiva. Lá fazemos menção às propostas de disciplinas, desde o ensino fundamental ao ensino médio. Já existem projetos em outras cidades do Brasil, como em Londrina, no Paraná, onde tem o Plano Nacional de Educação Empreendedora. Funciona e que podemos trazer para cá, em parceria, inclusive, com o Sebrae. Queremos utilizar o sistema S, em parceria, no que houver possibilidade. Também tem projetos para o jovem empreendedor, Primeiros Passos. Hoje temos, além da Escola Técnica, jovens aprendizes. Conheço o trabalho de associações que funcionam com jovem aprendiz e que por força da legislação, as empresas são obrigadas a contratá-los. Isso devia ser incentivado. Ao invés de termos esses jovens lá por força de legislação, isso devia ser cultural. Se isso for cultural, já começamos, primeiro, com atividades dentro da escola, para que o aluno se motive e se direcione ao mercado. Imagino esses adolescentes, hoje, se formando, sem nenhuma orientação, principalmente no setor público, o que esperam esses jovens? Ensino profissionalizante dará a ele uma carreira imediata. Por isso temos que ter essa valorização.”
JS: O que pensa sobre a volta das escolas presenciais e o que fazer quanto ao espaço físico para receber alunos, obedecendo as normas de distanciamento e de higiene dos alunos, funcionários e professores?
Saulo: “Nós estamos saindo de uma pandemia ou entrando em uma segunda onda que já atinge a Europa e pode nos atingir também e temos que aprender a conviver com isso. Fui a alguns bairros afastados e tive dificuldade de passar algumas fotos que tirei do local, devido à falta de acesso à internet. Veja a situação dos alunos da rede pública! Na minha proposta de governo está sentar com essas empresas de internet e propor internet aberta em Sete Lagoas, urgente. Quando se fala em valorizar a Educação, a PEC 26 foi aprovada pelo Senado e está aguardando apenas a promulgação e traz uma notícia boa, aumenta o limite mínimo de 60% que os professores têm direito para 70%, mas, na contramão, incluiu mais profissionais da Educação, então, deu com uma mão e tirou com a outra. O bom é que o Fundeb será acrescido até 2026. Temos que pedir aos conselhos de Educação, principalmente do Fundeb, que acompanhem a Educação. Essa é a remuneração que o professor terá. O que estamos propondo para a área é a Educação em tempo integral, onde couber, porque também não é em toda escola que isso é possível. Agora, não é deixar o aluno ali o dia inteiro só estudando. Temos que pensar a Educação com estudo, esportes e cultura. Aí sim, vamos promover a Educação de verdade. Com isso, vamos aumentar a receita da Educação. A outra receita da Educação é o transporte escolar, alimentação, que somam um valor que não é significativo. Mas a atenção que temos que ter com a pandemia é, caso não possamos voltar, que estejamos adequados para que os alunos não percam mais aulas.”
JS: O que pensa sobre o monopólio da concessão das linhas de transporte público, há décadas, para uma única empresa de ônibus?
Saulo: “Pegando carona nessa questão ligada à infraestrutura, quem já não passou pela avenida Antônio Olinto, nos sinais e não levou uma multa? Como pode Sete Lagoas ainda não ter temporizador? Se eu for eleito, uma das primeiras coisas que farei é instalar temporizador nos semáforos da cidade, onde houver radar, principalmente onde houver radar para, primeiro, garantir a segurança do condutor, para ele não avançar e o sinal sair do amarelo para o vermelho, e para o pedestre que fica sem saber se atravessa sem o risco de ser atropelado. Teremos um engenheiro de trânsito para cuidar disso aí. Quanto à concessão, na verdade, hoje Sete Lagoas tem duas empresas de transporte coletivo, Turi e a Cooperselta, que estão aí há muitos anos. Para quem não sabe, a unificação das passagens é permitida há vários anos, mas, só foi implantada agora. Sabe por quê? Porque a lei não tem força sozinha. Você tem que cobrar por ela. Só assim as coisas funcionam. Essa integração de passagem é ótima, mas, perdemos, porque antes dessa integração, a empresa paralela fazia desconto na segunda passagem e, agora, quem saiu perdendo foi o trabalhador. Essa estação de transbordo devia funcionar como estação de integração, ou seja, a pessoa desce de um ônibus e entra em outro, sem pagar nada mais, se estiver dentro dessa estação. Isso acontece em toda a parte do mundo e até no Brasil também. A concessão não pode ser rescindida. Quando ela acontece, tem que ser para vários anos e tem que ser feito um estudo e se, de fato, houver possibilidade de outras empresas participarem, aí é feito um edital.”
JS: Qual seu projeto para revitalização das praças, canteiros, lagoas e demais espaços públicos da cidade?
Saulo: “A revitalização da cidade tem a ver com o Turismo. Eu não viria a Sete Lagoas, porque não tem atrativo turístico. Tem a ver também com Segurança Pública, quando a gente fala em segurança, fala da importância da revitalização das praças, jardins, parques, porque se a população for para as praças, o traficante não vai. Aí temos as famílias se conhecendo, criando a identidade com o local. Aí precisa ter iluminação, para garantir a segurança de todos. Tem locais em Sete Lagoas que estão totalmente abandonados. Vamos fazer um diagnóstico desses locais, se couber academia, terá, se comportar aquelas atividades ao ar livre, elas vão voltar a acontecer, em horários diurnos e noturnos, para movimentar os bairros. Uma proposta da minha gestão, por exemplo, na Norte-Sul, de canteiros largos. Tenta caminhar nesse canteiro? Não tem jeito. O que vou propor é que a metade desse canteiro receba um bloquete, para que as pessoas possam caminhar, com boa iluminação e a parte verde que sobrar, tratar devidamente.”
JS: Qual sua opinião sobre a legislação municipal vigente, onde faria intervenções e quais seriam?
Saulo: “Máquina pública é o começo de tudo. Não adianta falar em desenvolvimento se não tivermos um local enxuto, funcional e que preste bons serviços à população. Não faz sentido termos uma estrutura que atenda só aos anseios do governo. A máquina pública tem que passar por mudanças. Eu conheço os números de Sete Lagoas. Muita gente fala que quando entrar na Prefeitura vai fazer e mudar tudo o que está lá e fazer todas as obras. Não vai. O que vamos fazer é para todos e não para um determinado grupo. Agora, para isso, temos consciência do tamanho da nossa folha de pagamento, do tamanho da nossa dívida – temos uma dívida de mais de R$ 300 milhões de operação de crédito em que o pagamento está suspenso desde março desse ano e que começa a ser paga ano que vem novamente. Esse valor que nós pagamos para os servidores, não é para eles trabalharem porque para trabalhar precisamos dar condição, dar estrutura, material, combustível, equipamento e quanto sobra deste valor para fazer tudo o que essas pessoas estão dizendo que vão fazer? Dizem que vão construir creches, fazer isso e aquilo. Não faz o menor sentido. Temos que diagnosticar cada ponto de Sete Lagoas e o primeiro é melhorar a nossa estrutura. Uma estrutura mais enxuta nos permite alguma sobra para prestarmos um serviço melhor à população. Como está, vamos receber só as migalhas. Isso não é de agora, vem de anos na política local. Sabemos como fazer e podemos ajudar e contribuir com Sete Lagoas nesse sentido.”
JS: Como pretende resolver a questão do inchaço da máquina pública, que é o maior empregador de Sete Lagoas?
Saulo: “São 5600 servidores efetivos – nesses você não mexe – e mais de 2600 contratados. Enquanto a Prefeitura for o nosso maior empregador, teremos dificuldade de mudar essa cultura na cidade. Agora, se criarmos possibilidades em Sete Lagoas – acreditamos que podemos mudar – as pessoas terão outras opções de emprego que não a Prefeitura. Temos que levantar a situação e ver qual número de servidores a Prefeitura realmente precisa para funcionar. Podemos, por exemplo, nesses cargos de confiança, ao invés de contratar, não podemos aproveitar esses servidores efetivos? Vamos levantar quais são os mais qualificados para assumir essas funções. Com isso já estaremos amenizando essa questão de contratação. Quero muito aproveitar o servidor de carreira.”
JS: Como pretende atuar nessa questão do Hospital Regional que atenderá a demanda local e de mais 39 municípios da região?
Saulo: “O Hospital Regional é uma novela – há mais de 11 anos a construção está parada, mais de R$ 50 milhões já foram gastos na sua construção. Quando as obras começaram, o hospital era a melhor coisa do mundo. Aí virou aquele elefante branco e as críticas vieram. Agora, a Vale, condenada pelo desastre ambiental de Brumadinho, terá que concluir as obras do hospital e mantê-lo por um período. Fato é que não temos recursos para manter nem a estrutura do Hospital Municipal ou melhorá-la, bem como nem da UPA e demais unidades de Saúde, o que dirá o Hospital Regional? Já consultei sobre o assunto a outras cidades maiores que Sete Lagoas e vi que somente através de parcerias com a sociedade civil de interesse público vamos conseguir manter o Regional. Temos aqui instituições de ensino superior que vão agregar em muito. Só assim poderemos falar em funcionamento do Regional, já que não podemos cobrar pelo atendimento. Cobrar o quê? A não ser o que já temos, hoje, via Consórcio, de cada município que participa, sua cota naquelas consultas ou procedimentos eletivos – isso aí é legal. E vou fazer funcionar muito mais, porque vou fazer funcionar integrado. Quando falo que a informatização será o ponto forte da nossa gestão, falo de todos os setores. Eu não quero que você vá à UPA, aos hospitais, aos postos de Saúde, para saber onde deve ir, de acordo com sua necessidade. Às vezes a pessoa quebra o pé e quer ir à UPA, mas, lá, de repente, não tem ortopedista. Temos que ter o serviço informatizado. Hoje a população está com celular na mão e terá como saber o atendimento que é prestado em cada unidade de Saúde. Com relação ao Hospital Regional, que fique claro à população: quem vai concluir as suas obras e mantê-lo por um tempo é a Vale. Mas temos a obrigação de já pensar, a partir do ano que vem, como vamos fazer para mantê-lo e como atender todo mundo. É um ganho para Sete Lagoas, já que a obra já consumiu R$ 50 milhões e falam que para concluí-lo seriam necessários mais R$ 100 milhões para equipá-lo, que não vale a pena. Por que não pensaram nisso antes de iniciá-lo?”
JS: O que pretende fazer de diferente na Saúde de Sete Lagoas, caso seja eleito?
Saulo: “O ponto da Saúde que vejo mais importante de todos é a humanização do atendimento. Sei que muitos servidores entraram na área talvez por ser o cargo mais fácil de concorrer, mas, não têm o dom do atendimento, dessa prestação de serviço, como têm outros extremamente capacitados e carinhosos. Ninguém procura a Saúde estando com saúde, não, gente! Quando a gente vai a uma unidade de Saúde é porque está com algum problema, com dor, e se for bem acolhido com essa questão da humanização, é um ponto positivo. Juntamente com essa humanização, penso que os servidores terão que ter uma capacitação. A valorização não vem somente através da remuneração, mesmo porque devemos lembrar que a Prefeitura não tem como dar uma remuneração diferenciada. Temos 50 unidades de Saúde e outro dia escutei um candidato falando que podemos instalar mais de 100. Oh, meu querido, fala de onde sairá dinheiro para pagar essa conta? O valor que chega para bancar uma unidade de Saúde não chega a 10% do valor com o qual a Prefeitura arca. Para quem não sabe, uma unidade de ESF é formada por um médico especialista em Saúde da família, um enfermeiro, um técnico e um agente comunitário de Saúde podendo, ainda, ser implementado um profissional de Saúde bucal. Então, uma equipe dessa, para atender durante 40h semanais, que é o que a legislação diz, custa quase R$ 40 mil. E tem gente falando que vai fazer mais. Eu farei o necessário. O ponto forte da minha gestão será a informatização. Assim você não sairá correndo de casa para um local que não vai atendê-lo.”
JS: Em várias cidades já têm sistemas especializados na segurança da mulher como, assentos preferenciais em ônibus, fila exclusiva, dentre outras coisas. Você pensa algo a respeito e como faria?
Saulo: “Segurança Pública não pode ser tratada de forma isolada. Outro dia até me questionaram dizendo que no meu plano de governo não tem nada específico para a segurança da mulher. Mas isso não quer dizer que não estou aberto a novas propostas e minha intenção é estar sempre ouvindo a população. Essas diferenças em prol da segurança da mulher têm que ser feitas mesmo. A gente acompanha esses abusos que ocorrem o tempo todo e precisam ser combatidos. Mas o que eu gostaria é que enxergássemos o que fala na Constituição, que todos são iguais perante à lei, que a gente tratasse o próximo como a um irmão e que se não conseguisse tratá-lo como irmão, que o respeitasse como cidadão. Então, as ações voltadas para a Segurança Pública terão que ser repensadas, como uma secretaria voltada a essa finalidade. Recebemos várias sugestões de criação de alguma coisa para a segurança da mulher. Vamos buscar dar ênfase a isso, óbvio, mas sem um diagnóstico preciso não podemos falar que é no ônibus, nas praças escuras, que isso vai acontecer. O nosso plano fala em Segurança Pública num contexto geral. A nossa proposta é manter a Guarda Municipal presente. A Guarda pode esquecer o bloquinho de multas porque isso vai acabar. Vamos fazer isso de forma educativa, criar a multa verde, estacionou errado, vai plantar árvore lá na Serra. A Guarda Municipal estará em todos os pontos de Sete Lagoas; vamos fortalecer a Guarda para ela ser parceira da população. Temos que lembrar que Segurança Pública é responsabilidade do Estado; as polícias Civil e Militar não estão nas mãos da Prefeitura. Eles têm jogado isso pra cima dos municípios que têm feito parcerias, cede local, cede o combustível e por aí vai. Vamos continuar mantendo as parcerias porque entendemos que Sete Lagoas ainda é muito perigosa.”
JS: Sete Lagoas sofre muito com um forte esquema de tráfico de drogas. Como vê essa situação e o que tem planejado para combater esse problema?
Saulo: “Na nossa proposta de governo tem uma proposta do Ênio Eduardo, sobre Segurança Pública. Podemos tratar isso de duas formas, ou tratar somente a causa, ou tratar o efeito. Quando Sete Lagoas combate o tráfico de drogas, combate o problema depois que ele aconteceu. O que estou propondo, como já citei aqui, não devemos deixar áreas sem iluminação na cidade. Por que deixamos o Proerd acabar? É um programa de combate ao tráfico de drogas, com ações nas escolas e que podia estar continuando a acontecer. Mas as ações de combate competem, exclusivamente, à PM, não podemos entrar nesse mérito. Entretanto, vamos dar toda cobertura para o trabalho desses policiais. É assim que funciona. O policial não vai chegar a lugar ermo não, a uma praça sem iluminação, cheia de matagal, de forma a colocar em risco a vida do profissional de Segurança Pública. Não é assim que vamos combater a criminalidade. Vamos arrumar a cidade, porque temos certeza que com a cidade limpa, arborizada, iluminada, vai inibir esse tipo de crime e o combate será efetivo. Vamos tratar isso com rigor. Se for usuário vamos ter um local para tratar essas pessoas. Faremos parceria com a PM, no que precisar e couber. Vamos pedir à PM para agir e junto com a população, temos certeza, vamos reduzir esses problemas relacionados ao tráfico de drogas em Sete Lagoas. Para combater a criminalidade, de forma geral, é fundamental reduzir a desigualdade social e vamos focar muito nesse ponto em nossa gestão.”
JS: Se eleito, como pretende explorar o Turismo em Sete Lagoas?
Saulo: “Não vejo Sete Lagoas como uma cidade turística. Ela tem alguns pontos turísticos mal cuidados, sem infraestrutura, mas gostaria de revitalizar isso. Por exemplo, o Parque da Cascata é de uma beleza natural formidável. Não gostaria que um turista saísse daqui falando que o parque é lindo; isso eu já sei. Eu gostaria que o turista saísse daqui falando que no Parque da Cascata tem o melhor restaurante de Minas Gerais; o banheiro no qual entrei lá é formidável, que limpeza! Como trazer o turista para cá sem o mínimo dessa estrutura, sem segurança? Por isso que falo que temos que fazer ações integradas: Segurança Pública, infraestrutura e Turismo. Como atrair o turista para cá com uma boca de fumo ali por perto? Imagina o turista na orla da Lagoa Paulino, com aquele calçamento todo solto. Pior, imagina um turista num restaurante na orla da lagoa e tem um morador de rua próximo a ele? Como alguém consegue sentar e consumir alguma coisa com uma situação tão triste como essa? Então, para movimentar o Turismo uma série de ações têm que ser tomadas por toda a sociedade. O Turismo aquece a Cultura, por exemplo, que foi um dos setores mais prejudicados na pandemia. A Cultura já não era prioridade – alguns entendem que Cultura não é necessária – e a área foi sendo empurrada. Até que veio a lei Aldir Blanc que deu salto para Cultura. Eu pretendo integrar Cultura com Turismo, a Cultura com a Educação. Na minha proposta de Educação em tempo integral será dessa forma. Se a Cultura seguir sozinha, ela morre. Mas, conseguimos promover a Cultura através do Turismo, promover o Turismo dentro da Segurança Pública, totalmente interligados. Vamos fazer uma agenda de Turismo em Sete Lagoas e vamos movimentar a cidade o ano inteiro, mas de forma integrada.”
JS: Qual exemplo bem sucedido no Turismo você usaria para aplicar em Sete Lagoas e por quê?
Saulo: “Sete Lagoas recebeu um evento de Engenharia que movimentou barzinhos e hotéis da cidade e foi formidável. Temos que trazer corridas de rua para cá. Temos atletas locais que poderiam ter seus nomes exaltados como a Esmeralda, Willian, o Frank Caldeira, o Boi e Sete Lagoas não faz isso. No nosso plano de governo propomos organizar uma agenda completa, anual, para que a cidade seja movimentada o ano todo. Isso tem que incluir o Esporte. Agora, não tem como pensar em Turismo com uma cidade horrorosa como Sete Lagoas está. Isso vem de anos, o atual prefeito tem feito, dentro da sua capacidade, o que é possível. Mas, temos que mudar tudo na cidade, começando pela infraestrutura, com ações integradas visando garantir a segurança de turistas e moradores, para que a Cultura e o Turismo possam aflorar e atrair os turistas para cá e eles irem embora com vontade de voltar à cidade.”
JS: Quais as suas declarações finais aos eleitores de Sete Lagoas?
Saulo: “A você que acredita no que falei e quer me conhecer melhor, a nossa informação está em saulocalazans.com.br, também no Instagram, Facebook. Lá tem tudo sobre nosso plano de governo. Acesse e compartilhe, porque não temos santinho. Compartilhe com o amigo. Ele não me conhece, mas conhece você e se você acreditou em mim, ele também vai acreditar. Se não for dessa maneira, não vamos alavancar a nossa campanha porque não usamos Fundo Partidário, não temos santinho, banner, então, se você não vota mais porque acha que os discursos são demagógicos, eu sou essa opção. Estou aqui como uma oportunidade. Sabe o ditado de aproveitar o cavalo encilhado? No caso, eu sou o cavalo e a população pode aproveitar a oportunidade do meu serviço. Tenho condições e capacidade para fazer isso. Estamos trabalhando com os amigos e com alguns empresários que disseram que temos condições de realmente mudar Sete Lagoas. Se vocês entenderam a nossa proposta, acessem nosso material e compartilhem. A hora de mudar é agora. Se o povo se levantar, o jogo acaba.”
A entrevista, realizada em 22 de outubro, pode ser conferida da íntegra, clicando aqui.
Da Redação
Colaboraram Denise Carvalho e Viviane França
Sete Lagoas Notícias