Buscando trazer mais informações para esclarecer e facilitar a escolha do voto dos nossos leitores, estamos publicando os destaques das entrevistas realizadas com os candidatos a prefeito de Sete Lagoas, realizadas no Programa Bate Papo, com Juninho Sinonô, e transmitidas em tempo real pela Musirama FM e pelo portal do Sete Lagoas Notícias. O primeiro entrevistado foi o candidato Douglas Melo (MDB), da coligação “O povo quer renovação”, composta pelos partidos AVANTE, PSD, MDB, PSL, DEM, PROS e PL.
Douglas é formado em Publicidade e Propaganda, foi vereador em Sete Lagoas de 2013 a 2014, além de ocupar o cargo de Deputado Estadual desde 2015 por Minas Gerais.
JS: Por que ser candidato a prefeito?
Douglas: “Para mostrar que essa cidade tem um grande potencial, que ela não é quebrada, como muitos prefeitos do passado sempre dizem. Para acabar com a velha política que não deixa Sete Lagoas evoluir. Essa cidade tem um potencial enorme. Não podemos, a cada administração, juntar cacos; Sete Lagoas tem que progredir, tem que dar a esse povo a chance de crescer. Não estou saindo da Assembleia Legislativa para chegar em Sete Lagoas e ser mais do menos. Eu quero fazer uma política diferente. Tudo começou desde a formação dos nossos partidos e apoiadores. Trago uma política diferente, sem conchavos, para quebrar um sistema, daquilo que não funciona para mim. Ser prefeito de Sete Lagoas é a oportunidade que tenho de fazer crescer ainda mais a minha cidade. É claro que eu também tenho uma realização: sair daqui, se Deus quiser, como o prefeito que mais trabalhou por essa cidade, onde eu nasci e crio os meus filhos. A cidade que eu amo.”
JS: Quem é o seu vice e por que a escolha?
Douglas: “Já começa a mudança por aí. Não é o meu vice, é uma vice: é a delegada Stefânia, uma pessoa que merece todo nosso carinho e atenção. Eu tenho um orgulho muito grande neste momento de ter uma delegada que luta contra a pedofilia, que cuida das crianças ao meu lado. Uma mulher que vem de uma família humilde, assim como eu. Filha de um ex-mecânico que era motorista do SAMU, de uma professora de escola, uma mulher que se formou em Direito e depois foi concursada do TJ. Delegada há sete anos aqui em Sete Lagoas, que luta contra violência doméstica e uma pessoa que não precisa se explicar a partido algum, nem se explicar a qualquer grupo político. A minha vice é uma mulher que chega para trabalhar junto comigo, para realmente termos uma política eficaz para a mulher sete-lagoana, que quer um centro de referência para ela, para mulher que quer uma vida melhor para o seu filho e quer também uma cidade com mais igualdade, onde a mulher realmente tenha o seu espaço. Eu não quero que atrás de um grande prefeito tem uma grande mulher. Pelo contrário, quero do meu lado a delegada Stefânia, representando as mulheres, Sete Lagoas e também lutando pelas nossas crianças. Quando ela aceitou o nosso convite, a única coisa que me pediu foi autonomia para trabalhar e ampliar os projetos em prol das crianças em situação de vulnerabilidade, em prol das mulheres que precisam de um atendimento com carinho aqui em Sete Lagoas. Então, eu trago a Stefânia com muito apreço e a população de Sete Lagoas também a está recebendo de braços abertos.”
JS: Por que escolher você como nosso prefeito?
Douglas: “Porque eu trago uma experiência já como deputado estadual que mais fez por essa cidade em toda a história. Quando eu assumi, Sete Lagoas era a terceira cidade mais violenta do Estado e consegui trazer o comando das polícias para cá. Nós não pedimos que Sete Lagoas perdesse o tratamento de câncer. Eu dei o recurso para cobrir o terminal urbano, entreguei o quartel do bairro Nova Cidade que era um sonho antigo da população. Estou reformando, agora, vinte e nove escolas aqui no município. Só quadras, estou cobrindo dez - uma delas é a quadra da APAE. Eu sou o deputado estadual que foi a importância dessa região e dessa cidade, mas, acima de tudo, chego preparado para enfrentar o desafio pós-pandemia. No ano que vem a politicagem não terá espaço, tudo que estamos vivendo agora é através de repasses do governo federal para reforço de caixa e para a Covid. O ano que vem vai exigir um secretariado técnico e só eu tenho a condição, neste momento, de montar este secretariado, porque não estou precisando fazer qualquer acordo político para me colocar lá dentro da Prefeitura. Vai trabalhar conosco, na Prefeitura, ano que vem, aquele que estiver preparado e que tiver o mesmo desejo de mudança nosso. E é esse desejo de mudança que trago que eu estou ouvindo da população. Levar o Douglas Melo à Prefeitura, neste momento, é levar também as mulheres, é levar os jovens dessa cidade que não têm perspectiva de crescimento. Chego preparado, mas, também com a humildade para ouvir as pessoas, aprender com os jovens. Quero lutar por essa cidade e mostrar que ela não é uma cidade ruim como a política vem pregando ao longo dos anos. Da mesma forma que eu fiz na segurança pública, quando nenhum deputado conseguia trazer o comando da PM, eu vou provar, em quatro anos, que Sete Lagoas é uma potência.”
JS: Qual é o seu projeto de retomada da economia local, em razão dos problemas enfrentados atualmente pela pandemia?
Douglas: “O primeiro ponto que a gente tem que citar é que o problema da economia local passa muito pela falta de planejamento da atual administração. Sete Lagoas ficou com seu comércio em grande parte do tempo fechado porque a Prefeitura demorou a utilizar os recursos do Covid da forma ideal. Se tivessem sido criados os leitos de UTI imediatamente, o Ministério Público não teria entrado com ação pedindo o fechamento do comércio da cidade, então, quando falo do comércio, não posso deixar de falar que a Prefeitura imediatamente a partir de 1º de janeiro deve buscar a linha de crédito junto ao BNDS, junto também ao BDMG, para que tenhamos linhas de crédito para o microempreendedor, para o lojista, para o empresário do comércio porque, hoje, trabalham o marido e a mulher no comércio, porque tiveram que despedir os funcionários, porque não tinham condições de mantê-los nesse momento de crise. Para o ano que vem, vamos então, abrir essa linha de crédito, a Prefeitura tem que arrebanhar essa questão, para que essas empresas possam se reerguer e temos que trazer dinheiro novo para Sete Lagoas. Esse tem sido o grande problema ao longo dos anos. Os nossos administradores têm entendido que Sete Lagoas tem como principal fonte de renda a Prefeitura da cidade. O funcionalismo público sempre tem que ser valorizado e tem que receber em dia. Mas, a Prefeitura não pode fugir do seu papel, que é atrair investidores para cá. Quero, inclusive, dar uma boa notícia: tenho conversando com algumas empresas e um compromisso que pretendo trazer, a partir do ano que vem, é a geração de dois mil empregos para mulheres, para trabalhar em quatro horas por dia, para que a mulher tenha seu trabalho e depois, se quiser trabalhar em outra área e ainda se qualificar, terá tempo para isso. Mas, recuperar a credibilidade de Sete Lagoas é importante; hoje sabemos que os setores aqui têm dono. Sete Lagoas vai crescer, sim, de forma sustentável, mas temos que buscar para cá novamente os investidores. Outra coisa, vamos também informatizar muitas das situações que hoje têm que ser resolvidas pessoalmente. O empresário poderá resolver, inclusive, pela internet. Vou criar, dentro da Prefeitura, uma agência com funcionários que já estão lá, com funcionários que tem o feeling em desenvolvimento, porque quando o investidor chegar à cidade, ao invés de você falar que ele tem que buscar as licenças, é a Prefeitura que vai entregar tudo organizado para que ele possa gerar emprego. Essa é uma das metas.”
JS: A atual planta de valores está super inflacionada. Como pretende tratar da situação, já que ela prejudica o contribuinte, mas, favorece a arrecadação com altos valores de IPTU e ITBI?
Douglas: “Através da desembargadora, Dra. Mariângela, tentamos um acordo judicial para que o IPTU fosse reduzido, mas, acabou não tendo sucesso. Essa é uma pauta que eu vou implementar já no primeiro mês do governo, através da Procuradoria do município e lembrando, terei pessoas técnicas para que Sete Lagoas recupere a sua credibilidade. Vamos fazer esse acordo judicial para que a cidade tenha uma redução do IPTU, se não for através de um acordo judicial, vamos buscar uma solução dentro dessa nova avaliação aqui da cidade. Realmente o IPTU está exorbitante para uma cidade que precisa gerar emprego. Mas, também não vamos deixar para trás o ISS, uma cidade com o potencial de Sete Lagoas, com a tendência Industrial que tem, não pode continuar perdendo empresas para outra cidade, porque o nosso ISS é o maior da região. Por isso que digo, Sete Lagoas, hoje, tem um desafio, que é de atrair mais empresas para cá e valorizar quem já está aqui gerando emprego. E para isso temos que reduzir o IPTU, o ISS, desburocratizar o sistema que não deixa o empresário daqui crescer. Você cita essa questão do IPTU. Mas, esse é só um dos problemas. Aqui sempre tem um dono de algum setor para dizer se aquele empreendimento pode ser aprovado, para dizer se o seu alvará vai ser liberado e isso atrasou o desenvolvimento da cidade. Às vezes a gente se pergunta, por que outras cidades tem um desenvolvimento tão grande como Lagoa Santa, por exemplo? Não existe mais situação como Sete Lagoas onde, até hoje, uma CND é tirada a papel e caneta. O empresário quer expandir seu negócio, precisa ir pessoalmente para resolver uma questão em algum setor da Prefeitura, algo que ele poderia fazer via internet. Temos que otimizar esse tempo, porque o empresário está gerando emprego, já está preocupado com o que tem que fazer no dia a dia. Quando você o tira da sua empresa, ele chega a um setor da Prefeitura que o manda para outro setor e ele acaba não resolvendo, ele começa a ficar desanimado de investir aqui e acaba indo para outra cidade. O meu papel enquanto prefeito de Sete Lagoas é recuperar essa credibilidade.”
JS: Hoje se exige dos alunos a participação em aulas à distância, mas, a realidade principalmente dos alunos da rede pública é que muitos nem computador em casa têm. Como você pretende resolver a questão do ensino à distância e da falta de recurso dos alunos carentes da rede municipal?
Douglas: “Antes de falar de qualquer investimento no sistema de Educação, quero falar do investimento no ser humano da Educação. A gente tem que falar desse professor que está dentro da sala de aula, que vem sofrendo com um dos piores salários da região. Sete Lagoas paga um dos piores salários de professor do Estado de Minas Gerais, como vamos exigir retorno da Educação, sendo que o investimento não acontece? É muito bonito falar que a Educação é importante, como muita gente fala na campanha, mas, quando você não dá valor ao ser humano que está dentro da sala de aula, que está limpando a escola, que está dentro das Bibliotecas, você não consegue fazer esse sistema avançar. Então, o primeiro ponto quando assumir como prefeito é que vou investir no ser humano que trabalha nas escolas. Estamos agora com aulas à distância e qual a ferramenta que existe dentro das escolas municipais para que esses alunos se sintam atraídos a cada dia no ensino fundamental, no ensino médio ou a educação básica? A Prefeitura vem investindo muito pouco, tanto na tecnologia dentro das escolas como também no fomento ao esporte, porque o aluno está dentro da escola. Queremos fazer um trabalho investindo em tecnologia. Não sabemos se já no início do ano que vem, se a pandemia nos dará esta condição das aulas retornarem. Mas, certo é que queremos ampliar, dentro das escolas municipais a tecnologia, levar um atrativo em parceria com a Secretaria de Esporte, levar o menino da rede municipal para praticar esporte em várias áreas da cidade. Voltar com os jogos estudantis é um dos nossos compromissos e agora queremos falar de um que consideramos um dos principais, fazer uma parceria com as faculdades de Sete Lagoas para levar cursos técnicos para as escolas municipais e acabar com os problemas que acontecem ao longo dos anos, os mandos e desmandos na Escola Técnica e vamos ampliar a Escola Técnica. Ter esses alunos da rede municipal com uma formação técnica é fundamental, é ocupação de cabeça para esses alunos, mas, também uma capacitação. As parcerias serão saudáveis, os alunos vão aprender muito mais e aí, sim, a rede municipal de Educação de Sete Lagoas dará um boom.”
JS: Você falou sobre a questão dos cursos técnicos, mas, muito se questiona a qualidade, não só em Sete Lagoas como em todo o país dos cursos iniciais, primários, onde não temos uma boa base para os alunos chegarem ao ensino superior. Existe algum projeto da sua parte, no que diz respeito a esses anos iniciais, do maternal até nos ensinos primários?
Douglas: “O pós-pandemia nos preocupa muito. Estamos trazendo sugestões para que Sete Lagoas possa superar, com maior tranquilidade, essa situação no ano que vem. Vamos construir dez creches em Sete Lagoas e até o final do ano que vem vamos colocar mil e quinhentas crianças dentro das creches, para que o pai e a mãe tenham tranquilidade para procurar o seu emprego. Sete Lagoas vive presa a problemas do passado, com, por exemplo, tapar buraco. É o dinheiro mais jogado fora que existe. A maioria das ruas de Sete Lagoas onde todo ano tapam-se os buracos é de rua que já deveria ter sido arrancado o asfalto e colocado um novo. O que é gasto, por ano, com operação tapa-buraco, daria para construir dezenas de creches. Sete Lagoas não investe na educação básica. Prova disso são três creches com obras paralisadas. Não existe, por parte da Prefeitura, uma preocupação em dar condições ao pai e a mãe de levar o seu filho para a escola. Qual o projeto que Sete Lagoas apresentou ao longo dos últimos anos para construção de creches? Fazer o asfalto é obrigação, a Prefeitura tem que realizar isso imediatamente. Mas, temos que colocar o filho do cidadão dentro de uma escola, principalmente para que o pai e a mãe possam dar ao filho a oportunidade, desde cedo, de conhecer a Educação. Temos que usar essa Educação em Sete Lagoas para melhorar este cenário, que não cria nenhuma expectativa de melhora para os alunos da cidade. Eu quero também deixar um compromisso aqui que é muito importante, o de criar um centro tecnológico em Sete Lagoas, para que esses jovens estejam prontos para trabalhar nas grandes indústrias que já temos aqui.”
JS: Como pretende lidar com a questão dos buracos nas ruas da cidade?
Douglas: “Primeiramente ter um secretariado extremamente técnico, para que a gente possa fazer projetos e conseguir recursos em Brasília. É fundamental ter um secretário ao qual possa pedir que apresente soluções e não ficar agradecendo, porque o secretário político todo dia tem que agradecer a ele pelo apoio que te deu na eleição. Então, vamos fazer aqui um programa de asfalto em Sete Lagoas. A cidade tem rios de dinheiro jogados fora todos os anos por que você tapa o buraco, vem a primeira chuva e abre tudo aquilo novamente. O buraco traz um outro problema também. Quem garante que está sendo gasto com tapa buraco o que a Prefeitura está dizendo que gasta? Tem algum vereador olhando se aquele valor que foi declarado pela Prefeitura está sendo colocado realmente no tapa buraco? Quando se faz um programa de asfalto, a rua asfaltada com asfalto de qualidade vai levar oito anos para dar problema novamente. Por que outras cidades como Paraopeba, Matozinhos, Pedro Leopoldo, Lagoa Santa, todo mundo faz asfalto e Sete Lagoas não faz? Estamos entre as dez maiores economias do Estado de Minas Gerais; o nosso PIB é um dos melhores do Estado. Por que a gente não consegue fazer o asfalto, através dos três senadores que estão nos apoiando em Brasília, o Rodrigo Pacheco, Carlos Viana e também Anastasia? Vamos enviar projetos para eles, porque precisamos que o governo federal nos envie um bom recurso para fazermos um programa de asfalto em Sete Lagoas e asfaltar também bairros que têm problemas antigos. Além dos problemas dos buracos, temos um sistema de trânsito defasado. Precisamos de projeto de planejamento, de reestruturação do trânsito no centro e nas principais avenidas periféricas. A primeira coisa para o trânsito de Sete Lagoas funcionar é o secretário de trânsito entender de trânsito. É uma loucura o que acontece aqui, parece que se decide secretário de trânsito do cara e coroa, joga a moeda para cima e caiu para baixo é um, caiu para cima é outro. O trânsito de uma cidade que tem duzentos e cinquenta mil habitantes e uma população flutuante de cerca de dez mil pessoas por dia não pode ter secretário escolhido por apoio político. É preciso colocar secretários técnicos, pessoas que entendam de projeto, para que as coisas funcionem com segurança para o cidadão.”
JS: O que tem a dizer sobre a quantidade de alugueis que a Prefeitura paga para acomodar vários órgãos municipais?
Douglas: “A Prefeitura paga muitos alugueis até de forma desnecessária, porque tem muito patrimônio na cidade. O que temos que fazer, imediatamente, é pegar alguns imóveis da Prefeitura e fazer uma boa negociação, vender e construir o Centro Administrativo, né? Não dá para a Prefeitura continuar com setores distantes e os cidadãos às vezes querem ir a um setor e ficam presos à distância entre um setor e outro. Mas, se olharmos esses problemas eles vão muito além. Por exemplo, temos aqui alguns problemas na máquina pública como a perseguição ao funcionário público. Há uma ameaça indireta que acontece ao longo dos anos. Tipo ‘assim, olha, eu estou te pagando em dia, viu?’ Não se pode tratar Sete Lagoas dessa forma. O salário em dia é obrigação de qualquer empresa e prefeito pagar em dia deve ser obrigação de todos e não deve fazer propaganda em cima disso. Temos que criar em Sete Lagoas uma forma ainda melhor do funcionário público poder desempenhar o seu papel no dia a dia. Estamos trazendo para cá uma ideia que é muito importante, algumas parcerias público-privadas que podem resolver problemas antigos que temos. Vou trabalhar muito forte na questão do primeiro emprego que é fundamental para aqueles jovens que estão, muitas vezes, desamparados, ou para aquele que acabou de se formar e que está à procura do seu espaço no mercado de trabalho. Outro ponto que estamos trazendo de inovação é uma secretaria da mulher. A mulher terá uma casa e nela terá profissionais que possam ouvi-la e encaminhá-la para setores da Prefeitura para resolver problemas e também dar à mulher amparo em questões judiciais e questões jurídicas. Teremos uma Prefeitura que funcionará de forma muito moderna.”
JS: Temos um alto custo com folha de pagamento aqui no município. Qual o seu posicionamento e intenção sobre a reforma administrativa municipal?
Douglas: “Para falar em reforma administrativa, tenho que conhecer melhor os números da Prefeitura de Sete Lagoas. O portal da transparência, por exemplo, vem apresentando grandes problemas ao longo dos últimos anos e principalmente nos últimos meses muitas questões não têm sido lançadas na internet e lançadas nesse Portal da Transparência e o cidadão não tem acesso àquilo que é seu de direito. Posso dizer que os problemas que vejo, hoje, se tratando da máquina pública passam, principalmente, pela falta de estrutura mesmo para que os funcionários possam trabalhar. Sete Lagoas tem uma arrecadação muito melhor do que outras prefeituras da região. A administração precisa investir de forma que o que arrecada seja revertido para que o site possa proporcionar um melhor atendimento à população. Outras áreas também são importantes; falta uma estruturação melhor, então, antes de falar de reforma administrativa quero conversar com esse funcionário público, saber do seu anseio e saber se a Prefeitura está gastando errado. Temos que lembrar que o funcionário público é uma pessoa, tem uma família. Principalmente o funcionário que está na área da Saúde falta a ferramenta para trabalhar. Temos que dar a esse funcionário o direito dele se expressar, porque isso não acontece em Sete Lagoas. Ao longo dos anos, quando o funcionário público vai fazer um questionamento, quando não concorda com algo, a primeira coisa que acontece é alguém perseguindo. Quero trazer é uma reforma de postura. Acho que um prefeito de uma cidade como Sete Lagoas não tem que perseguir ninguém. Para mim, a primeira reforma que tem que ser feita na máquina pública é a da postura, é valorizar mais esse funcionário, dar a ele condições de se capacitar.”
JS: Muito se questiona com relação ao término da obra do hospital Regional e da sua manutenção, com relação ao alto custo. Qual seria a sua postura quanto ao tempo da obra e quanto ao funcionamento do Hospital Regional?
Douglas: “Primeiro que essa é outra mentira que a política velha de Sete Lagoas conta que não dá para manter o Regional. Claro que dá para manter o Regional! Precisamos é ajustar, junto ao Ministério da Saúde, a pactuação. Ela tem que ser feita e buscar que o Hospital Regional possa funcionar de uma forma sustentável. Quanto ao término do hospital, no mês de abril o governador Romeu Zema entrou ao vivo aqui no programa nosso, na Musirama, e também o secretário de planejamento do Estado, Otto Levy, para falarem como o Hospital Regional de Sete Lagoas será finalizado, através de um acordo judicial que foi feito com a chancela do Ministério Público devido ao acidente de Brumadinho, no ano passado. Eu trouxe o secretário de Planejamento do Estado e o levei ao Hospital Regional para poder ver de perto o descaso para com aquela obra que está paralisada e depois eu o levei ao hospital municipal. Quando Otto viu aqui ele prédio daquele tamanho ficou impressionado e no mês de setembro me ligou e disse: “deputado, me dê um bom argumento para que Sete Lagoas entre na lista de cidades que terão uma compensação ambiental da Vale”. Eu falei para ele que tenho três motivos, Caetanópolis, Fortuna de Minas e Paraopeba que são banhadas pelo rio Paraopeba e que sofreram muito quando a barragem de Fundão se rompeu e caiu ali no córrego do Feijão e que essa água acabou chegando aqui na nossa região e pela importância também do Regional. Devido a isso, foi levada para mesa uma negociação com a Vale, Judiciário, Ministério Público e Governo do Estado e Sete Lagoas está entre as cidades que serão compensadas pela Vale. O valor já está depositado, mas, a Prefeitura tem que devolver o convênio que está aqui para o Governo do Estado, porque quem vai tocar a obra é a Vale. Lembrando que o governo não autoriza a Prefeitura a tocar essa obra, porque o convênio que existe aqui tem muito problema de superfaturamento e desvio de dinheiro público. Assim que a Prefeitura devolver esse convênio, o governo do Estado repassa para Vale e a Vale vai terminar o hospital e vai equipá-lo.”
JS: Qual o seu posicionamento sobre a terceirização da prestação de serviço na Upa?
Douglas: “Essa questão da terceirização me assusta muito, da forma que ela foi feita. Ela foi realizada em um ano eleitoral. Faltou transparência. O silêncio da Câmara de Vereadores me assusta ainda mais. A Câmara deveria ter chamado a Prefeitura para explicar como esta terceirização aconteceria. E por falar nisso, grande parte da Câmara, durante a pandemia, ficou muda e isso nos deixa muito assustados, porque estamos com um comércio passando por sérios problemas devido à pandemia devido ao fechamento e vimos, poucas vezes, a Câmara questionando a Prefeitura como gastou o dinheiro que veio do governo federal. Sete Lagoas, em Minas, foi uma das cidades que mais recebeu dinheiro do governo federal e está vivendo, principalmente, do reforço de caixa que foi repassado pelo governo federal e da isenção de empréstimos. Sete Lagoas tem um empréstimo altíssimo junto ao BNDS, que foi utilizado para finalizar a obra da estação de tratamento de água e tem outro empréstimo também devido a dívida do INSS. O governo federal suspendeu a cobrança de todos os empréstimos no início da pandemia e Sete Lagoas voltará a pagar esses empréstimos a partir de janeiro. Além disso, a cidade recebeu um outro recurso altíssimo, para construir mais leitos de UTI e construir um laboratório aqui. Mas, se gastou pouco desse dinheiro.”
JS: Vamos falar sobre Segurança Pública. Qual será o papel da Guarda Municipal, se você for eleito prefeito?
Douglas: “A Guarda Municipal de Sete Lagoas precisa de uma estruturação. Para se ter ideia, até há poucos dias tinha um único carro que estava com botão amarrado com arame. Então, estamos falando de uma Guarda Municipal que trabalha, principalmente, na porta das escolas. A Guarda Municipal terá equipamentos para que possa trabalhar garantindo a segurança do cidadão de bem, ajudando em locais como a UPA, hospitais, espaços públicos. Vamos trazer para Sete Lagoas uma modernidade em se tratando de Guarda. A começar pelas câmeras que vamos colocar na porta de todas as escolas. Parece algo caro, mas, não é. Vamos criar um sistema de videomonitoramento, para que a Guarda Municipal possa acompanhar, em tempo real, vários pontos de Sete Lagoas, garantindo a segurança dos alunos e dos profissionais de Educação. A Guarda será parceira do cidadão. A Guarda Municipal terá um papel importante, inclusive, na Serra de Santa Helena. A serra terá um papel turístico muito forte e a Guarda Municipal estará, constantemente, lá, garantindo um ambiente seguro para que que as pessoas possam levar suas famílias. Vamos também ampliar o sistema Olho Vivo, porque o comércio é uma das nossas prioridades para que possa gerar mais empregos.”
JS: Temos várias entradas não monitoradas na cidade. Você pretende dar alguma atenção especial no que diz respeito à vigilância às entradas e saídas de Sete Lagoas?
Douglas: “Sobre as câmeras, hoje elas são baratas, os portais e videomonitoramento. Sete Lagoas consegue fazer um sistema de videomonitoramento ampliando o Olho Vivo em todas as entradas e saídas. Tenho orgulho de falar que sou o deputado que foi lá no Nova Cidade e entregou o quartel, em parceria com os comerciantes. O quartel já está funcionando e agora o Sicoob anunciou que vai abrir uma agência bancária lá. Olha o desenvolvimento para o bairro Nova Cidade! É a política nova que tem ideias diferentes e que não fica reclamando de falta de dinheiro. A gente tem que buscar a solução. Também queremos colocar esse sistema Olho Vivo nos grandes centros comerciais de Sete Lagoas. Essa ampliação vai ajudar muito o trabalho da Guarda Municipal, da Polícia Militar a Polícia Civil. Antes, a câmera do Olho Vivo custava cerca de R$ 40.000; hoje, cada câmera, se você colocar a câmera Switch, vai custar, no máximo, R$ 1.000, ainda mais se você comprar em grande escala. E com os portais, hoje você não precisa nem contratar uma empresa para dar a manutenção dos portais, você comprou software esse software já dá à Prefeitura a condição dela mesmo, através da Guarda Municipal e repassando também para Polícia Militar, de saber qual o veículo que entrou, qual veículo saiu. Se o cidadão cometeu um furto, a polícia consegue chegar muito mais rápido a ele. Acredito muito nessa tecnologia, prova que destinei à Prefeitura os valores para colocar as câmeras no Barreiro e no Bairro do Carmo e até hoje a velha política de Sete Lagoas não quis instalar.”
JS: Chegamos ao último tema, Turismo. Você falou sobre a questão de explorar o potencial turístico da Serra Santa Helena. Só que, hoje, é área de preservação ambiental e não está regulamentada. Como você pretende tratar desse tema e qual será a forma de exploração da Serra de Santa Helena?
Douglas: “A Serra é um dos locais para gente atrair o turista para Sete Lagoas. Quanto à questão da regulamentação, temos que sentar com as partes envolvidas, chamar o Ministério Público para que possamos preservar nossa Serra de Santa Helena, mas, que ela possa ser ainda mais utilizada. Lembrando que levar o turista para Serra é algo que não vai danificar a mesma, desde que a Prefeitura imponha alguns limites. O grande problema, hoje, na Serra é que o cidadão vai lá com o seu filho e não tem nenhuma estrutura para as famílias. Vamos espalhar o sistema Olho Vivo na Serra. Hoje, o sistema tem a câmera à base de energia solar. É só colocar um poste alto e a câmera já gera imagem para outros locais. Ao longo dos anos a gente escuta que vão construir um bondinho para o alto da Serra. Não adianta construir bondinho. Temos é que valorizar o turista e dar a ele a estrutura quando chegar aqui. Vamos usar o que já temos, para que turista venha. Vamos fazer muita propaganda em Belo Horizonte, em Contagem, para que esse turista venha visitar os nossos bares - os bares de Sete Lagoas são os melhores do Estado de Minas Gerais - vamos também utilizar os eventos de esporte para que Sete Lagoas possa receber turistas. Vamos procurar empresas que lidam com eventos, empresas de energético que gostam de utilizar sua marca e falar para essas empresas utilizarem o espaço de Sete Lagoas. Vamos trazer para cá o festival Zacarias. O festival vai começar na segunda-feira, dentro das escolas, com os professores chamando os alunos a se apresentarem sexta e no sábado o evento vai para a feirinha do centro. Sete Lagoas tem que ter eventos para que o cidadão tenha onde ir, para que os nossos artistas possam se apresentar e para que a cidade possa também ganhar mais dinheiro com isso.”
JS: Existe uma grande reclamação das entidades hoteleiras, dos restaurantes, de pessoas da área de turismo e dos artistas locais da falta de apoio e de investimento em projetos e eventos que protejam o cidadão, o artista e o comércio local. Como manter essa estrutura?
Douglas: “A primeira coisa que temos que parar de falar é que a cidade não tem dinheiro. Sete Lagoas é uma cidade rica. O problema aqui é de gestão. A nossa intenção é fazer da Feirinha do centro um espaço cultural que vai atender às famílias. Para ajudar o artista sete-lagoano não tem problema nenhum colocar três, quatro atrações numa noite de sexta-feira. E no sábado também o artista não quer um valor tão alto para tocar, para se expressar, fazer uma apresentação artística. O que a gente precisa fazer é criar umas rubricas dentro do orçamento do município para que o artista tenha condição de se apresentar e não ficar passando dificuldade. Temos o Congado que é marca tão forte. Quando esse pessoal precisa realizar um encontro, uma viagem, chega na Secretaria de Cultura e não tem uma mínima estrutura. Vou colocar no orçamento da Prefeitura um valor destinado para ser investido na Cultura e essa cultura eu quero estender aos bairros, para dar chance ao menino e à menina que estão nos bairros para que possam aprender teatro, a tocar violão. Temos que descobrir os novos talentos e dar aos jovens uma oportunidade de mostrarem e descobrirem as suas potencialidades.”
JS: Quais suas alegações finais para os eleitores sete-lagoanos?
Douglas: “O que posso dizer para o cidadão sete-lagoano é que estou preparado para o cargo. As pessoas podem ter a certeza de que essa independência política que trago fará uma grande diferença na vida das pessoas de bem. Comecei a minha vida como mecânico. Sou filho de porteiro de escola e de dona de casa. Sei que essa cidade sofre, ao longo dos anos, com a velha política, que está atingindo índices impressionantes no IBGE com a pobreza, que a cada dia que passa, nossa cidade está perdendo mais dinheiro; o desemprego vem crescendo como nunca e estamos trazendo uma pauta completamente diferente. Não é pauta para atender político. A gente vai trazer o desenvolvimento e a valorização da mulher, a geração de emprego, o espaço do jovem, o atendimento de saúde. A área da saúde será moderna. Sete Lagoas voltará a realizar cirurgias. Vamos investir até no agronegócio da nossa cidade, as hortas comunitárias terão um espaço muito importante dentro do nosso governo. Todas essas ações que estamos propondo é algo que vimos acontecendo, na prática, em outras cidades e que o nosso conhecimento de deputado estadual nos dá totais condições de fazer acontecer também em Sete Lagoas.”
A entrevista, realizada em 24 de setembro, pode ser conferida da íntegra, clicando aqui.
Da Redação
Colaboraram Denise Carvalho e Viviane França
Sete Lagoas Notícias